REPRESENTATIVIDADE

Conheça o maranhense a um passo do UFC

O maranhense já está se preparando com muita dedicação para encarar mais esse desafio em sua carreira

Reprodução

O Maranhão está muito próximo de ter um representante num dos eventos esportivos mais importantes do mundo, o UFC. Isto será possível se Carlos Vinicius Borralho derrotar seu adversário Wildemar Besouro, de Goiás, na luta que está marcada para o próximo dia 11 de setembro, em São Paulo, no Future MMA. Na oportunidade, estará em jogo o cinturão da categoria peso médio. O confronto está cercado de grande expectativa,  pois vai reunir dois grandes lutadores brasileiros,  com histórico marcado por vitórias expressivas na modalidade. O maranhense já está se preparando com  muita dedicação para encarar mais esse desafio em  sua carreira.

Quem é Caio?

Ludovicense, Caio Vinicius Silva Borralho, tem 27 anos, 84kg. Formado em Química Industrial pela UFMA,  começou a se dedicar ao MMA aos 18 anos, mas  sua primeira luta ocorreu em  2014, quando já tinha 21 e ainda era amador, na Academia Dojô James Adler, em São Luís. Antes, disputou outras artes marciais. Começou aos 6 anos de idade no judô,  tendo como primeiro treinador o professor sansei Emílio Moreira. Também praticou jiu-jitsu e muay thai.

A primeira luta de Caio no MMA foi ainda na capital maranhense,  durante um  evento na Lagoa da Jansen, quando venceu Rômulo Oliveira, hoje seu principal preparador. Em São Paulo, onde reside, ele  está concluindo o curso de Educação Física (8ºperíodo) já na fase do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Caio aproveita a experiência adquirida para dar aulas de artes marciais em academias na capital paulista. Quando relembra o início, ainda no judô, não esquece o mestre:  “Sou muito grato ao professor Emílio Moreira, que me passou os primeiros ensinamentos. Graças à sua orientação e incentivo, segui em frente,  é verdade que depois optei pelo MMA, mas tenho por ele uma profunda gratidão”, enfatiza Borralho.

A segunda vitória de Caio no MMA ocorreu durante um evento no Thaunder Fight, por finalização no terceiro round, contra Edson Junior, em  São Paulo-SP. De volta a São Luís, em 2015, onde participou de mais um confronto, no entanto, perdeu por pontos para João Carvalho, da Academia TST. “Essa foi a única derrota de minha carreira e serviu para me dar mais experiência”, analisa.

Outras lutas foram disputadas por Caio Borralho,  que coleciona até aqui sete vitórias e apenas uma  derrota por pontos. Nunca foi nocauteado. Dos confrontos que participou, impôs três nocautes e três finalizações aos adversários.

Indagado pela reportagem de O Imparcial sobre suas principais características, Borralho mas disse que estuda bastante o adversário e procura usar a inteligência para derrotá-lo no momento certo. “Minha maior qualidade é usar a inteligência na hora de tomar decisões. Penso muito rápido e disso sei tirar proveito para buscar as vitórias. No entanto, não deixo me tomar pela emoção. O certo é que treino muito e estudo o lutador. É nossa profissão e estou sempre estudando lutas,  filmes e assistindo treinos de MMA. Adoro esse esporte e meu grande sonho é disputar  o UFC e conquistar um título mundial no cinturão da minha categoria”, acrescenta.

Sobre o adversário de 11 de setembro, Caio diz estar consciente de que vai enfrentar um grande lutador , que tem bom histórico. “O Wildemar está invicto, com sete vitórias seguidas, tem 1,90m, muito forte, respeito,  mas não me assusto. Já observei  duas lutas dele na  internet, as demais não foram filmadas. Vou buscar a vitória e realizar meu sonho de disputar o UFC”,  afirma Borralho.

O evento que o maranhense vai disputar é o mais importante do Brasil, o  Future MMA.“É um filho do UFC, que é o maior evento do mundo e o Brasil  já levou cinco para lá. Espero ser mais um. Estou trabalhando pra isso”, completa.

