Copa do Mundo 2022

Álbuns movimentam colecionadores

As figurinhas tomam conta de diversos apaixonados pelo clima de Copa do Mundo, a álbum deste ano chama atenção de colecionadores de São Luís.

O preço das figurinhas dobraram em relação ao ano de 2018. (Foto: Divulgação/Panini)

Em ano de Copa do Mundo, as torcidas de futebol que já são calorosas, ficam ainda mais eufóricas na expectativa do mundial. O patriotismo aflora por cada seleção na disputa.

E se na hora do jogo o ápice da emoção é quando o gol balança a rede e a arquibancada vibra, fora dos estádios os fãs de futebol demonstram seu amor pelo esporte mais popular do mundo com uma outra missão: preencher o álbum de figurinhas da Copa.

Os álbuns de colecionadores apareceram pela primeira vez no mundial de 1950, comercializado pela fábrica de balas A Americana. O álbum trazia todas as seleções presentes na disputa e já naquela época existiam as chamadas “figurinhas mais difíceis”, que eram produzidas em menor quantidade. De brinde, os colecionadores ainda ganhavam doces.

Álbum antigo. (Foto: Reprodução)

Vinte anos após a criação dos álbuns da Copa do Mundo, eles passaram a ser produzidos pela empresa italiana Panini e na Copa do Mundo do México de 1970, iniciaram um caminho de sucesso, confeccionando os álbuns de todos os mundiais até o atual de 2022, que foi lançado em 19 de agosto.

Álbum copa 2018. (Foto: Arquivo Pessoal)

Um dos pontos em destaques no lançamento deste ano, no Brasil, foi o preço, custando o dobro do valor do álbum da edição de 2018, e que acabou causando reclamação por parte dos colecionadores nas redes sociais. O álbum tem o valor de R$ 12,00 ou R$ 44,90, na versão de capa dura.

As figurinhas chegam a R$ 4,00. O valor mínimo para completar o álbum é de R$ 536,00, levando em consideração que o colecionador não receba nenhuma figurinha repetida, em 134 pacotes.

Os valores geraram reprovação daqueles que acompanham o futebol diariamente e ficam na expectativa pelo mundial de seleções. “Eu como fã de futebol lamento não poder comprar. No país em que esse esporte é tão querido e popular, os preços poderiam ser mais acessíveis. Conheço pessoas que já tentaram concluir um álbum e não conseguiram, pois vem muitas figurinhas repetidas”, explica Gracinelma Lindoso.

Desde o lançamento em agosto, Procons de todo o país têm recebido reclamações por atrasos nas entregas. Donos de bancas e colecionadores também tem encontrado dificuldade para comprar os pacotes de figurinhas.

Apesar das dificuldades, o hobby também rende boas curiosidades como, por exemplo, antes de serem feitas as figurinhas autocolantes, elas eram produzidas em papel cartão fino e os colecionadores tinham que utilizar cola para grudar as imagens.

Na Copa de 1970, a figurinha do Pelé foi considerada a mais difícil de ser encontrada, em 1986 a do Maradona, em 1994 a do Romário e em 2006 a de Ronaldinho Gaúcho.

Para o álbum de 2022, as figurinhas de jogadores mais difíceis de serem encontradas são a do Neymar Jr (Brasil), Cristiano Ronaldo (Portugal), Lionel Messi (Argentina) e Robert Lewandowski (Polônia).

Muito além de colar figurinhas

Andrea Torre, colecionadora. (Foto: Arquivo Pessoal)

A servidora pública Andrea Torres e sua filha Lara, exibem orgulhosamente, como se fosse um troféu, o álbum da Copa do Mundo 2022 completamente preenchido. Elas levaram 3 semanas para isso. O álbum da Copa de 2018 também ficou completo, então para esta edição, não poderia haver obstáculo.

Andréa conta que começou a colecionar álbum por causa da filha Lara, e acredita que a atividade vai muito além do fato de preencher as figurinhas.

“Na copa passada ela tinha 6 anos, então foi muito por diversão, para fazer as trocas no shopping, e isso a tirou da frente do celular, da televisão, foi uma forma de lazer diferente que inclusive contribui para uma maior interação social. A gente vai para o shopping e eu acompanho ela fazendo os contatos para ver quem tem figurinha para trocar. E aí eu finalizo a troca que é para ninguém enganar ela.

O álbum foi completado em 3 semanas, segundo Andréa, porque ela comprou vários pacotes, elas fizeram muitas trocas, e além disso, no aniversário de Lara ela ganhou de presentes muitas figurinhas, porque todos sabiam que ela estava empolgada com a atividade.

Ela conta que completar o álbum não foi difícil. Difícil mesmo foi começar, porque ela não conseguia achar álbum na cidade. Um amigo dela que foi para Porto Alegre comprou um pra ele, e outro para Lara, porque sabia que ela queria muito.

Depois ela conseguiu comprar um aqui e devolveu para o amigo. “Na última figurinha, faltava a Croácia 3, a gente estava no shopping e eu disse para Lara ir atrás, conversar, até que ela achou um rapaz que tinha. Nossa, ela ficou muito feliz”, contou Andréa.

Agora, com o álbum completo, Andréa está vendendo as figurinhas repetidas pelo mesmo preço que está sendo vendido nas bancas. E são muitas, inclusive as consideradas raras.

“Agora é guardar, e esperar o Brasil ganhar o hexa. Esse álbum é o orgulho da Lara. Aí todo mundo me pergunta: ‘Andréa tu vais vender’? Porque já me disseram que esse álbum vale muito dinheiro. Eu digo, não tenho coragem. Isso vale mais que dinheiro, é mais afetivo do que dinheiro”, disse ela, que no álbum da Copa da Rússia (que também está completo) mandou fazer uma figurinha da filha e colar na capa, para ficar para a eternidade. “Já vou mandar fazer a figurinha dela para guardar e aguardar a copa”, completou.

Paixão pelo futebol e pelo lazer

Jonatan faz coleção desde o mundial de 94. (Foto: Arquivo Pessoal)

Os jornalistas Jonatan Cardoso e Gabriel Vasconcelos, fãs do futebol e apaixonados por colecionar álbuns, também não poderiam estar de fora da febre que sempre toma conta do Brasil sempre que a Copa do Mundo se aproxima.

Jonatan coleciona vários álbuns, desde criança, de vários tipos e modalidades. Da Copa do Mundo ele é adepto desde o mundial de 1994. Ele ainda não chegou a completar nenhum, mas a paixão sempre esteve ali.

“A ideia é completar, lógico, mas não tenho aquela ânsia de terminar logo. Sempre gostei de colecionar, trocar figurinha, e este ano vi a galera colecionar, empolgada…Já troquei algumas no shopping, mas me recordo que quando criança tinha o hábito de jogar bafo (jogo para ganhar figurinhas de outros jogadores virando com as mãos) e era muito divertido”, contou.

Gabriel está com 39% do álbum completo, e já foram gastos muitos reais para preenchê-lo. Em 2006 foi a primeira vez que ele começou com essa prática, mas conta que agora está mais empolgado porque está mais confiante na seleção.

“Acho que isso é uma forma de mostrar que você torce pelo seu país, além de ser uma maneira de distração, de lazer, de interagir socialmente, a partir do momento em que você se junta com outras pessoas para trocar figurinhas, literalmente”.

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