EDITORIAL

Exportações debilitadas

Quando se fala na situação econômica do país, não há como não responsabilizar o governo por muitos problemas. Mas também merecem críticas os empresários que não privilegiam a competitividade, fator de suma importância quando o negócio é o mercado externo. A cotação do dólar em torno de R$ 3 é problema e solução, dependendo do […]

Quando se fala na situação econômica do país, não há como não responsabilizar o governo por muitos problemas. Mas também merecem críticas os empresários que não privilegiam a competitividade, fator de suma importância quando o negócio é o mercado externo. A cotação do dólar em torno de R$ 3 é problema e solução, dependendo do lado: de um, encarece a importação de bens de capital; de outro, favorece as exportações.
O Brasil sofreu, em 2014, a maior queda nas vendas externas entre as 30 principais economias mundiais, registrando substancial recuo no ranking dos maiores exportadores do planeta. Segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), a performance da balança comercial continuará capenga até 2016.
Para 2015 e 2016, prevê-se que as economias sul-americanas tenham o pior desempenho do planeta, com aumento de, respectivamente, 0,2% e 1,6%, enquanto a expansão mundial será de 3,3% e 4%. O Brasil é o grande responsável pela atuação do subcontinente. A falta de crescimento dos emergentes e as dificuldades na Europa obrigaram a OMC a prever a expansão de fluxos comerciais em 2015: de 5,5% para 3,3%.
Em 2001, o Brasil era o 28º exportador mundial, com 0,9% do comércio internacional. Em 2005, passou a ser o 25º, com 1,1% das transações. O boom no preço das commodities levou o país a aumentar a participação e chegou a acumular 1,3%. O salto, a cada ano, chegava a ultrapassar 20% em vendas.
O impulso, porém, não se creditava a avanços do parque industrial brasileiro. Devia-se à inflação nos preços do aço, do açúcar, da soja e de outros itens da carteira nacional. Como não há bem que sempre dure nem mal que nunca se acabe, o fim dos bons tempos no mercado de matérias-primas e de produtos agrícolas impôs reveses à balança comercial.
Falta ao Brasil competitividade em vários segmentos da indústria com vínculo ao mercado internacional. A valorização das commodities não foi compensada por alta nos demais segmentos. Agora, com o dólar acima dos R$ 3, vender mais ao exterior deveria ser imperativo, embora a renovação do parque industrial fique prejudicada pela alta da moeda norte-americana. Urge agregar valor às commodities, mas a idade média das máquinas do setor fabril, de 18 anos, leva muitos empresários a não darem ao desafio a resposta devida.
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