RIO 2016

Favoritos, EUA são eliminados nos pênaltis

Nos pênaltis, equipe sueca bateu as norte-americanas por 4 a 3.

A maldição do Mané Garrincha pegou os Estados Unidos. Após as equipes masculinas de México e Argentina, atual campeã olímpica e bicampeã, respectivamente, o time feminino do Tio Sam deu adeus à Rio 2016 na arena candanga. Favorita a medalha de ouro, é a primeira vez que fica fora da final do torneio, desde que a modalidade faz parte de uma Olimpíada (Atlanta, em 1996). Nas cinco ocasiões, faturou quatro ouros e uma prata (em 2000, quando perdeu na prorrogação com morte súbita para a Noruega). Na luta pelo quinto título e o tetracampeonato consecutivo, ela caiu diante da Suécia, na tarde desta sexta-feira (12). Após o tempo normal terminar empatado em 1 a 1, houve uma prorrogação sem gol. Nos pênaltis, as nórdicas bateram as norte-americanas por 4 a 3.
 
A Suécia, por outro lado, nunca faturou uma medalha olímpica. Seu melhor desempenho é o quarto lugar nos Jogos de Atenas, em 2004. Nesta edição das Olimpíadas, a equipe também não vinha apresentado grandes resultados. Venceu apenas na estreia, contra a África do Sul, por apenas um gol de diferença. Depois, perdeu por 5 a 1 para o Brasil e empatou sem gols com a China, em Brasília, na última terça-feira. Entre os classificados para as quartas de final, a Suécia tem a pior defesa (com 5 gols sofridos) e também o pior ataque (com dois gols marcados). Por tudo isso, as suas jogadoras comemoram bastante ao final do confronto com os Estados Unidos.
 
Apoio em campo
 
Os brasileiros presentes a arena candanga apoiaram as suecas e vaiaram as norte-americanas desde o aquecimento das equipes. No momento da cobrança dos pênaltis, eles correram para trás do gol escolhido pela arbitragem para a decisão. E engrossaram os coros contra e a favor. Comemoram cada gol da Suécia como se fosse do Brasil.
 
Os Estados Unidos desperdiçaram logo a primeira cobrança. Também a última. Já a Suécia aproveitou as duas primeiras. A goleira Hope Solo pegou a terceira tentativa das adversárias. Em vez de comemorar, saiu com o semblante sério, sem nem olhar para trás, onde estava a maior parte da torcida, contrária a ela.
 
Goleira une “coxinhas” e “petralhas”
 
Nada de “Fora, Temer!”, “É golpe” ou “Tchau, querida!”. O único alvo dos brasileiros reunidos na capital na tarde desta sexta era a goleira Hope Solo. Ela conseguiu a proeza de unir adversários e defensores da presidente afastada Dilma Rousseff (PT). “Olê, olê, olá! Zika, zika!”, cantavam os dois grupos, em uníssono som, sempre que a defensora pegava a bola no Mané Garrincha, em jogo.
 
Hope Solo, antes queridinha por sua beleza e eficiência, conseguiu reverter o jogo para si por causa de foto postada no Instagram com o seu arsenal contra o vírus Zika, pouco antes da Olimpíada no Brasil. Desde então, mesmo tendo pedido desculpas em entrevistas, ela é perseguida pelos brasileiros.
 
Assim como aconteceu nas três partidas da primeira fase da Rio 2016, brasileiros se manifestaram sempre que ela pega a bola. Quando ela corria para bater um simples tiro de mata, os torcedores disparavam um “ziiiiiikaaa!!!”. Uma alusão ao homofóbico “biiiiichaaa!!!”, importado das arquibancadas mexicanos e muito comum nos estádios tupiniquins.
 
Consequentemente, Hope Solo atraiu para a sua seleção a antipatia dos torcedores locais na Olimpíada. Na tarde de ontem, as norte-americanas recebem vaia sempre que estão com a bola. O contrário acontecia com as suecas, aplaudidas desde a entrada para o aquecimento.
 
Arena dos empates
 
Em oito jogos – sendo seis masculinos e dois femininos -, apenas sete gols foram marcados na arena brasiliense. Na Fonte Nova, onde o Brasil conquistou a vaga para as quartas, foram 39 gols marcados, o que rende ao estádio baiano o título de mais “ofensivo” dos Jogos Olímpicos até o momento. Vale ressaltar, inclusive, que alguns estádios receberam menos jogos que o Mané. É o caso, por exemplo, do Mineirão. Segundo colocado na lista das menos “vazadas”, a arena mineira teve 20 gols em seis partidas.
 
O Mané Garrincha também pode ser considerado a arena do empate. Desde a sua reinauguração, em maio de 2013, o estádio já sediou 89 partidas e 34 delas – equivalente a 38% – terminaram sem um vencedor. Clube que mais mandou partidas no local, o Flamengo conhece bem esta sina. Em 18 jogos disputados no Distrito Federal, os cariocas empataram 11.
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