boa gestão

Em meio a discussões sobre mudanças, Sampaio firma posição contra diminuição de rebaixados

O Campeonato Brasileiro é um campeonato emocionante justamente por sua imprevisibilidade.

Um campeonato só é forte de verdade quando há mudança de forças, rotatividade entre os times que são campeões, que vão à Libertadores e até que caem. (Foto: Divulgação)

O futebol brasileiro está discutindo mudanças importantes, como a criação de uma liga que não dependa da organização da CBF, a pulverização dos direitos televisivos e a última proposta discutida é a diminuição do número de rebaixados da Série A para a Série B, assim como a diminuição dos times que sobem para a elite. De quatro times passaria para três.

O Campeonato Brasileiro é um campeonato emocionante justamente por sua imprevisibilidade, algo que já está sendo afetado nos últimos anos pelo abismo que se criou entre os clubes mais ricos e os endividados.

Entretanto, se essa diferença foi criada por uma boa gestão e total mérito dos times de ponta, mudanças na regra que aumentem a diferença entre quem está em cima e o resto precisam ser limitadas.

Um campeonato só é forte de verdade quando há mudança de forças, rotatividade entre os times que são campeões, que vão à Libertadores e até que caem.

O Grêmio é um bom exemplo: o Tricolor venceu a Libertadores em 2017 e estava entre os principais do país até ter um ano ruim em 2021 e ser rebaixado, algo que ninguém esperava e com certeza deu emoção ao campeonato.

Não à toa a Série B dos últimos ganhou peso no calendário e a atenção dos fãs de futebol, sendo comum que os mais interessados pesquisassem os palpites para hoje não só para saber tudo sobre os jogos, mas também fazer suas apostas.

Isso se deveu à presença constante de clubes tradicionais na Série B. Vasco, Cruzeiro, Botafogo, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Bahia e Sport disputaram nos últimos anos (ou no caso do Sport ainda disputa) a segunda divisão, levando suas grandes torcidas para o estádio.

Ao mesmo tempo, clubes que subiram rapidamente nos rankings nacionais, como o Sampaio Corrêa, Cuiabá, RB Bragantino, Novorizontino, Atlético-Go e muitos outros, só conseguiram subir justamente por essa volatilidade do futebol brasileiro, que está mudando e permitindo que clubes organizados tenham seu espaço.

Quem está perdendo espaço são os chamados clubes médios e grandes que não pagam atletas, funcionários, que deixam sua estrutura apodrecer e com cartolas saídos do século passado.

De acordo com a CBF, a alteração também seria realizada nas divisões inferiores, mas mesmo assim todos os times da segunda divisão se posicionaram contra a medida, inclusive o Sampaio Corrêa.

Modernidade com justiça

O futebol brasileiro precisa se modernizar e a situação melhorou nos últimos anos, com estádios melhores, menos casos de brigas de torcidas e premiações maiores.

Mas ainda há resquícios de um futebol ultrapassado, que precisa ser superado, que envolve violência, pendências judiciais e verdadeiros casos de polícia.

Ao mesmo tempo, a modernidade precisa chegar com justiça e discussões profundas, sem criar grandes diferenças fora de campo que impeça que os clubes briguem de igual para igual dentro de campo.

O sistema da Premier League de divisão de cotas televisivas, que não é de igual para igual entre todos os envolvidos, mas é o mais igualitário no futebol, pode ser uma referência.

Uma competição que só dois ou três clubes podem ganhar não é interessante para o Brasil, ainda mais porque até clubes de menor expressão, que nem jogam nas duas principais divisões do Brasileirão, ainda assim podem se orgulhar de ter lindas histórias, grandes torcidas e revelar jogadores.

Defender que quatro clubes sejam rebaixados e quatro sejam promovidos mantém essa emoção e a possibilidade de uma maior rotatividade de forças, duas coisas que devem ser prioridade no novo futebol brasileiro.

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