Com o crescimento da modalidade esportiva futebol, o surgimento dos três principais clubes – Sampaio Correa Futebol Clube (1925), Maranhão Atlético Clube (1932) e Moto Club de São Luís (1937), as autoridades municipais sentiram a necessidade e o dever da construção de uma praça esportiva, já que a única em uso era o Estádio Santa Isabel, inaugurado em 1938, de propriedade do Grupo Aboud, que administrou o clube por mais três décadas.

Pedra Fundamental

Antes da inauguração do Estádio Municipal Nhozinho Santos, que aconteceu no dia 1º de outubro de 1950, que foi apelidado por muito tempo de “Gigante da Vila Passos”, como é carinhosamente chamado, teve sua pedra fundamental lançada no dia 3 de outubro de 1940 pelo então prefeito de São Luís, Dr. Pedro Neiva de Santana. Foram formadas duas seleções formadas por jogadores maranhense e realizaram um jogo. A equipe que utilizou o uniforme vermelho venceu por 6 a 5 para azul.

Caranguejo, Perachi; Expedito; Ferreira; Ubaldo; Driblador; Mascote; Aderson; Luis; Genipapo; Benedito e Chico atuaram com as camisas vermelhas. Newton, Moacir; Tarrindo; Reinald; Belfort; Jaime, Neguinho; Ari; Magiott; Mazico; Elias, Cacaraí; Zequinha; Carioca e Mourãozinho, jogaram com o uniforme azul.

Desapropriação e Ampliação

Em abril de 1948, pela Lei n[p1] º 8, a Câmara Municipal aprovou a desapropriação de 2.453 metros quadrados, correspondente aos lotes de 9 a 17, para ampliação do Estádio General Eurico Gaspar Dutra. O projeto foi de autoria do Dr. Antônio Pires Ferreira. Finalmente, no dia 1º de outubro de 1950, com o nome de Estádio Municipal Nhozinho Santos, o nosso setentão, foi inaugurado. Jogaram Sampaio e Paysandu-PA. O time maranhense venceu pelo placar de 2 a 1. Hélio (Paysandu) marcou o primeiro gol, aos 25 minutos da etapa inicial. O gol da virada tricolor foi marcado por Arrupiado, jogador pertencente ao Fortaleza, que se encontrava em São Luís e jogou pelo Sampaio.

Nhozinho Santos

Pelo Projeto Lei 53 de autoria do vereador Walter Pereira Bessa, e Decreto Lei do prefeito Antônio Euzébio Costa Rodrigues o estádio passou a ser chamado de Municipal Nhozinho Santos, uma homenagem a Joaquim Moreira Alves dos Santos. Ele era filho de Crispim Alves dos Santos, grande industrial maranhense que muito contribuiu para o desenvolvimento de nossa cidade. Nhozinho Santos foi o responsável pela introdução do futebol no estado do Maranhão.

Iluminação elétrica

No dia 7 de janeiro de 1959, em jogo válido pelo Campeonato Maranhense de Futebol Profissional, Sampaio e Moto estiveram frente a frente, com a vitória do Tricolor por 2 a 0. O jogo marcou a primeira inauguração do sistema elétrico do Nhozinho Santos.

Primeira ampliação

No dia 31 de janeiro de 1967, o prefeito Epitácio Cafeteira dotava a praça esportiva de melhores acomodações, com entrega de dois lances de arquibancadas. Jogavam MAC e América de Fortaleza, quando um torcedor gritou que as arquibancadas iriam desabar. Houve um pânico geral, ocasionando ferimentos em 64 quatro torcedores.

Ampliação para o Brasileiro

Para o estado do Maranhão participar do Campeonato Brasileiro de Futebol Profissional, o Nhozinho Santos precisou ser, mais uma vez, ampliado. Foram construídos os lances de arquibancadas do fundo do gol da Praça Catulo da Paixão Cearense e do gol que fica para a Vila Passos, campo de jogo e construção de amplos vestiários. A administração da praça esportiva era do Governo do Estado, que recebeu do Município, por meio de um comodato.

Última reforma estadual

Já no final do comodato que durou 20 anos, o Governo do Estado, tendo como governador Epitácio Cafeteira, fez uma ampla reforma no Estádio Nhozinho Santos, envolvendo toda parte estrutural, novo campo de jogo; sistema elétrico e alojamentos, possibilitando, assim, condições de opção ao torcedor maranhense de acompanhar o nosso futebol, pois já tínhamos o Complexo Esportivo do Outeiro da Cruz fundado em 1982.

Primeira reforma municipal

Terminado o acordo, o Nhozinho Santos foi devolvido ao município, juntamente com o Parque Bom , na administração de Jackson Lago, que promoveu uma reforma. Foram construídas seis cabines de rádio, duas cabines para TV; dez banheiros; um ambulatório e um belo gramado, além de um novo sistema de iluminação. Na reabertura aconteceu o jogo Sampaio x Moto, tendo o time boliviano vencido pelo placar de 2 a 0.

Fechado pela Justiça no ano de 1997

No ano de 1998, o Estádio Nhozinho Santos, graças ao desempenho da Fundação Municipal de Esporte, hoje Secretaria Municipal de Desporto e Lazer, conseguiu colocar para funcionamento o Estádio, que estava fechado oficialmente pela Justiça desde 1997.

A Prefeitura efetuou algumas melhorias nas instalações, no campo de jogo e recuperação do sistema elétrico, que não funcionava desde dezembro de 1996.

