SÃO LUÍS
Terceira etapa da 1ª taça Ilha favela reúne 14 times de vários
Os jovens participantes são estimulados ao esporte, se integram socialmente, ocupam a mente com algo útil
“O alcance desse projeto é múltiplo. Os jovens participantes são estimulados ao esporte, se integram socialmente, ocupam a mente com algo útil. E ainda têm contato com a arte. Muito importante esta iniciativa, sobretudo por ser voltado ao jovem”, avaliou coordenador geral da Central Única das Favelas (Cufa) no Maranhão, Emerson Melo, se referindo ao projeto ‘1ª Taça Ilha Favela’ de futebol de campo. A ação é promovida pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Sedel), com recursos da Lei de Incentivo ao Esporte e em parceria com a Cufa. Faz parte das atividades do ‘Novembro pela Paz’.
Neste fim de semana foram realizados os jogos das semifinais, encerrando a terceira etapa do campeonato, com a participação de 14 times dos bairros Sá Viana, Coroado e Cidade Operária. As partidas aconteceram pela durante a manhã e tarde, simultaneamente, em diversos locais. Em um dos jogos, os times Ludovicense e RFC, ambos da Cidade Operária, se enfrentaram na tarde do sábado (19), no estádio Cardosão, no bairro Sá Viana.
Para quem faz parte do projeto, a oportunidade é mais que esportiva. É o que pensa o estudante Paulo Victor Oliveira Soares, de 17 anos, que integra a equipe do Schalker04, do bairro Cidade Olímpica. “O projeto é um resgate. Além da atividade esportiva está tirando muitos jovens do caminho errado e reunindo para jogar, para confraternizar. Eu me sinto feliz por fazer parte deste projeto e espero que continue, porque muitos outros jovens precisam dessa oportunidade”, disse.
Motivar o interesse pelo esporte e a reunião com os amigos são os pontos mais importante da ação, segundo o estudante Walker Marques Nunes Filho, 18 anos, do time Ludovicenses, da Cidade Operária. O jovem já praticava esporte nos jogos do time no próprio bairro. Com o projeto ganhou um estímulo a mais. “Aqui reencontrei alguns amigos de bola e está sendo interessante por divulgar nosso time. Me sinto muito mais motivado a treinar”, pontuou o adolescente.
Os times vencedores das semifinais prosseguem no campeonato em busca do primeiro lugar. No total, serão três premiações principais e todos os times recebem medalhas pela participação. Quem vencer ganha, pela primeira colocação, o prêmio no valor de R$ 3 mil; a segunda posição fica com R$ 2 mil; e o terceiro lugar, R$ 1 mil. A solenidade de encerramento será dia 26 de novembro. Todos os jogos são transmitidos pela Rádio Timbira e a TV Guará também faz transmissões.
A programação do ‘Novembro pela Paz’ será realizada durante todo este mês e se destina a promover ações pela promoção da cultura de paz entre as comunidades. No cronograma estão atividades culturais, artísticas e esportivas, com o objetivo de estimular a melhor convivência e respeito entre as pessoas.
Esporte, arte e consciência
Na ocasião dos jogos, profissionais do grafite produzem arte nos espaços públicos dos bairros atendidos pela ação. O Estádio Cardosão ganhou cores em um painel pintado durante os jogos. O muro, antes branco, agora carrega uma mensagem de otimismo para o esporte e a educação, por meio do desenho. “A ideia não é apenas fazer um desenho. Ele precisa ter um sentido, uma mensagem, e sempre que fazemos a arte temos isto em mente. Queremos que está arte seja vista, admirada e interpretada. Que faça sentido para as pessoas”, disse o grafiteiro Bruno Galvão.
Integrante do Grupo Nagô, da área Coroado/Redenção, Galvão ressalta que são vários os trabalhos realizados pelos integrantes do grupo, tanto por encomenda, quanto por voluntariado e na ocasião de eventos como a ‘1ª Taça Ilha Favela’. “Nós sabemos que temos um compromisso com a conscientização, principalmente dos jovens. E queremos mostrar isso com a nossa arte. Que deixe o espaço mais belo e que também eduque e sensibilize para questões diversas despertando a sociedade”, enfatizou. Os temas grafitados referem, principalmente, ao esporte e educação, focos do evento.
Intervenções artísticas também integram a programação do projeto com apresentações musicais, dança e shows de rap. Entre as atrações está o rapper Preto Nando, uma das maiores referências do hip hop maranhense, e ainda DJ Grafite B Boys e grupos de street dance.
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