Adevoção à Nossa Senhora do Rosário é muito antiga e remete aos monges irlandeses do século VIII. 

Com a população leiga da época, os monges ensinaram-lhes a rezar 150 Pai Nossos e, posteriormente 150 Ave Marias, ajudando assim a espalhar a fé por Maria Santíssima pelo mundo.

A festa litúrgica da santa ocorre em 7 de outubro, em referência a vitória da Batalha de Lepanto, em 1572, em que a conquista é atribuída a Nossa Senhora por ter sido feita uma procissão do rosário, naquele dia, em Roma.

A palavra rosário significa “um tanto de rosas”. Cada Ave Maria é como se os devotos estivessem dando um buquê de 200 rosas a Nossa Senhora. 

Em muitas aparições da santa, segundo os católicos, Maria pede para que seja rezado o rosário, como a famosa aparição da santa aos três pastorinhos, em Fátima, Portugal.

O grande propagador do rosário no século XIII, foi São Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Dominicanos, que teria recebido a aparição de Maria em 1214, na Igreja de Prouille, na França, também é atribuído a ele o fato de conseguir acabar com os hereges da época devido as fortes orações do rosário que São Domingos se dedicava a fazer.

A devoção a santa, em São Luís, foi disseminada através dos jesuítas, influenciando até mesmo a cultura dos escravizados conseguindo legitimar a prática da religião católica entre essa população.

Na capital maranhense, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, fica localizada na Rua do Egito, e foi finalizada em 1776, após sessenta anos de construção.

Ela faz parte de um grupo de igrejas construídas por irmandades de homens negros, no século XVIII, que na época funcionava como um meio de inserir os homens negros na sociedade, uma vez que não era permitido que os escravos frequentassem as igrejas dos senhores.

A partir do século XIX, a igreja, que foi erguida no estilo barroco, passou a ser a matriz da cidade de São Luís, e por volta do século XX com a dissolução das irmandades negras passou por um processo de deterioração. Em função disto, o Bispo D. Adalberto Sobral decidiu transferir para lá a Irmandade de São Benedito.

A igreja passou por várias alterações que mudaram as suas características barrocas originais, como as substituições do piso de campa em madeira da nave e capela-mor, para ladrilho hidráulico, do altar-mor barroco do século XVIII, em madeira, para outro em massa e mármore no ano de 1940, e a do forro.

Em agosto de 2022, a igreja passou por um programa de conservação da prefeitura, em que foram feitas revisão de calhas e telhas, remoção e demolição, limpeza e preenchimento de rachaduras, por meio da Fundação Municipal de Patrimônio Histórico (FUMPH).

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos é tombada isoladamente pelo Governo do Estado, mas também faz parte do tombamento federal feito pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), e pelo tombamento mundial feito pela Organização das Nações Unidas Para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

Em comemoração ao 7 de outubro a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos celebra missa em homenagem a santa a partir das 18h30, na sua sede na Rua do Egito, no Centro da capital maranhense.