Poetas maranhenses e o amor pela arte escrita
Hoje é dia de celebrar os poetas maranhenses contemporâneos que seguem com o legado deixado por grandes nomes do cenário local.
O Maranhão, terra que trouxe ao mundo grandes poetas como Gonçalves Dias, Bandeira Tribuzi, Maria Firmina dos Reis, Nauro Machado, Sousândrade, Ferreira Gullar e muitos outros nomes consagrados na literatura brasileira, continua com a poesia marcante em seu cenário cultural. Hoje, 31 de outubro, apesar de muito conhecido como o Dia das Bruxas, também é o dia deste gênero literário lírico que encanta os leitores: a poesia.
Resgatando a memória daqueles que vieram e dando continuidade ao legado de grandes autores maranhenses, a nova geração de poetas contemporâneos do Maranhão compartilha o amor pela escrita. As individualidades de cada artista compõem e dão o toque único a cada poema feito em solo maranhense.
Aos 71 anos, Raimunda Pinheiro de Sousa Frazão, poeta e cordelista, conta que iniciou na escrita ainda durante a infância, quando fez seus primeiros versos na escola, em uma atividade de saudação à bandeira do Brasil. Ainda muito pequena ela tomou o gosto pela literatura e, enquanto devorava todos os livros de sua casa, escrevia seus primeiros poemas.
Com o passar do tempo, a vocação pela área foi crescendo e ganhando forma. Sua inspiração vem do que sente, vê, e costuma observar em seu cotidiano. Ao todo, ela já publicou mais de 50 obras, entre livros e folhetos de cordéis, e hoje, apesar de não viver financeiramente do seu trabalho, Raimunda Frazão relata como é algo que vai além das suas necessidades econômicas.
“Às vezes as pessoas me perguntam se eu vivo da poesia
Por Raimunda Frazão
Eu ergo os olhos para elas e respondo com alegria
Financeiramente não, psicologicamente sim
Se não fosse a poesia, o que seria de mim?”
Para os mais novos poetas e poetisas, Raimunda Frazão deixa uma mensagem otimista, para ela se a escrita é feita com carinho e dedicação ela deve ser levada à frente. Como é o caso de Júlio César, poeta e estudante de jornalismo, que recentemente lançou seu segundo livro, intitulado “Grandes Tragédias”.
O escritor também iniciou o gosto pelo gênero ainda muito cedo, para ele o momento em que ele percebeu que queria investir no seu talento foi após uma leitura de “O poema sujo” do ludovicense Ferreira Gullar. “E a partir daí eu vi que esse era o caminho que eu queria seguir, que é com aquele verso livre, gingado e aquela identificação com a poesia maranhense. A gente vê como o mundo é enxergado, não numa perspectiva São Paulo/Rio de Janeiro, mas uma visão de uma perspectiva de mundo que vem daqui de São Luís e tem que ser levada para fora”, informa Júlio.
Entre seus objetivos como artista, Júlio César destaca o desejo de mostrar que os maranhenses se percebam não somente como espectadores da arte, mas também como artistas que produzem e criam obras artísticas.
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