Reforma geral

Depois da volta do futebol ao Estádio Castelão que ficou fechado de 2004 a 2012, os jogos passaram a ser disputados com mais frequência naquela praça esportiva. Tivemos poucos jogos no Nhozinho Santos em competições patrocinadas pela Federação Maranhense de Futebol, sendo o último no dia 29 de outubro de 2017, em jogo pela Série B: Expressinho 0 x 2 Bacabal. Nos eventos promovidos pela CBF, os clubes que representavam o Maranhão preferiam jogar no Castelão.

Ficha informal

• Nome do Estádio: Nhozinho Santos
• Endereço: Rua 21 de Abril s/snº – Vila Passos
• Propriedade: Prefeitura Municipal de São Luís
• Data Inauguração: 1º de outubro de 1950
• 1º jogo: Sampaio 2 x 1 Paysandu-PA
• Primeiro gol: Hélio (Paysandu-PA) aos 25 minutos do 1º tempo
• Recorde Público: 24.865 torcedores, no jogo MAC 0 x 0 Vasco da Gama (RJ) em 26/03/90
• Menor Público: 1 pagante (Adolfo Queiroga) no jogo Tupan 0 x 0 Vitória do Mar em 20/08/88 pelo Campeonato Maranhense
• Dimensão do Campo: 110 x 75m
• Infraestrutura: 6 cabines de rádio. 2 cabine de TV – 10 banheiros – 1 ambulatório
• Inauguração Iluminação: 07/01/59 – No jogo Sampaio 2 x 0 Moto
• Maior Goleada: Sampaio 12 x 0 São José
• Homenagem: Joaquim Moreira Alves dos Santos (Nhozinho Santos)
• Curiosidades: Em 17.08.79. Um árbitro amador deu início a um jogo sem a bola

O Rei Pelé jogou no Nhozinho Santos

A cidade de São Luís parou para ver o Santos Futebol Club jogar em São Luís. O jogo aconteceu no dia 6 de outubro de 1957, contra o Sampaio Corrêa. O resultado foi a vitória do time paulista pelo placar de 2 a 1, com dois gols de Pelé no 2º tempo. O jogador estava com apenas 17 anos incompletos e foi o grande destaque daquela partida, apesar da severa marcação do jogador Terrível do Sampaio.

Em 1967, 10 anos depois de sua primeira estada em São Luís, o time santista voltou a São Luís. Desta vez a confronto foi uma seleção de jogadores maranhenses, que perderam para o Santos por 1 x 0, gol de Silva aos 17 minutos do 2º tempo. Como detalhe, mais uma vez a estrela do jogo foi Pelé, já como bi campeão mundial pela seleção brasileira nos anos de 1958 e 1962, na Suécia e Chile, respectivamente. Mas, quem brilhou durante o jogo foi o ponta-esquerda Edu.

Quando Pelé desembarcou no Aeroporto Hugo da Cunha Machado, perguntou se o jogador Terrivel ainda estava vivo. É que o maior jogador do mundo, foi muito bem marcado pelo zagueiro boliviano,   que atuava de maneira muito viril.

Em 31.01.67. Um torcedor que assistia ao jogo entre MAC x América de Fortaleza, ao ouvir um barulho estranho promovido por uma caçamba, gritou que as arquibancadas estavam caindo, o que provocou um pânico entre os presentes, ocasionando ferimentos em 64 torcedores.

Nilton Santos no MAC
Em 1969, o MAC fez um jogo amistoso promocional  contra o Moto e perdeu pelo placar de 3 a 1. A grande estrela do jogo foi o lateral-esquerdo do Botafogo e Seleção Brasileira Nilton Santos

Garrincha no Moto
No dia 15 de novembro de 1969, o Nhozinho Santos foi palco do jogo Moto 1 x 1 Mac, com gol do grande artilheiro Hamilton para o MAC e Carlos Alberto empatando o jogo. A grande novidade foi a presença de Garrincha com a camisa 7 do time motense.

Em 1972, o Sampaio  venceu o primeiro título nacional, ao derrotar o Campinense da Paraíba, nas cobranças de penalidades depois de empate de 1 x 1 no tempo normal e prorrogação. Neguinho foi o grande herói do jogo.

Time de Estrelas
No dia 26 de agosto de 1973, o Estado do Maranhão participava pela primeira vez do campeonato Nacional, tendo como nosso representante o Moto Club. O adversário foi o Cruzeiro, que trouxe para São Luís um time de verdadeira seleção de astro. Raul, Dirceu Lopes; Wilson Piazza; Eduardo; Roberto Batata; Perfumo  e Nelinho entre  outros.

No dia 10 de março de 1974, o Sampaio Correa Futebol Clube fazia  estreia no Campeonato Brasileiro. O jogo foi contra o Flamengo (Rj), com a presença de 21.897 pagantes no Nhozinho Santos.

O MAC fez bonito no Brasileiro de 1980. Com a conquista do título de campeão maranhense de 1979, credenciou-se a participar da competição. No primeiro jogo deu um grande susto ao empatar diante do Uberlândia, em pleno Estádio Nhozinho Santos pelo placar de 1 a 1. É bom lembrar que o MAC se classificou para outra fase e de maneira invicta.

Rivelino no Sampaio
Numa promoção do radialista Magno Figueredo, em 1981, o camisa 10 da Seleção tri campeã mundial, Rivelino, jogou pelo Sampaio e seu convidado Manfrini pelo Moto. O resultado do jogo foi empate de 1 a 1 com 14.445 pagantes, sendo que a maioria foi de bolivianos com 6.337. Motenses foram 3.911 e 4.167 não opinaram. Foram disponibilizados ingressos nas cores da simpatia do torcedor.

Morte de Raul Menezes

No dia/26/02.2007, o diretor de futebol do Moto Club de São Luís, Raul Carlos Carvalho Menezes morreu nas arquibancadas quando jogavam Moto e Sampaio em jogo válido pelo Campeonato Maranhense.