IMPERATRIZ

Flag Football: esporte derivado do futebol americano vem ganhando adeptos no Maranhão

O Flag Football ou Flagball é uma versão light do futebol americano, praticado especialmente nos Estados Unidos

Divulgação

O crescimento da popularidade das transmissões dos jogos de futebol americano da NFL (National Football League) no Maranhão, assim como nas estatísticas nacionais, demonstra que o público tem se identificado com esse esporte, que até há um tempo já é conhecido pela maioria dos brasileiros como o esporte do “marido da Gisele” (a Ubermodel brasileira). Mas se engana quem pensa que o público está apenas interessado em acompanhar as finais da Super Bowl, ele também, se aproximando ainda mais do esporte, busca entrar em campo e jogar.

O Flag Football ou Flagball é uma versão light do futebol americano, praticado especialmente nos Estados Unidos e considerado por muitos como um esporte caro e violento. Essa variação do futebol americano conquistou adeptos em solo maranhense. A diferença é percebida em campo, no Flag.

Os times são compostos por cinco ou oito jogadores, as jogadas não são interrompidas na força e sim na estratégia e velocidade. Ao invés de derrubar o jogador que estiver com a bola, a defesa deve puxar uma das duas flags (fitas) que cada atleta carrega na cintura e assim parar o ataque. Resumidamente, é um jogo de conquista de território. Mas como não existe um combate direto, não há necessidade de inúmeros equipamentos de proteção, tornando o esporte mais fácil de ser praticado.

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Foto: Divulgação

Quem pensa que o esporte é dominado apenas pelos homens está enganado. As mulheres não estão de fora dessa disputa. Na cidade de Imperatriz, distante cerca de 630 km da capital maranhense, o Riversides, time feminino de Flag, tem driblado a falta de recursos com criatividade e empenho. A trajetória do time feminino começou em 2017, quando algumas meninas que assistiam aos treinos do time masculino se interessaram pelo esporte e começaram a praticar. Mas foi em janeiro deste ano que o time foi oficializado. O nome Riversides, que em português significa Ribeirinhos, foi uma forma de homenagear um dos cartões postais de Imperatriz, a Avenida Beira Rio.

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  Foto: Divulgação  

Jogando Flag há cerca de um ano, a técnica em enfermagem, Flávia Santana, de 23 anos, se aproximou do esporte através do irmão. “Ele também joga pelo Riversides, então eu observava toda essa movimentação do time, de forma bem próxima. Sempre fui muito envolvida com atividades esportivas, pratiquei basquete durante o ensino médio e já conhecia o futebol americano, mas o flag é diferente e me encantou. Com a modalidade apreendia ser mais centrada e ter comprometimento, porque o esporte exige dedicação”, explicou a atleta.

A formação feminina do Riversides acabou se tornando uma importante ferramenta para a divulgação do esporte junto à comunidade. Hoje, o time é composto por 10 meninas, que treinam aos finais de semana, no Complexo Esportivo Barjonas Lobão, mais conhecido como Fiqueninho, localizado no Centro de Imperatriz.

Segundo treinador e fundador do time, o jornalista Tayã Santana, treinar as meninas está sendo desafiador. Ele também faz parte do elenco masculino do Riversides. “Estamos aprendendo e crescendo juntos. Sempre gostei de acompanhar os jogos de futebol americano, minha inspiração é o quarterback pelo New England Patriots, Tom Brady. Treinar um time feminino de Flag foi algo que jamais imaginei, mas poder acompanhar o desenvolvimento da equipe é inspirador”, disse.

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Foto: Divulgação

As conquistas e sonhos, porém, acabam contrastando com a dificuldade. A falta de patrocínio, muitas vezes, faz com que não seja possível realizar grandes investimentos no time. “A falta de conhecimento sobre a modalidade ainda é algo que prejudica o desenvolvimento do esporte. Não temos patrocínio e muitos cobram um melhor desempenho melhor dentro de campo, sem saber as dificuldades que time enfrenta”, afirmou o fundador do time, que completou alegando que quando não conseguem parcerias, as jogadoras promovem ações para arrecadar dinheiro. “Nossa modalidade não é tão cara, mas os custos de viagem às vezes ficam altos. Nesses períodos vendemos rifas ou tiramos do próprio bolso para conseguir custear as competições”, frisou.

A união entre o time feminino e masculino está contribuindo positivamente para mudar este cenário. “As equipes estão se fortalecendo e aumentando o nível de competitividade, com isso vamos conquistando o público nos jogos e crescendo cada vez mais dentro do cenário regional.”

Fazer com que o Riversides se consolide como um time vencedor nas competições regionais é o principal objetivo para os próximos anos. “O flag representa muito para mim. Se tornou um sonho. Torço para que o time se fortifique cada vez mais e que esse esporte seja mais reconhecido.Recebo vários incentivos do meu treinador, que me possibilita jogar em diferentes posições. Atualmente  jogo na posição de quarterback,  atuando na função de capitã do time, já realizei alguns touchdowns. Mas espero que o time cresça, para que outras meninas também possam fazer parte e eu possa desenvolver a função de wide receiver , que é a que eu mais gosto dento do time. O flag tem me ensinado a superar limites”, conclui a quaterback Flávia Santana.

Glossário

  • NFL – Liga esportiva profissional de futebol americano dos Estados Unidos
  • Super Bowl – A grande final da NFL
  • Ubermodel – Super Modelo
  • Quarterback – A jogadora que lança a bola ao ataque
  • Wide Receiver – é uma posição ofensiva no Flag, é o jogador chave na maioria das jogadas para pontuações. Os Receivers estão entre os jogadores mais rápidos no campo.
  • Touchdown – quando o jogador atravessa a marca de 50 jardas do campo adversário
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