Internado em Brasília, vice do Flamengo testa positivo para coronavírus
Vice de Embaixadas e Consulados do Flamengo, Maurício Gomes de Mattos está internado no Hospital Santa Luzia
O vice-presidente de Embaixadas e Consulados do Flamengo, Maurício Gomes de Mattos, testou positivo para coronavírus nesta quinta-feira (12/3). Ele está internado em Brasília.
Em viagem à capital, Mattos deu entrada no Hospital Santa Luzia, na Asa Sul, na quarta-feira, com um quadro de pressão alta. Acabou impedido de retornar ao Rio de Janeiro porque apresentava todos os sintomas da Covid-19.
Submetido a exames, o dirigente testou positivo em uma primeira análise. Um segundo teste se mostrou inconclusivo. O resultado de um terceiro exame sairá nesta sexta-feira.
Viagem à Espanha
A diretoria do Flamengo mantinha o caso em sigilo. A preocupação da diretoria rubro-negra tinha a ver com uma ida recente dele à Espanha. Há 13 dias, no fim de fevereiro, Maurício Gomes de Mattos acompanhou o presidente Rodolfo Landim e o vice-presidente de Comunicação e Marketing, Gustavo Oliveira, numa vista ao ao Ciudad Real Madrid, o badalado Centro de Treinamento do Real Madrid.
Na manhã desta quinta (12/3), o Real Madrid confirmou que um atleta do time de basquete testou positivo para o coronavírus. Após a notícia, tanto o time principal de basquete quanto o de futebol entraram em quarentena. Os dois elencos compartilham instalações do centro de treinamento do clube, o mesmo local por onde passaram os dirigentes do Flamengo no fim do mês de fevereiro. O CT Valdebebas foi evacuado e fechado. Os times de basquete e de futebol realizam treinamentos na Ciudad Deportiva.
A Espanha tem 2.277 casos confirmados, de acordo com a universidade norte-americana Johns Hopkins. O número de mortes até esta quinta-feira (12) era de 55. Além da visita e das conversas com dirigentes madrilenhos, os dirigentes do Flamengo assistiram ao ‘El Clássico’, que terminou com vitória dos merengues por 2 x 0 sobre o Barcelona. Um dos gols foi marcado pelo atacante Vinicius Junior.
Ao longo do dia, a reportagem entrou em contato com pessoas próximas ao dirigente.
Uma fonte disse que Maurício Gomes de Mattos estava em Brasília com a esposa, a passeio, e desconversou sobre a internação. Respondeu que não está sabendo. O Correio entrou em contato com o dirigente várias vezes, mas ele não atendeu as ligações nem respondeu mensagens. Um outro entrevistado confirmou a internação, disse que o paciente estava bem e revelou que ele havia chegado recentemente de uma viagem internacional a serviço do Flamengo. Na noite desta quinta-feira, o dirigente testou positivo.
Dois casos confirmados
Segundo o Ministério da Saúde, o DF tem dois casos confirmados: trata-se de um casal de advogados, morador do Lago Sul, que esteve no Reino Unido. O resultado para novo coronavírus na mulher foi confirmado pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, no último dia 25.
Segundo boletim divulgado nesta quinta-feira, a paciente, de 52 anos, continua internada na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) e apresenta “padrão pulmonar grave, necessitando de altas pressões“.
O marido passou a apresentar sintomas após a internação da esposa e, depois de ser submetido a exames, também foi diagnosticado, tornando-se o segundo caso confirmado do DF na terça-feira (10/3). Por resistir a fazer testes e a cumprir quarentena, o homem foi alvo de ação judicial movida pelo Governo do Distrito Federal.
Na noite de quarta-feira (11/3), o governador Ibaneis Rocha publicou um decreto suspendendo aulas e eventos para mais de 100 pessoas que necessitam de alvará. O decreto, que foi modificado nesta quinta-feira, traz regras sobre a distância a ser observada entre as pessoas em eventos e bares e restaurantes.
Segundo a última atualização do Ministério da Saúde, o Distrito Federal tem 92 casos suspeitos. Em todo o Brasil, a pasta computa 79 casos confirmados, mas, após a confirmação de 98 casos apenas no Hospital Albert Einstein, o número deve crescer nesta sexta-feira. Ainda segundo o ministério, não há óbitos no país em decorrência da Covid-19 e só um caso — justamente o da primeira paciente de Brasília — é considerado grave.