Sob um sol escaldante e gritos frenéticos de “e-l-i-m-i-n-a-d-o”, repetido à exaustão pelos brasileiros nas arquibancadas, a Argentina deu adeus à Brasília e ao sonho do tricampeonato olímpico de futebol masculino. Nossos vizinhos empataram em 1 a 1 com Honduras, na tarde desta quarta-feira (10). Seleção sem tradição no esporte, a equipe da América Central conquistou a segunda vaga do grupo D, com seis pontos.

 

Portugal ficou com o primeiro lugar. Somou sete pontos (ganhou de Argentina e Honduras) e terminou a primeira fase com o placar de 1 a 1, contra Argélia, em partida realizada também na tarde desta quarta, no estãdio Mineirão, em Belo Horizonte.

 

Em um jogo eletrizante, com muitas chances de gols desperdiçadas, incluindo um pênalti para cada lado, Argentina e Honduras fizeram a melhor partida do futebol masculino olímpico em Brasília. Até então, a capital sediou outros quatro jogos incluindo dois da Seleção Brasileira, sem um gol. Com apenas três pontos no grupo D do torneio olímpico de futebol masculino, a Argentina precisava vencer por qualquer placar para continuar na disputa por medalha na Rio 2016. A Honduras, bastava o empate.

 

Xingamentos

 

Ao fim da partida, os hondurenhos saíram ovacionados do Mané Garincha pelos brasileiros. Diferentemente dos argentinos, que provocaram um início de tumulto em campo, após o apito final, rapidamente contido por atletas e integrantes das comissões técnicas das duas seleções.

 

Assim como vem acontecendo nas arenas olímpicas do Rio de Janeiro, brasileiros e argentinos trocaram farpas nas arquibancadas. Com camisas da seleção e de clubes de futebol do país, os “hermanos” eram hostilizados sempre que manifestavam apoio ao time em campo. O mesmo acontece quando o goleiro Rulli, da Argentina, batia um tiro de meta. Nesse momento, brasileiros gritavam em coro: “biiiiiicha”.

 

Mas os torcedores argentinos não se intimidaram. Pularam e cantaram sem parar. Além do barulho ser uma marca dela em toda competição, a torcida tinha que dar apoio dobrado à sua equipe na arena candanga. Sob um sol forte, com umidade abaixo dos 30%, temperatura média de 30oC e sensação térmica de 32oC, a Argentina partiu para cima de Honduras logo no início do jogo decisivo.

 

 

Com o gramado do Mané Garrincha pior a cada dia, o jogo começou às 13h, para um público pequeno. Das 10 partidas da Rio 2016 em Brasília, essa foi a primeira realizada neste horário, o mais crítico no período de estiagem do Distrito Federal. Por isso, aos 30 minutos de cada tempo, houve uma parada para a reidratação dos atletas.

 

A primeira metade do jogo terminou em 0 a 0, com muitas chances de gol desperdiçadas pelas duas seleções. Com os argentinos indo mais ao ataque, mas de forma desordenada, os hondurenhos criaram oportunidades em contra-ataques, sempre com o apoio da torcida brasileira. No último lance, Honduras desperdiçou um pênalti, marcado corretamente pelo árbitro.

 

Ambas equipes demonstram nervosismo. Além dos erros de passes e de finalizações, não economizam em faltas. O árbitro deu três cartões amarelos (dois para Honduras) em 45 minutos.

 

Os dois times voltaram melhores e com mais fome de gol, na segund etapa. De pênalti, Anthonny Lozano abriu o placar para Honduras, ao 29 minutos. Maurício Martínez empatou ao 47, após uma falta na entrada da área. Ele chutou forte, a bola desviou na zaga adversária e enganou o goleiro. Mas já era tarde para as pretensões argentinas.

 

 

Ainda nesta quarta-feira (10), pelo torneio masculino de futebol, se enfrentam no Mané Garrincha Coreia do Sul e México, às 16h. Na sexta-feira (12), Brasília será palco de uma das disputas das quartas de final do torneio feminino, às 13h. No dia seguinte, será a vez da disputa na modalidade masculina, no mesmo horário.