Carnaval de passarela

Após 2 anos escolas voltam a desfilar em São Luís

O grande desfile das escolas de samba, em diversas categorias, inicia neste domingo de Carnaval, dia 19.

Confira detalhes sobre cinco escolas de samba maranhenses. (Foto: Divulgação)

O Carnaval do Maranhão é considerado o melhor do Nordeste pela sua diversidade de ritmos e de brincadeiras que fazem a alegria dos nativos e dos visitantes. Blocos, charangas, turmas de samba e as escolas de samba, mesmo sem ter o luxo das congêneres do eixo Rio-São Paulo, mostram o que há de bom no gênero que é a paixão de todo brasileiro.

O Maranhense gosta do samba e sabe sambar com maestria, fazendo bonito nos bailes de clubes, nas rodas de samba e nos desfiles na passarela do samba. As mulheres maranhense nada ficam a dever às mulatas cariocas, pois tem samba nos pés e malemolência nos quadris.

É grande a expectativa para o grande desfile das escolas de samba das diversas categorias que se inicia neste domingo de carnaval, 19 de fevereiro, após dois anos sem carnaval e desfile por conta da pandemia de Covid-19. Das grandes escolas a única agremiação que não desfilará é a Turma do Quinto, que foi prejudicada pela demora na liberação dos recursos pelos órgãos do Poder público.

Turma da Mangueira

É uma agremiação que surgiu das ideias de alguns amigos que tinham o hábito de jogar dominó sob uma mangueira, no bairro do João Paulo. Inicialmente, quando da sua fundação, no dia 25 de dezembro de 1928, foi denominada de Turma do Manguloco ou Bloco Paulistano, que com sua batucada eletrizante, percorria as ruas do bairro de origem, para, em seguida, dar lugar à grande escola de samba Turma da Mangueira.

Este ano, Mangueira que é presidida por Itamilson Lima que é também seu carnavalesco, desfila com o enredo “ Morada Sagrada dos Reis da Encantaria no Maranhão”, prometendo um grande desfile conforme sua tradição histórica da mais antiga escola de samba do Maranhão. Seu enredo será mostrado através de suas alegorias, seus cerca de dois mil componentes e sua bateria impecável.

Flor do Samba

Flor do Samba é a segunda escola de samba mais antiga de São Luís, foi fundada por trabalhadores como engraxates, estivadores, pescadores, revendedores de peixes, calafates e outros que exerciam suas atividades nas áreas da Praia Grande, Mercado Central e Desterro, em 11 de novembro de 1939, na Rua da Estrela, próximo ao Largo do Desterro, no Centro Histórico da cidade.

A Flor do Samba desfila este ano com o enredo “saudade”, com criações do carnavalesco ítalo Ferreira, mostrado pelos seus 1.200 componentes, distribuídos em suas 15 alas, embalados pela sua bateria de 120 ritmistas. A Flor do Samba é presidida por Luís César Maia Araújo. A agremiação do Desterro tem tradição no Carnaval maranhense, realizando grandes desfiles que ficaram marcados na história.

A Flor do Samba é detentora de muitos títulos nos desfiles de escolas de samba. O seu maior samba “Haja Deus” que venceu o carnaval de 1979, até hoje muito lembrado pelos sambistas da cidade.

Favela do Samba

Com o enredo “Do renascer da Grécia Antiga ao Berço da Cultura popular: O legado de um artista Chamado Dionísio”, a Favela do Samba realiza este ano um desfile que promete ser um grande sucesso para homenagear um favelense histórico: Renato Dionísio, empresário e poeta, de grande popularidade nos meios artístico e cultural de São Luís.

