RIO 2016
Competidores do país e do exterior vão dar adeus à carreira na cidade maravilhosa, em 2016
O ponto final na carreira de um esportista pode ser cravado pelo avanço da idade, pela insistência das lesões ou mesmo pelo cansaço com o estilo de vida agitado de viagens, treinos e competições. Muitos deles, no entanto, adiaram a decisão pela […]
O ponto final na carreira de um esportista pode ser cravado pelo avanço da idade, pela insistência das lesões ou mesmo pelo cansaço com o estilo de vida agitado de viagens, treinos e competições. Muitos deles, no entanto, adiaram a decisão pela oportunidade de disputar mais uma Olimpíada. Se a prática é comum entre competidores do mundo inteiro, que dirá entre os brasileiros, que têm a chance de se despedir no evento no próprio país.
Nem o maior medalhista olímpico do Brasil resiste. Com cinco pódios, o velejador Robert Scheidt é um dos brasileiros com data marcada para cravar a aposentadoria: depois dos Jogos do Rio-2016. A competição também marcará o adeus da ginasta Daniele Hypólito, a quem os torcedores se habituaram a assistir nas Olimpíadas. Em plenos 30 anos, ela vai em busca da quinta participação no evento.
Já nos gramados, Formiga, a única jogadora a participar das cinco edições olímpicas desde que o futebol feminino integrou os Jogos, em 1996, quer mais uma para o currículo. A baiana deixará a companhia da craque Marta depois do ano que vem, quando terá 38 anos.
Outra atleta que já passou de três décadas de vida é Fabiana Murer. Aos 34 anos, a campeã mundial do salto com vara em 2011 admitiu que pensava encerrar a carreira mais cedo. Mas a escolha do Rio como sede dos Jogos a fez alterar não apenas os planos, mas os treinamentos. Ela passou a priorizar a qualidade do que a quantidade de exercícios para dar conta de chegar em alto nível a 2016.
Ironicamente, Fabiana Murer terá a companhia da maior rival na hora da despedida. A russa Yelena Isinbayeva, recordista mundial no salto com vara, voltou à ativa depois de ficar afastada de competições em 2014 devido à gravidez. E, pior, retornou cheia de vontade de subir no pódio em mais uma edição do evento, antes de encerrar sua trajetória no esporte. Isso porque, apesar de o apelo entre os brasileiros ser maior, a força de uma Olimpíada envolve atletas de todo o planeta. Confira os competidores que anunciaram a aposentadoria para depois dos Jogos do Rio.
OS BRASILEIROS:
O cenário da despedida do maior medalhista olímpico do Brasil não poderia ser diferente. Aos 42 anos, Robert Scheidt diz pretender encerrar a carreira nos Jogos do Rio de Janeiro — nas águas da Baía de Guanabara, mais especificamente, e com direito a outro pódio. O paulistano soma cinco medalhas olímpicas: dois ouros (Atlanta-1996 e Atenas-2004, ambos na classe laser), duas pratas (Sydney-2000, na laser; e Pequim-2008, na star) e um bronze (Londres-2012), além de 14 títulos mundiais, nas duas classes.
O 1,46m de altura de Daniele Hypólito bem que disfarça os 30 anos — grande parte fazendo acrobacias com o uniforme do Brasil mundo afora. Veterana quando o tema são as Olimpíadas, a intenção da paulista de Santo André é fechar a história na ginástica artística com a quinta participação nos Jogos — desta vez, em casa. “Nós, atletas, sentimos muito a energia do público. Isso faz a diferença na hora da competição. No Pan do Rio (2007), o apoio das arquibancadas foi incrível, e sabemos que na Rio 2016 será ainda mais forte”, afirma.
Tiago Camilo – judô
Segundo Tiago Camilo, o destino rumo ao judô foi traçado já no ano de nascimento: 1982, marco do centenário da modalidade. Nos tatames, ele levou duas medalhas olímpicas (prata em Sydney-2000 e bronze em Pequim-2008) e sagrou-se campeão mundial em 2007. Fora deles, o judoca percebeu que não daria para lutar contra o tempo. Há dois anos, o paulista admitiu que o corpo daria conta do tranco até 2016 e deixou a despedida programada para os Jogos do Rio, quando terá 34 anos.
