LANÇAMENTO

Histórias do Vale da Curacanga em novo livro de José Jorge

O romance será lançado na quinta-feira (28), na Academia Maranhense de Letras.

José Jorge é o autor do lançamento. (Foto: Divulgação)

“Curacanga é um vale encantador na Baixada Maranhense. Mas encantada mesmo é a Curacanga: uma bola de fogo assustadora, que persegue a todos nas noites de lua cheia”. Esse é o início do prefácio escrito pela professora Dra. Elizabeth Rodrigues, membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, sobre o livro “O Vale da Curacanga”, romance do escritor José Jorge Leite Soares, que vai ser lançado nesta quinta-feira, 28, às 19h, na Academia Maranhense de Letras (Rua da Paz, Centro).

“O que era para ser um roteiro adaptado de poucas crônicas, com intuito de alimentar a mente criativa de algum produtor de cinema, acabou por se transformar em um romance”, disse o autor, acrescentando que o romance tem um pouco de fatos reais, mas que estão colocadas na história muito mais, para fazer um link imaginário de como isso poderia ter acontecido”.

“O Vale da Curacanga”, romance de 227 páginas, é ambientado nos alagados campos do Rio Pericumã, na região da cidade de Pinheiro, e mistura ficção e realidade, que se passam no Maranhão, Portugal e França. No contexto do romance, questões políticas, conflitos, relacionamentos, personagens reais e fictícios e uma atmosfera que se passa em uma acanhada cidade do interior.

Trata-se de um locus que de fato, é verídico, que é Pinheiro, há 100 anos, e outro que é Paris, onde houve essa busca, ou pelo menos, a intenção de desenvolver aquela região através da exploração do babaçu. Então, isso é que me fez tecer esse fio para contextualizar e também mostrar um pouco do que era aquele pacato vilarejo 100 anos atrás”, disse José Jorge.

Com o romance, o autor, que é filho de Pinheiro, teve a oportunidade de falar sobre as belezas, sobre os encantos da terra, sobre a civilização milenar dos lagos do Rio Pericumã. Das memórias da terra onde nasceu, trouxe à tona as histórias que ouvia.

Perguntei a ele sobre a paixão por esse tema, Curacanga, uma vez que já tem outra obra com essa abordagem.

Há 10 anos eu escrevi o livro Curacanga, que tinha esse título porque continha uma crônica sobre esse fenômeno que assusta e que está no imaginário de todos e principalmente no das crianças, na minha, naquela época. Ocorre que há um tempo eu recebi um telefonema de um americano, com sotaque carregado e falando português, morando na Califórnia, dizendo que tinha tido acesso a essa crônica e que manifestava o interesse de me conhecer, de vir ao Maranhão. Passados uns 6 meses ele tornou me ligar, veio ao Maranhão e trouxe com ele um ex diretor da Globo, José Lucas Bueno, que ficou encantando com toda a história”, contou.

Da conversa, eles foram a Pinheiro passar o fim de semana, mas acabaram ficando uma semana inteira lá encantados com essas histórias, com o ambiente. Na volta, incumbiram José Jorge de fazer roteiros para série, uma vez que José Lucas trabalha na área de conteúdos para streaming. Foi então que surgiu “O Vale do Curacanga”.

“E aí eu comecei a tentar linkar essas histórias, criando personagens. Então eu espero que seja uma leitura agradável. Aproveitei para mostrar um pouco de São Luís, dos Lençóis, que há 100 anos existiam, mas não era como hoje, então é uma oportunidade, até pensando lá na frente, que esse livro seja transformado em filme, e aí preciso de imagens bonitas. Então, um cenário como os campos da baixada belíssimos, São Luís, encantadora, e Lençóis Maranhenses surpreendentes, acho que tem tudo, espero, para fazer sucesso, e acima de tudo que os leitores se encantem com a história. Estou muito feliz com o produto”, disse o autor que ainda provoca o leitor: “Tudo isso poderia ter acontecido. Ou não?”

O autor

José Jorge Leite Soares é engenheiro, ex-deputado, ex-cônsul honorário da França em São Luís, membro da Academia Maranhense de Letras, Artes e Ciências, e do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão.

Também é autor dos livros “Lugar das águas”; “Coisas de antanho”; “Quadros da vida pinheirense”; “Curacanga”; “O contador de estórias”.

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