O enredo criado por Pedro Padilha com proposição do jornalista Euclides Moreira Neto, será levado para a passarela do samba pelos seus dois mil componentes distribuídos em alas e embalados pelo samba de autoria de Luís Filho, Josias Filho e maestro Nonato Silva, com interpretação de Carlos Murilo Sá, Kaká da Favela, Ivanilson Costa, Concinha, Daniel Mendes e Marcos Vinícius e a bateria Nota Dez, sob o comando do mestre Júlio César. A Escola de Samba do Sacavém foi fundada em 26 de outubro de 1950, por um morador do bairro conhecido como Arcelino e desde então tem como símbolo uma lira, idealizado pelo ele, e é usado até hoje pela escola. Suas cores são azul, amarelo e branco. Conquistou dezoito títulos, sendo o primeiro em 1977 e o último em 2019. Em 1984 não desfilou, porém trouxe Neguinho da Beija-Flor para gravar o samba-enredo “Êta mulher paidégua”.

Unidos de Fátima

A Escola de Samba do Barro de Fátima leva esta ano para a avenida o enredo “Helena luz da Inspiração”, homenageando a médica Helena Duailibe ex-deputada estadual, muito conhecida e estimada pelas suas atitudes extremamente humanas e solidárias.

O samba é de autoria de Riba Palmares, Ribão d’Oludum, Jeová França, Djalma Rodrigues, Zé Raimundo Gonçalves e Roberto Brandão e o enredo será montado pelos carnavalescos Junior Azevedo e André Italiano distribuídos em suas alegorias e 1.200 componentes, embalados pela bateria comandada pelo mestre Dudu e seus setenta ritmistas com interpretação de Ribão d’Oludum que é também o presidente da agremiação do Bairro de Fátima, ladeado por Dinho, Pantera, Magno, Érica, Nilson e Gledson e Nilde.

A historia da Unidos de Fátima começou com o nome Correio do Samba, devido a sua sede se localizar na Rua do Correio, no Bairro de Fátima. Também por isso adotou como símbolo, utilizado inclusive nos carros abre-alas, um pombo-correio, que a cada ano se transforma conforme os enredos. Na década de 80, a Correio do Samba passa a ser chamada de Unidos de Fátima. Em 1984, a Unidos de Fátima começou a despontar como uma escola grande, quando fez o enredo sobre a Festa da Juçara, conquistando o inédito 3º lugar.

A partir de 1984 a Unidos de Fátima ficava sempre em 3º lugar até 1990. Entretanto, por várias vezes foi apontada para ser a grande campeã, mas numa época que só ganhavam as agremiações mais antigas ela sempre perdia nas notas dos jurados. Em 1990, A Escola apresentou um desfile de vencedora falando sobre “Pombagira”, o público aplaudia e vibrava, mas os jurados não se sensibilizaram. Foi campeã pela primeira vez somente em 1991, repetindo o título em 1994.

Em 2018 a escola iria homenagear a cidade de Lago da Pedra com o enredo “O lago encantado e a menina dos olhos de esmeralda”, mas a poucas semanas do carnaval mudou e fez uma reedição do enredo de 2008.

Império Serrano

A Escola de Samba do Monte Castelo vai mostrar na passarela do samba a historia do segundo jornal mais antigo de São Luís, com o “ 70 Anos do Jornal Pequeno – Doa em Quem Doer”, distribuídos em suas 12 alas com 1.200 componentes ao som da sua bateria eletrizante com 110 ritmistas embalando o samba interpretado por Gutemberg, Ismael, Paulo e Lindomar.
Honrando sua tradição a Império Serrano volta à passarela do Samba para um grande desfile, levando a comunidade do Monte Castelo e adjacências.

A Império Serrano foi fundado em 1956 por iniciativa de Antero Viana, apoiado por outros abnegados como Terezinha de Jesus Viana, Lourival Diniz, Joana Celina, Raimundo Nonato Marques, entre outros componentes com o nome de Vassalo do Samba. Naquele tempo os instrumentos eram cobertos com couros de animais, tinha balizas, porta estandarte, e batuqueiros.

Posteriormente, o nome da escola foi mudado para Império Serrano nome que permanece até hoje. As cores principais da Escola de Samba são o verde e o branco com detalhes dourados, tendo como símbolo a Coroa Imperial. 

Ao longo dos anos já participou e conquistou diversos carnavais. A Escola de Samba Império Serrano nasceu de uma necessidade de preencher uma lacuna no segmento da cultura popular relacionado à escola de samba, assim, reuniram-se os fundadores e materializaram a criação dessa agremiação.

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