PARALIMPÍADA

Brasil se mantém na quinta colocação

Claudiney Batista, no arremesso de discos, e Daniel Martins, nos 400m, fizeram bonito

Até o momento, o Brasil continua mantendo a 5ª colocação no quadro de medalhas da Paralimpíada Rio’2016, com um total de 18, sendo cinco de ouro, oito de prata e cinco de bronze. Quem fez bonito foi o brasileiro Claudiney Batista dos Santos, de 37 anos, que ganhou medalha de ouro e quebrou o recorde paralímpico no lançamento de disco. Ele competiu na classe F56, para cadeirantes e lesões similares. Batista alcançou a marca de 45,33 metros. O recorde anterior era de 44,63m.
Mais cedo, Daniel Martins havia conquistado o terceiro ouro para o país nos 400 metros T12 (deficientes intelectuais). Recordista mundial na categoria, o brasileiro correu sem ser ameaçado pelos rivais, ganhou a prova e bateu seu próprio recorde mundial, marcando 47s22, superando os 47s78 anteriores. O segundo colocado foi Luís Arturo Paiva, da Venezuela, com 47s83, e, em terceiro, Gracelino Tavares Barbosa, de Cabo Verde, que era favorito ao ouro, com 48s55.
À noite, pela final do arremesso de dardo F37, Shirlene Coelho, porta-bandeira brasileira na cerimônia de abertura, superou as adversárias e subiu ao lugar mais alto do pódio com o melhor lançamento, de 37,57m.
Também não fez por menos ontem a judoca Alana Maldonando, que ficou com a medalha de prata da categoria até 70 quilos. Ela foi derrotada na final pela mexicana Lenia Ruvalcaba Álvarez na decisão por imobilização. E, pela sexta vez, o mundo de Antônio Tenório mergulhou em um turbilhão de aplausos e gritos exaltados de fãs admirados. O judoca não precisava enxergar para sentir uma torcida encantada na Arena Carioca 3. Ninguém precisava. Aos 45 anos, o paulista de São José do Rio Preto se despediu dos Jogos Paralímpicos da maneira como sempre sonhou: com uma prata na categoria até 100kg, com o sexto pódio em sua sexta participação.
Mais três bronzes completaram o quadro de medalhas no fim da tarde, com Daniel Dias na natação; Rodrigo Parreira no atletismo; e Willians de Araújo no judô. O judoca ficou cego em um acidente doméstico e quase desistiu de competir, depois que perdeu a disputa do bronze em Londres. Fenômeno da natação, Daniel conquistou a medalha de bronze nos 50m borboleta, categoria S5, e chegou ao impressionante número de 18 pódios na carreira, desde a estreia em Pequim’2008. O nadador de Campinas (SP), de 28, que já foi ouro nos 200m livre e prata no 4x50m livre misto até 20 pontos na Rio’2016, ainda disputa outras seis provas na competição.
No Engenhão, com arrancada surpreendente, Rodrigo, que tinha a pior marca na temporada entre os finalistas dos 100m da classe T36 (atletas com paralisia cerebral), faturou o bronze com o melhor tempo da vida, novo recorde das Américas: 12s54.AMBIÇÃO Sem o membro inferior de uma das pernas, Batista já havia ganho a medalha de prata em lançamento de dardo, na Paralimpíada de Londres, em 2012. Na mesma edição, ele ficou em quarto lugar no lançamento de disco. A sua ambição era ganhar uma medalha na Paralimpíada do Rio.
O atleta entrou para o atletismo paralímpico em 2007, dois anos depois de sofrer acidente de moto, que resultou na amputação da perna esquerda a partir do joelho. Antes do acidente, ele exercia funções como instrutor em uma academia de musculação, segurança e barman. Porém, sempre foi um amante do esporte e praticava musculação, futebol, capoeira e jiu-jítsu.
“Conheci o esporte paralímpico, que me fez ter alegria novamente e superar o extremo de minhas limitações. Hoje, tenho o esporte como um aliado, que me aproxima de novas amizades, melhora ainda mais minha saúde, me traz alegria, motivação para viver e, além disso, também é minha profissão”, disse o atleta.
O velocista Daniel Martins teve a primeira participação em Jogos Paralímpicos, conquistando a segunda medalha de ouro no atletismo, já que Ricardo Souza foi ao lugar mais alto do pódio no salto em distância, na quinta-feira. Nascido em São Paulo, sua deficiência intelectual foi detectada quando ele ainda estava na escola. Há três anos, começou a praticar esportes. O início foi no futebol, mas logo trocou para o atletismo: em uma brincadeira de dar a volta na pista, chegava sempre na frente. Aí, decidiu mudar de modalidade.
Choro
Já para a judoca Alana foi mais dramático. A brasileira, de 21 anos, acabou dominada pela adversária, prata em Pequim’2008, na final. Já tinha levado uma punição quando foi derrubada e imobilizada pela mexicana. Quando o juiz sinalizou o fim do combate, Alana ficou no chão do tatame chorando antes de receber apoio da torcida na arquibancada.
A medalha de Alana Maldonado é a segunda do Brasil no judô feminino nas Paralimpíadas. A segunda de prata. Na sexta-feira, Lúcia Teixeira chegou à final da categoria para atletas com até 57kg, mas também foi derrotada na decisão.
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