CELEBRAÇÃO

Bicentenário de Gonçalves Dias: o poeta do Brasil

O legado, a vida e a obra do poeta maranhense estão sendo comemorada por conta do bicentenário de seu nascimento, nesta quinta, com a entrega de medalhas pela AML.

Gonçalves Dias nasceu no dia 10 de agosto de 1823, em Caxias. (Foto: Reprodução)

Considerado um dos mais importantes poetas do Romantismo Brasileiro, o maranhense Gonçalves Dias está sendo reverenciado no Maranhão e no Brasil pela passagem do bicentenário de seu nascimento.

Para marcar as comemorações, a Academia Maranhense de Letras (AML) está realizando uma série de atividades em celebração ao nascimento do poeta que foi patrono da cadeira 15 da Academia Brasileira de Letras e deixou obras importantes e até hoje reverenciadas na literatura brasileira.

Na quinta-feira (10), dia do aniversário de bicentenário de Gonçalves Dias, a programação terá início às 19h com sessão solene comemorativa ao bicentenário de nascimento do poeta e aos 115 anos de fundação da Academia Maranhense de Letras. Na ocasião, será entregue a Medalha 200 anos de Gonçalves Dias a homenageados e lançamento do selo oficial Gonçalves Dias 200 anos.

Gonçalves Dias que foi etnógrafo, dramaturgo, historiador, professor e também chefe da Escola Indianista ou Panteísta, faleceu aos 41 anos de idade, no dia 3 de novembro de 1964. Ele estava a bordo de um navio que naufragou próximo ao município maranhense de Guimarães.

Já a Academia Maranhense de Letras, um dos símbolos da cultura do estado, foi fundada há 115 anos também no dia 10 de agosto, data do aniversário de Gonçalves Dias. Ela foi fundada em 1908 por Antônio Lobo, Alfredo de Assis Castro, Astolfo Marques, Barbosa de Godóis, Corrêa de Araújo, Clodoaldo Freitas, Domingos Barbosa, Fran Paxeco, Godofredo Viana, I. Xavier de Carvalho, Ribeiro do Amaral e Armando Vieira da Silva. Foi considerada de utilidade pública pelo Decreto 92, de 19 de novembro de 1918, assinado pelo governador Urbano Santos da Costa Araújo.

Em entrevista a O Imparcial, o presidente da AML, Lourival Serejo, falou mais sobre as comemorações do bicentenário do poeta maranhense.

O Imparcial – O que motivou a Academia Maranhense de Letras a comemorar o Bicentenário de Nascimento de Gonçalves Dias?

Comemorar o bicentenário do poeta nacional, o maior poeta do romantismo brasileiro, não é uma efeméride qualquer. Como maranhenses, como acadêmicos responsáveis por manter acesa a vela da imortalidade, é nosso dever festejar essa data, que não se reduz a 10 de agosto, data do seu nascimento, mas ao ano inteiro. Gonçalves Dias merece todas as homenagens do Maranhão e do Brasil.

Importância e inspiração

Qual a importância de Gonçalves Dias para a poesia, a literatura, o magistério e o jornalismo brasileiro em sua época?

Como poeta, Gonçalves Dias é o autor do poema mais conhecido e recitado do Brasil: “Canção do Exílio”. Foi ele que deu a tonalidade técnica e conduziu a evolução do nosso romantismo ao mais alto patamar, tanto do Brasil como da Europa, então considerada a medida de todas as produções poéticas e literárias. Não só na poesia, revelou-se o gênio de Gonçalves Dias: foi etnógrafo, historiador, jornalista, cronista e dramaturgo. No magistério, destacou-se como professor no Colégio Imperial Pedro II e na intensa pesquisa que fez sobre nosso sistema educacional.

Gonçalves Dias era também conhecido como poeta indianista. Qual o legado que ele deixou para a causa do indígena brasileiro, um tema que nunca perdeu sua atualidade?

Foi muita valiosa a posição de Gonçalves Dias em defesa da causa indígena. Se Gonçalves Dias ainda estivesse vivo, com certeza estaria ao lado dos indígenas atuais na luta por seus direitos. O legado que ele deixou em favor dos povos originários foi o reconhecimento dos seus valores culturais e sua importância na edificação do país.

Das obras indianistas de Gonçalves Dias destacam-se “Canção do Tamoio”, “Os Timbiras”, “I-Juca-PIrama”, “O canto do piaga” e “Leito de folhas verdes”. Como entender hoje esse enfoque nada lírico abordado com tanta ênfase pelo grande poeta da literatura brasileira?

Esses poemas despertaram a consciência nacional sobre a existência desses heróis anônimos que representavam a identidade nacional. Pode-se perceber que a inspiração “Gonçalvina” pela causa indígena já continha um grito de alerta para a importância pelo reconhecimento das agendas atuais desses povos.

Pela inspiração de Gonçalves Dias ao realçar a palmeira do babaçu e o canto do sabiá, estando ele na Europa – o clássico “Canção do Exílio” – tinha mais a ver com o romantismo ou com o meio ambiente, tema, na época, fora do padrão literário?

A “Canção do Exílio” é uma canção inserida no movimento romântico, mas com as tintas do estilo e das inovações técnicas do gênio do poeta de Caxias. Impulsionado pela saudade da pátria, Gonçalves Dias elaborou o poema mais “sublime” do romantismo brasileiro, tanto que o Hino Nacional captou dois versos dele em sua composição. Como poeta, ele também era profeta. Então, extrai-se desse poema uma mensagem ambientalista de conservação da natureza que teria aplicação mais além do ano em que foi produzida.

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