TIRO COM ARCO

Bernardo Oliveira mira medalha inédita no Rio-2016

Marcus Vinícius, Daniel Rezende e Marcelo Costa também foram convocados

Depois de chegar bem perto de disputar as Olimpíadas de 2012, em Londres, o brasiliense Bernardo Oliveira vai integrar a equipe brasileira de tiro com arco no Rio-2016. Esperança de medalha para o país, o arqueiro voltará a Brasília após a participação nos Jogos para retomar a rotina de estudante de engenharia mecânica.
Bernardo se dedica exclusivamente ao esporte desde que trancou a matrícula do curso na UnB. “Não sei se estou preparado para voltar”, brinca o estudante. Pelo acordo que fez com a universidade, retomará os estudos logo após a competição, que, no caso dele, pode ir até 12 de agosto, cinco dias depois do início das aulas do semestre.
A principal esperança do Brasil na modalidade é a disputa por equipes. Marcus Vinícius, vice-campeão mundial em 2014, Daniel Rezende e Marcelo Costa serão os companheiros de Bernardo na busca da inédita medalha olímpica no esporte. O otimismo por um lugar no pódio se explica: o quarteto terminou em quarto lugar a etapa de Antalya, na Turquia, válida pelo Mundial de Tiro com Arco. O trio formado por Marcus, Daniel e Bernardo também foi bronze por equipes nos Jogos Pan-Americanos em 2015, em Toronto, no Canadá.
A vaga olímpica no esporte pertence ao país, não ao atleta. Portanto, mesmo tendo obtido a classificação para o Brasil aos Jogos de Londres, há quatro anos, Bernardo não competiu. Depois de garantir a participação nacional durante o Pré-Olímpico das Américas, brasiliense não foi bem nas competições seguintes e, sem manter o rendimento, ficou fora do evento inglês.
Apesar disso, o arqueiro viajou a Londres por conta do projeto Vivência Olímpica, que levou aos Jogos algumas promessas do esporte brasileiro. “A energia de uma Olimpíada é inexplicável, eu lembro que só pensava que em 2016 queria estar no Rio de Janeiro”, recorda.
Agora garantido, Bernardo vê com naturalidade o fato de estrear nos Jogos em casa. “Tem que saber enfrentar a pressão da torcida, temos de usar isso de forma positiva, para nos impulsionar”, opina o atleta. Ele mencionou o exemplo do Pan de Toronto, no qual a equipe local rendeu abaixo do esperado.
Rotina pesada
O brasiliense está há seis meses em preparação no Rio. O arqueiro treina seis dias por semana, sendo cinco em rotina integral, e passa cerca de 7 horas no campo de tiro. Além disso, faz preparação física, psicológica e trabalho com fisioterapeuta. Por dia, em média, dispara 350 tiros.
Apesar da mudança para o Rio no início do ano, Bernardo não esconde a paixão por Brasília, sua terra natal. “Dá uma agonia enorme sair daqui e ver nomes de rua, trânsito e buzina. Sou acostumado com o padrão de Brasília, não tem jeito”, conta ele, que elege o Pontão do Lago Sul como seu local favorito na capital.
Um dos rivais é quase cego
Os maiores rivais do Brasil no esporte são italianos, chineses, americanos e sul-coreanos. A Coreia do Sul é a atual campeã olímpica por equipes. O país é a terra natal de Im Dong Hyun, que já foi o número 1 do ranking e chegou a bater o próprio recorde mundial do esporte em Londres: 699 pontos em 720 possíveis.
Hyun é considerado legalmente cego do olho esquerdo: tem só 10% de visão. No direito, 20%. “A mira é a parte mais fácil, o difícil é colocar a flecha onde você está mirando”, explica Bernardo, ao contar que o rival diz enxergar apenas uma mancha de cores ao olhar para o alvo.
As conquistas
Principais resultados Ano País
Prata e bronze no Pan juvenil 2008 Venezuela
Bi brasileiro adulto por equipes 2008 e 2009 Brasil
Bi brasileiro adulto individual 2009 e 2013 Brasil
Quatro ouros no Sul-Americano 2010 Colômbia
Prêmio Brasil Olímpico 2010 Brasil
Três pratas e um bronze no Pan juvenil 2010 México
Bronze no Pan adulto por equipes 2015 Canadá
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