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Crise muda hábito de consumo dos brasileiros

O estudo mostra também que as alterações ficam mais evidentes em itens com maior alta nos preços como carne vermelha, refrigerante, detergentes, café, leite e cebola

Os brasileiros estão mudando seus hábitos de consumo por causa da crise. A empresa de estudos de mercado GfK acaba de divulgar dados importantes sobre novos comportamentos na hora de fazer a feira mensal que estão sendo adotados em todas as regiões. De acordo com Felipe Mendes, diretor-presidente da instituição, a dinâmica atual indica três caminhos: diminuir a quantidade, buscar marcas similares e mudar o local de compra. “A primeira a mudar foi a classe C, que sofre maior impacto dos preços e já está acostumada a essas estratégias.” O estudo mostra também que as alterações ficam mais evidentes em itens com maior alta nos preços como carne vermelha, refrigerante, detergentes, café, leite e cebola.
No caso de Pernambuco, a cebola teve 107% de alta no acumulado do ano, o tomate, 23%, a costela bovina, 20%, o sabão em pó, 13,66%, o sabonete, 9,13%, o desinfetante, 8,89%, o xampu, 8,33%, o papel higiênico, 8,42%, o café, 7,5%, a pasta de dente, 7,36%, o refrigerante, 6,53%, e o leite, 5,92%, segundo o IBGE. E são justamente estes produtos que mais têm preocupado a população. O caminhoneiro Amauri Boel que o diga, uma vez que a substituição dos produtos de higiene o fez economizar 25% na feira de agosto. “Poupei fazendo mudanças nas marcas de pasta de dente, sabonete, papel higiênico e xampu”, relata.
Já a professora Jônica Vasconcelos desenvolveu suas próprias fórmulas de poupar. “Hoje compro tudo de dois tipos lá em casa. Tem o sabão em pó A, para lavar roupa e o B para o banheiro. Tem o xampu para uso diário e aquele melhorzinho. Levo um café em pó normal e um solúvel forte para quem quiser o café mais forte”, explica. Com as alterações, Jônica afirma que consegue manter os supérfluos da lista. “Temos que ser espertos e gastar o dinheiro de forma inteligente. Se todo mundo começar a fazer isso, as marcas mais caras, com menor demanda, vão ter que reduzir seus preços”, completa.
A professora de economia doméstica da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Fátima Macena aprova as atitudes e acredita que esse comportamento é ideal além dos momentos de crise econômica. “Isso é consumo consciente”, completa.
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