ISAACK VERON

Talento maranhense no Atlético-Mineiro

Revelado na escolinha do Cruzeiro São Luís, filho de um vigilante Relry Sousa e da microempresária Miriam

Reprodução

Ele já nasceu com nome de craque. Isaack Veron, 14 anos, nascido no bairro do Anil, em São Luís, acaba de ser contratado pelo Atlético-MG, um dos gigantes do futebol brasileiro. A viagem com destino a Belo Horizonte ainda não tem data marcada, mas poderá ocorrer ainda neste semestre. Enquanto isso, a família do jovem de 1,81m já comemora o que pode representar um gigantesco passo na carreira do atleta maranhense.

Revelado na escolinha do Cruzeiro São Luís, filho de um vigilante Relry Sousa e da microempresária Miriam, moradores no bairro Cidade Olímpica, Isaack Veron, que atua de quarto zagueiro, começou a chamar a atenção dos “caçadores de talentos” desde quando tinha 12 anos e sagrou-se vice-campeão brasileiro Fut-7.

Canhoto, bom no desarme, nas bolas altas e no passe de longo alcance, o menino também mostrou seu potencial nos arremates a gol, em 2019, quando foi o artilheiro de sua equipe com cinco gols naquela competição. O torneio foi realizado em Recife-PE com a participação de grandes clubes, entre eles, Sport e Náutico-PE.

Em 2019, Isaack disputou a GoCup, em Aparecida de Goiás, e voltou a ser destaque. “No Brasileiro e na GoCup fiz gols com assistências do meu parceiro Saulinho28, queria aproveitar para mandar um abraço pra ele ai em São Luís”, revelou Veron.

No Brasileiro e na GoCup fiz gols com assistências do meu parceiro Saulinho28, queria aproveitar para mandar um abraço para ele em São Luís

Logo passou a despertar interesse de Fluminense-RJ, Vasco da Gama-RJ, Cruzeiro-MG, Atlético-MG e Grêmio-RS. A prioridade, no entanto, era do time cruzeirense, de acordo com a franquia.

A caminhada do garoto teve início em Minas Gerais, a convite do clube estrelado. Nas avaliações, como já se esperava, ele foi aprovado e imediatamente chamado para integrar o grupo. Ficou na Toca da Raposa-1 entre abril e julho, mas em agosto estourou a confusão decorrente das denúncias de supostas irregularidades financeiras nas contratações feitas pelo clube nas divisões de base. Não deu para continuar. “Foi aí que o Atlético, que já vinha de olho no futebol dele (Veron), mais tarde manifestou novamente interesse. Agora, veio o contrato de formação para ser assinado”, revela Relry, pai de Isaack.

Empolgado com o bom futebol praticado pelo filho, Relry não tem poupado esforços para vê-lo atingir seu objetivo de ser um grande profissional nos próximos anos. “A gente sabe que tudo tem suas etapas e com Veron não será diferente. Esse contrato tem a duração de três anos, renovado por mais dois, e nós vamos continuar dando todo apoio a fim de que ele realize um sonho que também é nosso. Tanto que para isso, vamos ter que nos mudar para Belo Horizonte para acompanhar tudo de perto e incentivá-lo”, acrescenta Relry, de 39 anos.

Veron foi o nome encontrado pelos pais para homenagear o craque argentino, um dos maiores volantes da história do futebol daquele país vizinho. Deu certo, porque desde cedo o menino começou a mostrar suas habilidades com a bola e chamar a atenção dos desportistas. A família então decidiu investir na carreira do garoto e agora vive a expectativa desse “pontapé inicial” no Galo mineiro.

Em busca de novos horizontes em BH

A família de Isaack Veron está pronta para mudar de ares, mesmo que o pai tenha que pedir demissão do emprego de vigilante, em São Luís. Em princípio, o garoto vai treinar e morar na Cidade do Galo (CT do Atlético), mas será liberado nos fins de semana para visitar a família. Interrogado sobre valores financeiros que justifiquem essa mudança total para BH, Relry foi taxativo em afirmar a inexistência de algo tão expressivo no momento. “Inicialmente, Isaack vai receber apenas uma bolsa-atleta. Ele ainda não tem idade para firmar contrato profissional. Mas vale a pena a gente esperar e acreditar no talento dele. Vamos alugar uma casa em Belo Horizonte, pois fazemos questão de acompanhar nosso filho. Já coloquei meu currículo à disposição de várias empresas de Minas e acredito que vou ser chamado nos próximos dias, pois já sou experiente na função. Temos que agradecer o empresário Ronaldo Leal, do grupo JJB Esportes”.

Quatro perguntas a Isaac Veron

O Imparcial – Como você se sentiu ao receber a informação da chegada do contrato de formação para integrar o Atlético-MG?

Isaack Veron – Com uma certa surpresa, pois sei que há muita concorrência de jovens atletas que também aguardam uma oportunidade para firmar esse tipo de contrato. Fico feliz porque vou me preparar para fazer parte de um grande clube do futebol brasileiro, lógico que sei que meu sucesso vai depender principalmente da minha dedicação e isso não vai faltar.

Até aonde você pretende chegar, a partir de agora, quando surge essa oportunidade fora de São Luís?
Claro que pretendo crescer com o grupo até chegar ao profissional, o que vai depender muito daquilo que eu produzir nas etapas desse estágio. Meu foco agora é o Atlético, a oportunidade que vou ter e que prometo não desperdiçar. Quero crescer no clube e nele dar grandes passos para justificar o investimento feito em minha contratação.

Claro que pretendo crescer com o grupo até chegar ao profissional, o que vai depender muito daquilo que eu produzir nas etapas desse estágio

O fato de ter nome de um grande craque argentino o agrada ou você gostaria mesmo era ser chamado de Isaac?
Meus amigos já me chamam apenas por Veron e já me acostumei com isso. Gosto de ser chamado de Veron, mesmo sem querer fazer comparações ao grande craque argentino. Já assisti a alguns vídeos dele, que realmente era talentoso, por isso o apelido só me incentiva a me esforçar para também ser um grande atleta.

Você sempre sonhou ser um atleta profissional ou jogava apenas para se divertir?
Desde cedo pensei em crescer e me tornar um grande jogador de futebol. Meu pai observou e me incentivou, me levando para treinar. Foi daí que acabei indo aos oito anos para a equipe de futsal do Afasca, do professor Allan Jones, Falcão-12, de Pedro Brito, hoje escolinha do Cruzeiro, onde me preparei para mais tarde ser chamado por um grande clube. A oportunidade surgiu e agora vou tentar de todos os modos corresponder às expectativas.

Desde cedo pensei em crescer e me tornar um grande jogador de futebol. Meu pai observou e me incentivou, me levando para treinar

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