Iolanda faz parte de um grupo de empresárias maranhenses que além de tocar o negócio tem que dividir seu tempo com a criação de seus filhos. De acordo com a pesquisa “Donos de Negócios do Brasil: análise por Sexo”, realizada pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Maranhão (Sebrae), no estado 70% das mulheres que tem negócios também são mães. Isso quer dizer que 191 mil mães maranhenses também são empresárias.

“Antes de empreender eu não tinha feriado, nem domingo. Não conseguia dar muita atenção pros meninos. Agora consigo tê-los por perto. Eles vem para a empresa junto comigo, e consigo fazer com eles as tarefas escolares e ainda tocar a empresa”, afirmou.

Ela conta que antes de abrir o negócio, fez uma pesquisa de mercado e percebeu que os salões de beleza tradicionais não atendiam o nicho de mercado formado pelos cortes de cabelo infantil. “Eu mesma tinha dificuldade de cortar o cabelo de minhas crianças. Aprofundei a pesquisa de mercado e fui em busca de uma franquia. Então depois de muito estudar as possibilidades decidi abrir o meu salão”, explicou Iolanda.

A perspectiva de empreender apenas por oportunidade é outra característica revelada pela pesquisa do Sebrae: 66% das mulheres que empreendem no Maranhão o fazem por perceber um oportunidade de negócios. Este dado também mostra uma mudança significativa em relação à primeira década do século XXI, quando a maior parte delas empreendiam por necessidade.

Com a apoio do Sebrae, ela aderiu ao projeto de beleza feminina, um dos segmentos mais cresce no Maranhão e hoje já ocupa a quarta posição no ranking das empreendimentos ativos no estado. São mais de 5 mil empresas ativas, o que corresponde a 2,3% dos empreendimentos maranhenses ativos.

Segundo o diretor técnico do Sebrae no Maranhão, José Morais, apesar da mulher ter uma papel cada vez mais ativo no mercado de trabalho, deixar de lado os afazeres domésticos não está na agenda. “As pesquisas que o Sebrae tem feito mostram que a mulher tem um papel cada vez mais ativo no mercado, seja como empresária ou como trabalhadora, mas não deixou de lado o seu papel na educação dos filhos e no lar. O que vemos é que elas estão conciliando a profissão com os afazeres domésticos e cada vez mais tem buscado qualificação por não aceitar o amadorismo”, explicou Morais.

Na pesquisa “Dono de Negócios no Brasil”, cerca de 92,4% das mulheres empreendedoras tem jornada tripla, porque ao chegar em casa ainda precisam executar afazeres domésticos como cuidar dos filhos.

Porém, de acordo com pesquisas feitas junto a mulheres que são atendidas pelo Sebrae no Maranhão, o que as levou a empreender é a possibilidade de gerenciar sua rotina e conciliar trabalho e obrigações domésticas.

“O fator determinante para o aumento do número de mulheres que empreendem é a flexibilidade para administrar o próprio tempo. Gerenciar a própria empresa permite que consigam dividir o trabalho com outras atividades da vida familiar. Isso não quer dizer que elas trabalhem menos, mas ganham autonomia para escolher seus horários”, comentou a diretor do Sebrae no Maranhão.