Mesmo sabendo que se for ao UFC também terá outro adversário difícil, Caio afirma que isso, no entanto, não chega a ser uma grande preocupação. “No momento, só estou focado na luta do dia 11 de setembro. Depois disso é que vou estudar o próximo confronto”,  avisa.

A luta entre Borralho e Wildemar será a penúltima da noite do dia 11 de setembro. De antemão, sabe-se que não terá como local um ambiente muito amplo, porque o confronto será disputado sem a presença de público devido às medidas de segurança contra a pandemia da Covid-19. Nessa mesma noite serão disputados cinco cinturões de categorias diferentes.

Perfil

  • Nome:  Caio Vinicius Borralho
  • Cartel:  7 Vitórias
  • 0 Empate
  • 1 Derrota
  • Vitórias: 3 Nocautes (43%)
  • 3 Finalizações (43%)
  • 1 Decisões dos juizes (14%)
  •  Outras (0%)
  • Derrotas: 0 Nocaute (0%)
  • 0 Finalizações (0%)
  • 1 Decisões dos juizes (100%) N/C 1
  • Outras (0%)
  • Altura: 185.42 cm
  • Peso:   83.91 kg
  • Data de nascimento:  16/01/1993
  • Cidade: São Luís, Maranhão

Nem as cirurgias assustaram Caio

O Imparcial – Qual foi a luta mais difícil que você enfrentou até o momento?

Caio – Sem dúvida, foi a disputada em São Luís, quando perdi por pontos para João Carvalho da Academia TST,  na categoria 77 quilos. Um grande lutador, mas a derrota me ensinou bastante. Fui amadurecendo e agora estou pronto para brigar pelo cinturão e chegar ao UFC.

Depois disso, qual o outro desafio que encarou?

Sem dúvida,  as quatro cirurgias, sendo três no joelho e uma no ombro, em apenas quatro anos. Tive que me controlar emocionalmente, e me preparar para a volta. Hoje, estou recuperado e pronto para a luta.

Como é que você encara esse esporte que para muitas pessoas é considerado muito violento?

Na verdade, eu sinto medo de me machucar, tenho muita noção de certo de que realmente é um esporte muito perigoso, mas o box é muito violento, o futebol também é,  porém encaro esse esporte como um jeito de o lutador tem, de se expressar. É um esporte  que tem suas regras. Não pode bater na garganta, arranhar, etc. Sinto um pouco de medo,  mas logo fico muito confiante. Treino bastante,  pois entendo o dom que Deus me deu,  então, sei dos riscos que estou correndo, de me machucar, mas isso faz parte da profissão. Tenho muita fé em  Deus que nem  eu nem meu adversário possa se machucar, gravemente.

Como você vê o crescimento da popularidade do MMA no mundo?

O que faz mais um esporte crescer é ter um campeão do mundo. O Brasil chegou a um tempo em que tinha campeões na maioria das categorias no maior evento do mundo, que é o UFC, com cinturão em várias categorias. Cito como exemplo, quando Ayrton Senna foi campeão do mundo na Fórmula-1, todos os brasileiros ficavam torcendo. Além disso,  o UFC foi crescendo muito e se tornando uma potência. É um  evento que paga muito bem. Por isso, o MMA hoje tem muitos adeptos.

Compensa,  financeiramente, o esporte?

Quando eu fui para o MMA em  nenhum momento pensei em dinheiro. Fui porque queria competir, fazer aquilo que gosto, porque quero ser campeão do mundo, na verdade um  sonho artigo. Nas primeiras lutas, a gente nem recebe na maioria dos eventos. Na minha primeira luta, era para eu receber trezentos reais e os caras nem me pagaram (risos). Nesses eventos menores, é quase que brincadeira o que os caras pagam. Já no UF não se compara. A luta mínima é quinze mil dólares. Se ganha, dobra para trinta mil, chega a cinquenta mil, mas tem cara que ganha até quinhentos mil dólares.

Como seus pais têm acompanhado suas lutas?

Meu pai (George) já veio aqui para São Paulo e minha mãe também. Ele fica mais pilhado que eu,  nervoso, porque viu a luta que perdi por pontos aí em São Luís, mas todos se superam. Todos me apoiam e me sinto muito feliz por isso.

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