Formiga Formiga – futebol feminino
A única jogadora de futebol a participar de cinco Copas do Mundo e das cinco edições olímpicas desde que o futebol feminino integrou os Jogos, em 1996, enfim, pendurará as chuteiras. Mas, aos 37 anos, Formiga ainda pretende colocar mais uma Copa e uma Olimpíada no currículo, antes de fechar a conta. Os planos da baiana são de encerrar a trajetória no Rio-2016. “Nada melhor do que estar no nosso país neste momento de despedida. Quem sabe, com uma medalha de ouro”, torce.
Fabiana Murer – salto com vara
A campeã mundial do salto com vara em 2011 se despedirá das pistas de atletismo nos Jogos do Rio, quando terá 35 anos. Fabiana Murer revelou que planejava encerrar a carreira mais cedo, porém, a vinda das Olimpíadas para o Brasil a fez adiar o adeus para 2016. A aposentadoria é dada como certa pela atleta, com ou sem medalha no Rio. Mesmo assim, o objetivo, claro, é que a despedida seja de cima do pódio olímpico.
Clodoaldo Silva – natação paralímpica
Nascido em Natal, Clodoaldo Silva é um dos pioneiros do esporte paralímpico brasileiro. Os seis ouros e a prata conquistados na natação nas Paralimpíadas de Atenas-2004 despertaram o interesse de outros talentos, como os medalhistas paralímpicos Daniel Dias e André Brasil. Aos 36 anos, Clodoaldo já sabe até o que vai fazer após a aposentadoria no Rio: seguir incentivando a modalidade, mesmo fora das piscinas, com palestras.
OS ESTRANGEIROS
Yelena Isinbayeva – salto com vara
Aos 32 anos, a russa Yelena Isinbayeva diz querer se aposentar depois de mais uma participação olímpica, mesmo já tendo ganhado “tudo o que existe para ganhar no esporte”, como ela mesma diz. A recordista mundial do salto com vara, com a marca de 5,06 metros, voltou à ativa neste ano, depois de passar 2014 afastada dos treinos devido à gravidez. O foco, agora, é buscar o terceiro ouro da carreira no Rio de Janeiro — os outros dois foram conquistados em Atenas-2004 e Pequim-2008.
Tamika Catchings – basquete
Dona de três ouros olímpicos com a seleção dos Estados Unidos de basquete, a estrela do time norte-americano Indiana Fever anunciou que vai se aposentar depois de buscar o quarto título nos Jogos do Rio. “Isso, se Deus quiser e o corpo deixar”, descreveu a jogadora de 35 anos, no aviso sobre a despedida. A norte-americana já esteve no Brasil em outras competições esportivas. Em São Paulo, na Copa do Mundo de 2006; e em Natal, pela Copa Júnior, em 1997.
Bradley Wiggins – ciclismo de pista e de estrada
Detentor de sete medalhas olímpicas — quatro ouros, uma prata e dois bronzes — no ciclismo de pista e de estrada, Bradley Wiggins quer ganhar mais uma nos Jogos do Rio-2016 para fechar a carreira como o atleta olímpico britânico mais condecorado da história. Para justificar a aposentadoria após as próximas Olimpíadas, o ciclista, 35 anos, disse não querer prorrogar a carreira por muito tempo, como fez o conterrâneo Steven Gerrard nos gramados de futebol.
Lauren Jackson – basquete
Estrela australiana do basquete, Lauren Jackson subiu no pódio nas quatro Olimpíadas de que participou, desde Sydney-2000: ao todo, são três pratas e um bronze. Na última, em Londres-2012, ela bateu o record de maior cestinha dos Jogos, na partida em que a Austrália venceu a China. Aos 34 anos, e com algumas cirurgias no joelho direito, a atleta declarou que os Jogos do Rio-2016 seriam a “maneira perfeita de se despedir das quadras”.
Federica Pellegrini – natação
Rápida nas águas e de atitudes polêmicas fora delas, a italiana campeã olímpica nos 200m livre (Pequim-2008) anunciou que pretende abandonar as piscinas depois dos Jogos do Rio-2016. Federica Pellegrini chamou a atenção do mundo esportivo quando ganhou a prata em Atenas-2004, aos 16 anos. Agora, aos 26, disse que, no Brasil, fará a quarta e última participação olímpica. O motivo: a intenção de ser mãe e de se dedicar à família.
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