SAMPAIO CORRÊA

Racismo no futebol

O caso mais recente em São Luís foi no jogo do Sampaio Côrrea contra a Chapecoense.

O Sampaio Corrêa recebeu de forma antecipada R$3 milhões do fundo Mubadala Capital, dos Emirados Árabes Unidos (Foto: Reprodução)

O que já era ruim está ficando pior. Infelizmente, os casos de racismo no futebol, apesar de enfaticamente condenados em diversos países, continuam se repetindo em quantidade cada vez maior, inclusive no Brasil, uma nação de maioria negra, que deveria combatê-los de forma mais enérgica.

Quase que semanalmente temos registros de atitudes antidesportivas, agora também no Campeonato Brasileiro, uma competição criada com o objetivo maior de integrar o país por meio deste que aqui é chamado de “o esporte das multidões”.

Em São Luís, o caso mais recente teria acontecido por ocasião do jogo Sampaio 2 x 1 Chapecoense-SC, na última terça-feira, no Estádio Castelão. Segundo denúncias de torcedores da equipe local, um dirigente da equipe catarinense teria se dirigido aos presentes nas arquibancadas, exibindo o braço em referência à cor da pele.

O caso foi registrado pelas vítimas no Plantão Central das Cajazeiras. Segundo consta, o fato ocorreu após o jogo, a caminho do vestiário, e partiu do presidente da Chape, Nei Maidana. “Reforçamos o nosso repúdio a todo e qualquer ato de discriminação, seja racial, xenofóbica ou orientação sexual. Não há espaço na sociedade para o preconceito, e o futebol é um reduto de competição e respeito mútuo”, diz a nota do Sampaio nas redes sociais.

O clube catarinense, negou no dia 12/10, às 15h21, em nota, por meio das redes sociais. “Conforme afirmou o dirigente, xingamentos foram dirigidos a ele, motivados pelas circunstâncias do jogo, no entanto, nenhuma palavra, atitude ou comportamento racista foi proferida em resposta. A Chapecoense, portanto, lamenta o mal entendido, e ainda, que a acusação tenha sido feita sem que antes os fatos tivessem sido apurados entre todos os envolvidos”.

Pois bem. O preconceito racial não é nenhuma novidade neste país. Eu mesmo, há alguns anos, ainda jovem, já fui vítima desta insanidade mental praticada por um gerente de uma empresa, que barrou a minha contratação pelo simples fato de que ali não era lugar pra negro trabalhar. Foi um choque.

Será que esse senhor não observa que todos os seres vivos têm cores diferentes e nem por isso eles se estranham? Perguntei-me diversas vezes, logo em seguida, com os olhos marejados, sentado em um banco da Praça João Lisboa, bem em frente aos Correios. Ainda bem que tive forças para não desistir. Horas depois, lá estava eu sendo acolhido pelo saudoso Walter Abreu, proprietário do Armazém Abreu, onde trabalhei como comerciário até iniciar na comunicação social, minha grande vocação.

Pois bem. A discriminação racial no futebol é um grave retrocesso e precisa ser urgentemente erradicado para que esta violência não fuja do controle e tenha consequências bem piores em pleno Século XXI.

Os problemas de racismo no futebol têm se propagado principalmente na Europa e com maior ênfase nos últimos anos. No mês passado, o brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid, foi duramente hostilizado na Espanha, pelo simples fato de ter comemorado um gol dançando um samba.

Chamado de macaco por um empresário de atletas e por torcedores nas redes sociais, respondeu à altura. “São danças para celebrar a diversidade cultural do mundo. Aceitem, respeitem ou surtem — eu não vou parar”, respondeu ele. E não parou mesmo. No jogo seguinte, repetiu a dose. Foi aplaudido por mentes mais sadias.

Os seres humanos precisam compreender que o futebol, antes mesmo de ser uma disputa com duração de 90 minutos, por vitórias e títulos, é também, por excelência, um espaço destinado à confraternização entre as pessoas, independentemente da cor da pele, de raça ou credo. Portanto, não faz sentido algum essas idiotices.

O certo é que nem mesmo a existência de leis e a criação de delegacias especializadas em combater, apurar e punir os crimes raciais, tampouco as campanhas educativas com objetivo de conscientizar a população sobre seus direitos, deveres e liberdades fundamentais têm minimizado esse grave problema. Chega-se à conclusão de que enquanto não forem tomadas medidas rigorosas, jamais essa insensatez vai conseguir livrar-se dessas mentes doentias, inclusive no esporte, infelizmente.

Sem Pimenta

O que a torcida tricolor não gostaria que acontecesse acabou se repetindo. O atacante Anderson Wanderllan de Moraes Rodrigues (Pimentinha), que tem tirado o sono de seus marcadores nesta Série B do Campeonato Brasileiro, mais uma vez não estará em campo num jogo fora de São Luís. Ele recebeu o terceiro cartão amarelo na partida contra a Chapecoense e terá de cumprir suspensão diante do Ituano.

Muitas alterações

O que não é novidade neste início da última competição do ano, promovida pela Federação de Futebol, são as alterações feitas na tabela. Tudo porque o nosso futebol tem mais clubes com sedes na capital do que São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e muitos outros, apesar de só possuir dois estádios.

Daí a dificuldade para marcação de tantos jogos. Até porque depois da divulgação da “tabela detalhada” aparecem os dirigentes para pedir que seus times joguem nesta ou naquela praça esportiva ou em horários e datas diferentes.

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