ESPORTE

Handebol brasileiro não melhorou nada

Maranhense que disputou a Olimpíada de Tóquio gostaria de encerrar sua carreira no handebol quando voltar ao Brasil, mas não vê crescimento desse esporte por aqui

Foto: Divulgação


De volta ao Maranhão, após a participação em mais uma Olimpíada, Ana Paula Rodrigues, que foi recebida com festa por familiares e amigos no bairro Liberdade, onde surgiu para o handebol, mostrou pessimismo com o desenvolvimento desse esporte no Brasil.

Em entrevista a O Imparcial, ela revelou que até tinha planos de encerrar a carreira em seu país natal, mas aqui nada mudou para melhor nos últimos anos, mesmo depois da conquista de um título mundial.

Ana Paula assinou contrato de dois anos com a equipe do Braile, da Romênia, e afirma que no momento está com a atenção voltada apenas para o novo clube europeu. Não sabe se haverá condições de disputar uma próxima Olimpíada, quando terá 33 anos.

Ela também fez uma rápida análise da participação brasileira no Japão e lamentou que a pandemia do coronavírus tenha prejudicado bastante os treinamentos. Quando parar, a maranhense que foi tricampeã pan-americana, campeã mundial e disputou quatro olimpíadas, pretende apenas curtir a vida com a família. Não tem nenhum projeto para revelar jovens talentos no handebol ou qualquer coisa do tipo.

O Imparcial – Passada a olimpíada, quais os seus planos?

“Agora tenho dois anos de contrato assinado com o Braile da Romênia. No momento, o que tenho na minha cabeça é só isso.”

Nessa Olimpíada de Tóquio, o que faltou para o Brasil conquistar uma medalha no handebol?

Não é o que faltou. Ocorre que algumas equipes foram melhores e a gente tem que aceitar que os outros também trabalham, têm nível. Não acho que realizamos jogos ruins, pois jogamos de igual pra igual, mas outros foram melhores que a gente”.

O que mudou na preparação do handebol brasileiro entre as duas últimas olimpíadas?

“Acho que não dá para comparar um ciclo ao outro. A gente trabalhou com muita dificuldade, por conta da pandemia. A maioria dos atletas ficou meses sem poder treinar, uma preparação normal de alto nível, tivemos algumas fases de treinamento canceladas. Não deu para trabalhar como vinha trabalhando. Então não se compara com a outra olimpíada que foi realizada no Brasil. Claro que as outras equipes também tiveram pandemia, mas conseguiram treinar mais que a gente.”

Quais são as perspectivas de crescimento do handebol brasileiro nos próximos anos?

“Antes da gente conquistar um Mundial as pessoas falavam que no dia que houvesse um título de expressão as coisas iriam mudar e o handebol melhoraria. Só que a gente ganhou o mundial e nada mudou, pelo contrário, então, não espero que melhore nada, infelizmente”.

Você acha que ainda terá condições atléticas de disputar mais uma olimpíada?

É uma coisa que ainda não pensei. Já estou com 33 anos e até lá a gente não sabe o que pode acontecer em três anos. Vou aguardar mais pra frente pra ver se consigo normalmente chegar, assim como saber se eu vou ter nível para chegar à próxima olimpíada.

Você pretende ainda pretende voltar a jogar handebol aqui no Brasil antes do encerramento da sua carreira?

“É um pensamento que eu tinha de antes do encerramento de minha carreira jogar alguns meses aqui no Brasil, ou até mesmo um ano, mas não sei se isso vai ser possível, pelo fato de cada vez ter menos equipes e competições, então, não sei se vou conseguir realizar esse meu desejo.”

Quando você parar tem algum projeto esportivo para lançar no handebol do Maranhão?

Não, de momento não penso nisso. Eu saí de casa muito cedo pra jogar handebol, fico muito tempo longe da minha família, então o que está na minha cabeça é que o dia que eu parar e voltar para o Maranhão vou ter mais tempo para ficar com minha família e curtir um pouco. Não sei se depois eu vou ter alguma outra coisa na cabeça, mas de momento não penso em nenhum projeto esportivo ou alguma coisa do tipo”.

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