Anderson Silva aceitou o desafio de última hora para encarar o campeão meio-pesado, Daniel Cormier, como substituto de Jon Jones. O Spider, que nem tinha feito um camp de treinamento para uma luta desse porte, foi facilmente derrotado pelo norte-americano, por decisão unânime, no card principal do UFC 200, na madrugada deste domingo, em Las Vegas. Mas o brasileiro deixou o octógono ovacionado pelos fãs, ao contrário do DC, vaiado à exaustão com a insistência nas quedas.

A luta – que não valeu cinturão – foi um monólogo de três rounds. Daniel Cormier aplicou queda e ficou por cima, amassando o Spider e soltando cotoveladas. A postura do campeão irritou e muito os fãs, que começaram a vaiar já no segundo assalto. Tanto que, quando DC foi declarado vencedor (triplo 30 a 26), os protestos soaram alto pela novíssima T-Mobile Arena.

Não por acaso, Anderson se sentiu um vitorioso. Afinal, enfrentou um campeão que teve um camp completo de treinamento para encarar um confronto valendo cinturão, o que não ocorreu por causa da ausência de Jon Jones, flagrado em exame antidoping e retirado do UFC 200. Depois da luta, os fãs reconheceram o esforço do Spider e o ovacionaram.

Anderson, depois da luta, destacou a coragem de aceitar a luta diante de um campeão praticamente sem treinar. “Para mim foi um grande desafio pessoal aceitar essa luta. Consegui colocar em prática o que desenvolvi todos esses anos. Estou há muito tempo sem treinar, desde a minha cirurgia não treinei quase nada. Que isso sirva de exemplo para todos os brasileiros e todos que estão aqui hoje”, declarou.

Dentro do octógono, no entanto, não há motivos para Anderson comemorar. Ele ampliou o jejum de vitórias para cinco lutas: foram quatro derrotas e um No Contest (Luta sem Resultado). O Spider não ganha desde outubro de 2013, quando bateu Stephan Bonnar por nocaute técnico no UFC 153, no Rio de Janeiro. Daniel Cormier, por sua vez, conquistou o terceiro triunfo consecutivo, mas não deixou de lamentar a ausência de Jon Jones na revanche que valeria o cinturão meio-pesado. Além disso, teve que ignorar as vaias ao deixar o cage.