O empate quádruplo no Grupo A do vôlei masculino será desfeito, nesta segunda-feira (15/8), com a última rodada da chave. A Itália está classificada. O México, eliminado. Os outros quatro lutam por três vagas nas quartas de final: França, Canadá, Brasil e Estados Unidos, todos com duas vitórias e duas derrotas. Para avançar sem ter de se apegar à calculadora, a Seleção terá de superar a França por qualquer placar.

Em pleno Maracanãzinho, o time de Bernardinho arrisca não passar de fase pela primeira vez desde Moscou-1980. Naquela ocasião, a equipe terminou os Jogos em sexto lugar. Nas oito edições seguintes, o Brasil sempre trilhou o caminho do ouro, alcançando cinco finais olímpicas. Há tempo de mudar algo técnico ou a tática em 48 horas? “Se não mudar, a gente vai perder. Só isso que eu tenho para falar”, respondeu o levantador Bruninho, ríspido, na saída de quadra após a derrota para a Itália, por 3 sets a 1.

Jogadores e comissão técnica têm reclamado dos horários das partidas, às 22h35, a cada dois dias — mesmo horário do duelo de hoje, diante da França. O jogo contra a Itália acabou à 0h34, e já passava das 2h30 quando os atletas chegaram à Vila Olímpica para dormir. “Não temos conseguido treinar efetivamente. As madrugadas são muito difíceis. e o dia seguinte também, porque o desgaste da noite maldormida é muito grande”, avaliou Bernardinho, na entrevista coletiva nervosa após a partida, quando distribuiu ainda mais mau humor do que o habitual.

As derrotas para Estados Unidos e Itália — além do set perdido diante do México — evidenciaram a falta de alternativas do time titular. Não há um ponteiro em condição de render Lucarelli, por exemplo. O “herdeiro” de Murilo e Giba começou bem contra a equipe italiana, com nove pontos no primeiro set, mas só marcou seis nas parciais seguintes. Também naufragou na recepção, com apenas sete acertos em 26 tentativas, e não fez ponto de bloqueio.

Os atletas têm sido unânimes ao citar a pressão por resultados como motivo dos resultados ruins no fim da semana, mas ainda não há solução à vista. “Se eu soubesse o motivo do peso, já teria tirado das costas deles”, disse Bernardinho.