A primeira competição oficial no continente desde o fim da Copa do Mundo, teve início na noite da última quinta-feira, em Santiago. A Copa América até estava marcada para o Brasil, mas acabou “cedida” ao Chile para que o país pudesse se concentrar na organização do Mundial e das Olimpíadas. Bom para a seleção de Dunga, que poderá entrar em campo menos pressionada: das últimas vezes que foi a campo para um jogo oficial, o time, ainda sob o comando de Luiz Felipe Scolari, levou 3 a 0 da Holanda, em Brasília, e 7 a 1 da Alemanha, no Mineirão.
Desde aquele fim traumático de Copa, o Brasil de Dunga somou 10 amistosos e colecionou placares animadores. O torneio no Chile será o primeiro teste oficial. Neymar, recuperado, virou capitão aos 23 anos e tornou-se a principal liderança técnica da equipe. Na defesa, só sobrou David Luiz: todos os titulares do Mundial deram espaço a jogadores mais jovens. E, do meio para a frente, não há alguém além de Neymar garantido no time principal.
O discurso humilde dos jogadores e da comissão técnica, de que o Brasil não é o favorito à Copa América, ao menos mostra um time calejado por prometer o hexa em casa e descobrir-se incapaz de consegui-lo. Ainda que vá jogar com menos pressão e ambição, o teste no Chile servirá para medir a força da Seleção Brasileira diante dos rivais locais. Depois de seis anos sem disputar eliminatórias para uma Copa do Mundo, a realidade estará de volta no segundo semestre, e os últimos confrontos com times vizinhos não mostraram a superioridade à qual o torcedor estava acostumado.
O torneio estava sendo aguardado desde o ano passado, quando as equipes do continente deram uma prova de força no Mundial. Dos 12 times da Copa América, metade deles chegou ao menos às oitavas de final da Copa no Brasil. Ainda que o sexteto (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Uruguai) não tenha tirado o título da Alemanha, comprovou a evolução do futebol no continente americano — Costa Rica e Estados Unidos também estiveram no mata-mata.
A Argentina, equipe sul-americana a chegar mais longe em solo brasileiro, é a favorita a triunfar no Chile. O time tem mudado a proposta de jogo desde a chegada do técnico Gerardo Martino e se tornou ainda mais vertical, praticamente abandonando o toque calmo de bola no setor ofensivo. Os dois melhores jogadores da reta final da temporada europeia, Lionel Messi e Carlos Tévez, talvez estejam na melhor fase da carreira. E a defesa que surpreendeu positivamente no Mundial está intocada, liderada por Ezequiel Garay.
Zebras
Da fase de grupos à final, ao campeão bastará fazer seis jogos. Num torneio em que os dois mais bem terceiros colocados se classificam nas chaves com quatro times, sobra espaço para possíveis zebras. Foi o que se viu na última edição da Copa América, em 2011, disputada no Uruguai. O time da casa derrotou o Paraguai na final por 3 a 0. O vice-campeão, dois anos depois, acabaria as eliminatórias para a Copa do Mundo na lanterna sul-americana. Os outros semifinalistas — Venezuela e Peru — também não chegaram ao Mundial.
Com um grupo “acessível”, o Chile se vê obrigado a se classificar em primeiro lugar do Grupo A para, assim, só poder se deparar na decisão com os vencedores das chaves da Argentina e do Brasil. Os donos da casa nunca venceram a Copa América, mas o sentimento no país é de que chegou a hora.
Arturo Vidal, meia da Juventus, fez história na semana passada como o primeiro chileno em uma final da Liga dos Campeões. O meio-campo é o setor mais forte do time, com Marcelo Díaz, capitão do Hamburgo, e Charles Aránguiz, destaque do Inter. Alexis Sánchez, atacante do Arsenal, foi eleito na seleção dos melhores da temporada do Campeonato Inglês. E Claudio Bravo, do Barcelona, foi o melhor goleiro do Campeonato Espanhol.
Correm por fora Colômbia e Uruguai. O time colombiano, liderado por James Rodríguez no meio-campo, fez ótima Copa do Mundo e tem jogado um bom futebol nos amistosos desde então, reforçado pelo centroavante Falcao García, recuperado da lesão que o tirou do Mundial. O Uruguai, atual campeão, defende o título quase na condição de zebra. Sem poder escalar Luis Suárez, suspenso, nem Diego Forlán, que deixou a seleção, o ataque da equipe terá o jovem Diego Rolán, revelação do Bordeaux, ao lado de Edinson Cavani.
Ranking
Número de títulos por países na história do torneio
Uruguai 15
Argentina 14
Brasil 8
Paraguai 2
Peru 2
Colômbia 1
Bolívia 1
TABELA
Grupo A
15/6
18h Equador x Bolívia
20h30 Chile x México
19/6
18h México x Equador
20h30 Chile x Bolívia
Grupo B
13/6
16h Uruguai x Jamaica
18h30 Argentina x Paraguai
16/6
18h Paraguai x Jamaica
20h30 Argentina x Uruguai
20/6
16h Uruguai x Paraguai
18h30 Argentina x Jamaica
Grupo C
14/6
16h Colômbia x Venezuela
18h30 BRASIL x Peru
17/6
21h BRASIL x Colômbia
18/6
20h30 Peru x Venezuela
21/6
16h Colômbia x Peru
18h30 BRASIL x Venezuela
Quartas de final
24/6
20h30 1º Grupo A x Melhor 3º
25/6
20h30 2º Grupo A x 2º Grupo C
26/6
20h30 1º Grupo B x 2º Melhor 3º
27/6
18h30 1º Grupo C x 2º Grupo B
Semifinais
29/6
20h30 Jogo 1
30/6
20h30 Jogo 2
Final
4/7
17h Decisão