MinC e Instituto Cultural Vale apresentam “Mão na barra, pé no terreiro, a vida e a dança de Mercedes Baptista”
Ela foi a primeira bailarina negra a integrar o corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, um dos mais importantes palcos do país.

Espetáculo (Foto: Divulgação)
Uma história de luta e perseverança pelo sonho de brilhar nos palcos com sua arte fez com que Mercedes Baptista tornasse sua trajetória um marco histórico para a dança brasileira. Ela foi a primeira bailarina negra a integrar o corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, um dos mais importantes palcos do país.
Sua trajetória será homenageada em “Mão na barra, pé no terreiro, a vida e a dança de Mercedes Baptista”, espetáculo conduzido pela atriz e bailarina Ivanna Cruz, que relembra origens e batalhas da mulher negra para que sua arte fosse reconhecida. Apresentado pelo Instituto Cultural Vale, via Lei Federal de Incentivo à Cultura, o espetáculo estará em cartaz no Teatro João do Vale, em São Luís, nos dias 26 e 27 de abril e irá circular pelos Quilombos maranhenses de 28 de abril a 1º de maio.
A montagem
O espetáculo tem direção artística de Luiz Antônio Rocha e texto assinado por Ivanna Cruz, Luiz Antônio Rocha e Pedro Sá de Moraes. As coreografias são de Diego Rosa, com cenário e figurinos de Eduardo Albini. No palco também estarão os musicistas/atores Geiza Carvalho e Lelê Benson.
A montagem resgata ritmos como Jongo e Mana Chica, exaltando a ancestralidade das danças trazidas da África pelos antepassados escravizados. Mercedes Baptista, e agora Ivanna Cruz, ambas nascidas em Campos dos Goytacazes, compartilham a mesma força e coragem ao enfrentar o racismo estrutural para manter viva a arte negra no Brasil.

Sobre Mercedes Baptista
Nascida em Campos dos Goytacazes (RJ), Mercedes Baptista superou barreiras raciais e abriu caminho para futuras gerações de bailarinos negros. Foi responsável pela criação do balé afro-brasileiro, inspirado nos terreiros de candomblé, desenvolvendo um vocabulário próprio para a dança afro.
Ela fundou o Ballet Folclórico Mercedes Baptista, referência para a dança moderna brasileira, e foi amplamente reconhecida por sua contribuição artística e cultural.
Uma ponte entre passado e presente
O projeto parte do encontro simbólico entre Mercedes e Ivanna Cruz, com meio século de intervalo entre suas trajetórias. “Mercedes Baptista é um ícone da resistência e do talento. Sua presença no Theatro Municipal do RJ é um passo importante para a representatividade racial na dança brasileira”, afirma Ivanna.

“Ela era empreendedora, corajosa, sabia cada detalhe dos seus projetos, arrecadava recursos e valorizava cada profissional ao seu redor.”, explica.
Depoimentos
“Sua história nos inspira. Vamos resgatar ritmos que estão desaparecendo como o Jongo e a Mana Chica. O projeto tem como referência a cultura e a arte popular afro-Diaspórica.” – Luiz Antônio Rocha, diretor artístico
“Falar sobre Mercedes Baptista é não deixar que sua trajetória brilhante seja esquecida. É garantir que as novas gerações conheçam quem lutou por nossa Cultura.” – Pedro Sá Moraes, autor e músico.
Sobre os criadores
Ivanna Cruz
Atriz, dançarina, produtora e educadora popular. Natural de Campos dos Goytacazes, tem vasta experiência em teatro, dança afro e ativismo cultural. Atuou em novelas, curtas-metragens e dirigiu projetos voltados às tradições populares.
Luiz Antônio Rocha
Diretor teatral, premiado com indicações ao Shell e membro do júri do International Emmy Awards. Conhecido por valorizar a palavra e a atuação em seus espetáculos autorais.
Pedro Sá Moraes
Cantor e compositor de MPB, com carreira internacional. Foi destaque na NPR dos EUA e premiado como Melhor Cantor no Prêmio Profissionais da Música. É também doutorando em Artes Cênicas pela UNICAMP.
Ficha técnica do espetáculo
- Texto: Ivanna Cruz, Luiz Antônio Rocha e Pedro Sá Moraes
- Canções: Pedro Sá de Moraes
- Encenação: Luiz Antônio Rocha
- Atriz: Ivanna Cruz
- Instrumentistas/atores: Geiza Carvalho e Lelê Benson
- Cenário e Figurinos: Eduardo Albini
- Projeto de Luz: Ricardo Fujii
- Coreografia e preparação corporal: Diego Rosa
- Direção musical: Pedro Sá Moraes
- Preparação vocal: Jorge Maya
- Consultoria Jongo/Mana-chica: Neusinha da Hora e Neide da Hora
- Fotografia: Jow Coutinho, André Brito e Julio Stotz
- Operador de luz: Filipe Magalhães
- Aderecista: Nilton Souza
- Confecção figurino raízes: Marcos Vieira
- Tingimento figurino raízes: Aline Nogueira
- Costureira: Maria Madalena de Oliveira
- Gestão de redes sociais: Cultura Lab
- Design gráfico: Cristhianne Vassão
- Gravação e registro de imagens: Julio Stotz
- Assessoria de Imprensa: Markos Martins e Jeferson Lauande
- Voz OFF: Arlete Heringer
- Agradecimentos especiais: Viviane Ramiro e Dona Ruth
- Elaboração de Leis de Incentivo e Prestação de contas: Lilian Maia
- Produção Executiva: Luiz Antônio Rocha
- Direção de Produção: Damiana Inês / Bloco PI Produções
- Idealização: Arteiro Produções
- Realização: Espaço Cênico Produções Artísticas
Serviço
Local: Teatro João do Vale – Rua da Estrela, 283 – Centro, São Luís/MA
Data: 26 e 27 de abril, às 19h
Classificação: Livre | Duração: 80 minutos
Sessão com Libras: 26 de abril
Ingressos: Disponíveis na bilheteria do teatro (2h antes do espetáculo) e no site www.ingressodigital.com
Valores: R$ 20,00 a R$ 40,00
Apresentações nos Quilombos – Maranhão
- 28 de abril: Quilombo Santa Joana – Território Santa Maria dos Pretos (Itapecuru- Mirim – MA)
- 29 de abril: Quilombo Santa Rosa dos Pretos (Itapecuru-Mirim – MA)
- 30 de abril: Quilombo Urbano da Liberdade – Sede do Boi da Floresta (São Luís – MA)
- 01 de maio: Comunidade Quilombola de Canelatiua (Alcântara – MA)
(Em todas as apresentações, serão realizadas oficinas, contações de histórias e atividades culturais com as comunidades, promovendo intercâmbio de saberes e reforçando a memória de Mercedes Baptista).