Fluminense é campeão da Taça Guanabara
Nos pênaltis, Fluminense bate o Flamengo em clássico eletrizante e leva Taça Guanabara
Para justificar o habeas corpus, o ministro Marco Aurélio alegou que um recurso impetrado pela defesa do goleiro está parado no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) desde 2013. Na decisão, o ministro afirma que “a esta altura, sem culpa formada, o paciente está preso há seis anos e sete meses” e que “nada, absolutamente nada, justifica tal fato. A complexidade do processo pode conduzir ao atraso na apreciação da apelação, mas jamais à projeção, no tempo, de custódia que se tem com a natureza de provisória”. Acionado desde a saída do goleiro da prisão, o TJ não informa os motivos pelos quais o recurso ainda não foi julgado.
Bruno, que foi campeão brasileiro pelo Flamengo em 2009, foi preso em 2010. O corpo de Eliza Samudio nunca foi encontrado. O julgamento ocorreu em 2013. A defesa afirma que o goleiro teria pelo menos dez propostas de clubes para voltar a jogar futebol. Dois deles, Chapecoense e Bangu, no entanto, negaram ontem interesse em ter o goleiro em seus quadros.
Começo intenso é abertura de jogaço
O clássico não poderia ter começado melhor para o Fluminense, que logo aos quatro minutos abriu o placar com Wellington Silva em contra-ataque. O início de jogo, aliás, deixou o torcedor sem fôlego. William Arão empatou aos oito, e em seguida Alex Muralha pegou recuo com a mão e permitiu cobrança em dois toques dentro da área. Sorte do goleiro que o chute de Sornoza explodiu em Pará, e o erro não criou problemas maiores.
Nem parada técnica diminui o ritmo
O calor no Rio de Janeiro bateu 33º, mas a parada para reidratação não prejudicou o ótimo andamento do clássico. Mesmo criando menos, o Flamengo insistiu na bola aérea e por este caminho conseguiu a virada. O cruzamento de Pará encontrou Guerrero sozinho, e Éverton aproveitou rebote de Júlio César para virar o jogo.
Pênalti sem polêmica e cobrança com categoria
A desvantagem não abalou o Fluminense, que seguiu criando boas chances. O meio-campo verticalizou os ataques e frequentemente colocou a defesa adversária em apuros. O que rendeu o gol, porém, foi um toque de mão de Guerrero dentro da área, marcado acertadamente como pênalti. Henrique Dourado converteu.
Guerrero faz golaço de falta
Quando o jogo diminuiu de ritmo e a taça parecia destinada ao Fluminense, Guerrero fez lindo gol para levar a decisão aos pênaltis. O Flamengo não fazia um gol de falta desde 9 de abril do ano passado, um jejum de 11 meses que acabou na rede de Júlio César.
Fluminense para no segundo tempo
O defesa tricolor, que ainda não tinha sofrido gols na Taça Guanabara, não repetiu bom desempenho. Os gols de William Arão e Éverton saíram muito por culpa da má marcação, que deixou Guerrero livre duas vezes e não acompanhou o rebote em ambas. Ofensivamente o time explorou muito bem os espaços da defesa rival, principalmente em contragolpes. Na etapa final a correria foi trocada pela cadência. O Flu se portou bem ao controlar a velocidade da partida, mas foi castigado com novo empate na reta final. Sorte que o título veio nos pênaltis.
Flamengo tira empate da cartola, mas falha nos pênaltis
Dois dos gols do Fluminense saíram em contra-ataques construídos até com certa naturalidade. Os lances expuseram a fragilidade da defesa rubro-negra no primeiro tempo, quando o ritmo foi mais acelerado. Após o intervalo, quando precisou correr atrás do placar, o Flamengo encontrou muita dificuldade para criar. Teve em Guerrero o seu herói, com ótima cobrança de falta. Na decisão por pênaltis, porém, os zagueiros Réver e Rafael Vaz cobraram muito mal e permitiram que o Flu vencesse as cobranças por 4 a 2.
Organização do Fla-Flu e o forte esquema de segurança montado
830 agentes foram escalados para trabalhar no Engenhão – garantiram o clima de paz na decisão da Taça Guanabara. Não houve confrontos entre os torcedores e o Jecrim teve movimentação tranquila.
“Graças ao trabalho dos clubes e das forças de segurança não tivemos problemas no clássico. Temos que comemorar, pois foi realmente um Fla-Flu de paz”, comentou o Major Sílvio Luiz, comandante do Gepe (Grupamento Especial de Policiamento em Estádios) da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
Nostalgia estampada na camisa
Fla-Flu em decisão imediatamente faz o torcedor do Fluminense lembrar do gol de barriga. Em 1995, o Flamengo buscou um empate incrível e tudo no Maracanã indicava o título rubro-negro, mas o Fluminense, com nove em campo, teve em Renato Gaúcho o herói do 3 a 2. Na ocasião a camisa tricolor tinha a mensagem “Ame o Rio”, frase novamente estampada ontem. Coincidência ou não, o placar ontem foi o mesmo.