RIO 2016

Uniformes da abertura e encerramento foram apresentados

O Comitê Olímpico Brasileiro apresentou na ultima quarta-feira os uniformes que serão usados pela delegação brasileira nas cerimônias de abertura e de encerramento dos Jogos

O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) apresentou na ultima quarta-feira os uniformes que serão usados pela delegação brasileira nas cerimônias de abertura e de encerramento dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Os atletas Ana Sátila (canoagem), Marcus D’Almeida (tiro com arco), Pedro Gonçalves (canoagem) e Aline Silva (luta olímpica) serviram de modelos durante a apresentação no Parque Lage, no bairro do Jardim Botãnico, na zona sul do Rio.
Criados pela estilista Lenny Niemeyer, o uniforme masculino é composto por blazer azul marinho de sarja de algodão nacional, camisa social branca de tricoline e calça de sarja na cor areia. As mulheres vestirão saia, blusa e écharpe com estampas em tons verde, amarelo e azul e chapéu de palha. Os sapatos serão também na cor areia em camurça.
 
O projeto da estilista foi escolhido, por unanimidade, entre cinco propostas apresentadas em um concurso feito pelo COB. Organizada pelo diretor criativo da São Paulo Fashion Week, Paulo Borges, e pela rede de lojas de departamento C&A, a seleção ouviu um grupo de cinco atletas, representantes do comitê e da C&A.
 
“Não tem nada mais emocionante na minha trajetória profissional, do que imaginar 1.600 atletas vestidos com sua roupa para 1 bilhão de espectadores. Eu me emociono só de pensar no que vai acontecer na hora”, disse.
 
A estilista contou que criar um uniforme que atenda a atletas com diferentes estaturas, que medem de 1,5 metro até mais de 2 metros, foi um desafio. “Tem que buscar uma forma para que todos fiquem elegantes, não só para o olhar do grande público, mas para eles mesmos, porque este é um momento muito importante e de muito orgulho para os atletas na entrada e encerramento dos Jogos Olímpicos. Quero que isso fique na memória deles não só pelo momento, mas por poderem estar se sentindo elegantes”, completou.
Junto com a equipe de designers, a estilista levou 15 dias para definir a estamparia, que traduzisse as flores, fauna e o litoral do Brasil. Além de ser um uniforme atemporal e clássico. “Que pudesse ser visto daqui a 10, 20, 30 anos e ainda pudesse estar na moda e com uma leitura bonita para todos que vão ver”, disse.
O conforto também foi levado em conta por Lenny Niemeyer, que escolheu materiais como algodão e elastano para as roupas.
 
“É a cara do Brasil. É confortável e estar vestindo, agora, e ver que é maravilhoso, a gente está se sentindo bem. O Brasil vai ser o melhor país, com certeza”, disse a canoísta Ana Sátila, que participou do grupo de atletas que participou da seleção do projeto. Ela destacou que é emocionate participar de uma Olimpíada. “A emoção de entrar no estádio lotado, ainda mais na nossa casa. Vai ser incrível. Tenho certeza que para os atletas que estão na primeira Olimpíada vai ser inesquecível, como foi para mim. Saber que a gente vai ter a melhor roupa de todas vai ser lindo. A gente vai chegar, tipo, no máximo”, disse a canoísta, que está em sua segunda Olimpíada.
 
Marcus D’Almeida também participou do grupo que escolheu o uniforme vencedor do concurso. O atleta não estará na cerimônia de abertura, em 5 de agosto, no Maracanã, porque tem competição no dia seguinte a partir das 9h, no Sambódromo, centro do Rio, mas, mesmo assim, gostou do uniforme, que usará no encerramento do evento. “A proposta de ser leve e confortável veio perfeita. É bonito, está combinando o verde, o azul e o amarelo de uma forma elegante”.
 
Moda
 
O diretor criativo da São Paulo Fashion Week, Paulo Borges, destacou que o fato do uniforme ter sido escolhido em um concurso de estilistas introduziu a cadeia produtiva da moda nos Jogos Olímpicos. “No momento em que os atletas estiverem entrando no Maracanã, a moda estará presente.”
 
“Uma cerimônia de abertura tem essa pompa e circunstância, aquela emoção de abrir um evento e aqui na casa da gente. Acho que tudo isso está na roupa. Tem sofisticação. Tem uma cartela de cor muito bonita. Tem estampa que retrata a brasilidade bem identificada”, acrescentou.
 
De acordo com o presidente do COB e do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, o fundamental é que os atletas se sintam confortáveis. “O que é importante para o atleta é ele se sentir bem dentro do uniforme. Isso vale seja para uma cerimônia de abertura ou de encerramento, de competição, se estou falando como atleta olímpico, o que já senti, já aproveitei ou deixei de curtir”, disse, adiantando, que a área de licenciamento do Comitê Rio 2016 avalia a possibilidade do uniforme ou peças com a estamparia das roupas ser vendida para o público.
 
A C&A será responsável pelo fornecimento dos uniformes para a delegação brasileira. “A C&A entende que a moda é uma forma do indivíduo se expressar para o mundo e o esporte da mesma maneira é uma forma como as nações e países se expressam no planeta. Há uma conexão muito forte de propósito e ao mesmo tempo de se superar, se superar, se colocar à prova, vencer competir e isso também é muito presente no nosso mundo da moda”, disse o presidente da empresa, Paulo Correa.
 
Surpresa
 
Quando terminou a apresentação no casarão do Parque Lage, os atletas que serviram de modelos foram para os jardins para uma sessão de fotos. A estudante e estagiária de Direito, Andrea Cristina Gomes, de 39 anos, moradora da Vila Valqueire, na zona oeste do Rio, não esperava ver os uniformes. De férias, levou os filhos Deividson, 18 anos e Diane de 11 anos para passear no Parque Lage.
 
Andrea gostou de ver os atletas de perto e vestidos com os uniformes. “Vim passear e me deparei com esta surpresa. Bonito, representa o Brasil. Tem a nossa cara, as cores. Gostei. Bonito!”, disse, sorrindo.
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