DECEPÇÃO NAS URNAS

Candidatos ‘famosos’ não conseguem se eleger

Nomes ligados ao esporte fracassam na tentativa de conseguir vagas na Câmara Municipal de São Luís , obtendo votações decepcionantes

Os nomes ligados ao esporte terminaram a corrida eleitoral sem uma vaga na Câmara Municipal de São Luís. Foi uma coleção de decepções dos atletas que fizeram sucesso recentemente, dirigentes e cronistas esportivos.
Hans
O futebol (esporte das multidões) não conseguiu eleger nem mesmo o presidente de um dos clubes de maior torcida do Norte e Nordeste. Hans Nina (Moto), que levou o time ao título de campeão maranhense de 2016 e ao acesso à Série C do Campeonato Brasileiro, além de vaga garantida nas copas do Nordeste e do Brasil de 2017, recebeu apenas 3.615 votos, insuficientes para levá-lo ao Legislativo municipal. Em eleições anteri
ores, a mesma torcida motense elegeu alguns nomes como Faísca, Alberto Aboud, Edmar Cutrim e José Raimundo Rodrigues, entre outros.
Arlindo
Nina não ficou sozinho nessa história. Um dos maiores ídolos da história recente do Sampaio Corrêa, o capitão Arlindo Maracanã, recordista de títulos 
e de acesso no Brasileiro com a camisa tricolor, decepcionou-se ao conferir apenas 1.619 votos, a maioria deles do bairro onde mora e adjacências. Em São José de Ribamar (região metropolitana), o ex-atleta do Sampaio, Renatinho, contou apenas 24 votos. Em pleitos anteriores, o Sampaio elegeu, entre alguns nomes, Djalma Campos e Brito Ramos (ex-atletas), Bento Farias (dirigente), Pereirinha e, mais recentemente, Sérgio Frota, atual presidente, ex-vereador e hoje deputado estadual.
Iziane
Um dos maiores nomes do basquete nacional, Iziane Castro, que recentemente foi campeã brasileira da LBF pelo Sampaio Corrêa e vestiu a camisa da Seleção Brasileira na Olimpíada do Rio de Janeiro, não converteu em votos a idolatria da torcida amante desse esporte no Maranhão. Foram apenas 563 votos recebidos, muito longe das expectativas.
A mesma sorte teve o campeão pan-americano de handebol (2003), com passagens por grandes clubes do Sul, artilheiro de várias competições nacionais, Wingliton Rocha Barros (o China), revelado pelo Moto, que obteve 726 votos.
Cronistas
Apresentador de televisão e cronista esportivo, ex-presidente do Moto, ex-deputado estadual e ex-vereador, José Raimundo Rodrigues, que notabilizou-se ao criar o bordão “O time X está é na taca”, foi outra decepção: 388 votos. Zé Raimundo também foi um dos maiores divulgadores da cultura popular em São Luís. A ele se juntaram Carlos Brandão, narrador de futebol da Rádio Capital, conhecido pelo bordão “Ó meu Neguinho, eu tô ligado em você!”, que recebeu 216 votos. Embora tenha se afastado da imprensa esportiva há pouco tempo para dedicar-se à política, o que teve melhor desempenho foi João Batista Matos (ex-repórter de O Imparcial), com 4.075 votos, insuficientes, porém, para garantia de uma vaga pela coligação partidária, fechando assim o leque de frustrações do pleito do último dia 2 de outubro.
Muitas frustrações em vários estados
Foram poucos os nomes ligados ao esporte que terminaram a corrida eleitoral com uma vaga na Câmara. Dois deles saíram em Porto Alegre: o ídolo do Grêmio, Tarciso Flecha Negra, e o ex-jogador e ex-treinador Cassiá Carpes. Ídolo do Atlético-PR, Paulo Rink foi eleito vereador em Curitiba, assim como Hugo Duppre, por Santos (SP). O eixo Rio-São Paulo trouxe um acervo de decepções. Na capital fluminense, o ídolo vascaíno Roberto Dinamite, o ex-jogador e ex-treinador Andrade, a ex-ginasta Georgette Vidor. Além disto, os ex-zagueiros Jorge Luiz e Odvan não tiveram votos suficientes por Niterói e Campos, respectivamente.
Juarez Santos, que foi ouro no Pan-Americano disputando caratê, não conseguiu vaga em Duque de Caxias. Janina, medalha de bronze em Sydney-2000, teve apenas 160 votos em Campos.
Fato atípico em Minas Gerais
Embora o dissabor tenha ditado a caminhada dos esportistas nas urnas, um feito atípico fez as Eleições-2016 entrarem para a história. Na noite de domingo, os eleitores de Belo Horizonte sacramentaram que a decisão do Segundo Turno acontecerá “à moda atleticana”, entre o ex-goleiro João Leite e o ex-presidente do clube, Alexandre Kalil.
O ex-arqueiro, que marcou época entre as décadas de 1970 e 1980 ao vencer títulos estaduais e ser finalista de dois Brasileiros, foi o mais votado na corrida para a prefeitura, com 395.952 votos (33,40%). Já Kalil, que foi mandatário durante o período dos títulos da Copa Libertadores e da Recopa Sul-Americana, obteve 314.845 votos (26,56%).
Outros craques
Marcelinho (foto), mesmo tendo mais de 12 mil votos, sequer aproximou-se do sonho de uma candidatura. Ademir da Guia e Tonhão, representantes do Palmeiras, e Waldir Perez, ídolo do São Paulo, também, estiveram abaixo da média.
Em outras cidades, nomes de todas as áreas também tiveram votações decepcionantes. Campeão brasileiro pelo Vasco em 1989, o ex-volante Zé do Carmo não emplacou sua candidatura em Recife (PE), o lutador de MMA Thiago Tavares também não se elegeu em Florianópolis (SC). Entre os que tiveram candidaturas frustradas em Salvador (BA), Zé Carlos, campeão brasileiro de 1988 pelo Bahia, obteve apenas 1.239 votos.
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