HALLOWEEN

Comemoração e festa para aterrorizar do Dia das Bruxas

Halloween, ou Dia das Bruxas no Brasil, encerra o mês de outubro com festas criativas. Conheça a história de uma das festas mais tradicionais do mundo.

O Halloween é tradicionalmente comemorado em todo o mundo no dia 31 de outubro. (Foto: Reprodução/Internet)

O Halloween tem ganhado popularidade no Brasil a cada ano. O Dia das Bruxas, segundo a tradição, tem origem com o povo celta, que por volta de 600 a. C. e 800 d. C. celebrava o festival Samhain, momento em que muitos acreditavam que os mortos voltavam à Terra.

O festival tinha duração de três dias e também era comum aproveitar para agradecer pela colheita, abundâncias e a transição para um novo ano em 1 de novembro. Em países de língua inglesa a tradição de se comemorar o Halloween é muito grande. Todos se fantasiam e saem as ruas para celebrar, as crianças batem de porta em porta para pedir doces e usam a famosa expressão “doces ou travessuras”.

Entre os trajes mais usados no dia 31 de outubro estão a fantasia de bruxa, esqueletos, zumbis e vampiros. A intenção é sempre ficar com uma aparência mais assustadora, mas nada impede que outras fantasias sejam usadas, alguns preferem se vestir de personagens famosos da TV e do cinema.

Para a celebração do Halloween também é muito comum decorar as casas e ruas, nessa época é habitual em muitas cidades que abóboras sejam espalhadas por vários cantos, assim como fogueiras.

Muitos aproveitam para fazer jogos de adivinhação, contar histórias de terror e participar de celebrações assombradas. Apesar disso, tem ainda aqueles que preferem fazer vigílias religiosas e acender velas nos túmulos dos mortos.

Data comercial no Brasil

O Dia das Bruxas chegou ao Brasil por influência da cultura americana, da música, televisão e cursos de inglês. Por aqui a data é muito celebrada em escolas de inglês ou casas de shows e clubes que promovem festas à fantasia.

Muita gente defende que a data não faz parte da cultura brasileira e por isso deveria ser deixada de lado. Por isso, para “desamericanizar” um pouco a data, em 2005 o governo brasileiro criou o Dia do Saci (31 de outubro), sancionando a lei nº 2.762/2003, como forma de valorizar a cultura brasileira, e afastar a popularização do Dia das Bruxas no Brasil e ao invés disso, celebrar o folclore brasileiro.

A celebração aqui no Brasil teve iniciou na década de 1970, época em que a festividade se espalhou por outras partes do mundo. A data virou comercial. Nesta época do ano o comércio varejista fatura alto com a festa. Vitrines enfeitadas e fantasias chamam a atenção de quem passa.

A comerciária Ana Cláudia Fontes disse que desse o início da segunda quinzena a procura por produtos tem aumentado bastante. “Muita gente faz festa de aniversário com esse tema, clubes, academias, também tem comemoração, então temos tido bastante procura de produtos. Nos anos anteriores, por causa da pandemia, as pessoas não tiveram clima para fazer festa”, disse ela, que trabalha em uma loja no bairro Cohab.

A estudante Maria Clara Ferreira, 19 anos, vai participar pela primeira vez de uma festa de Hallowen. Será uma festa particular de um grupo de amigos e ela está ansiosa. “Eu acho que festa à fantasia é sempre bacana, você fazer uma maquiagem bacana. Acho que vai ser bem legal. A minha fantasia eu que criei, e tenho certeza que todos vão se impressionar. Mas é mistério. Só na hora eles vão ver”, disse.

31 de outubro também é o Dia do Saci

Mas você sabia que o 31 de outubro, dia das Bruxas para a cultura americana, também é o dia do Saci, personagem do nosso folclore brasileiro?

No folclore brasileiro o Saci é retratado como um menino travesso, fato que pode ser associado às travessuras de Halloween. Mesmo assim, muitos brasileiros preferem as tradições estrangeiras para celebrar o Dia das Bruxas.

Dentre as muitas lendas do folclore brasileiro, a do Saci-pererê é totalmente ligada à miscigenação do Brasil, mostrando elementos da cultura indígena, negra, e também elementos cristãos, como ter medo de cruzes e deixar um cheiro sulfuroso, que são atributos clássicos do diabo na religião cristã.

De acordo com publicação do site Hiper Cultura, “a lenda do Saci provavelmente se originou entre os povos indígenas do sul do Brasil durante o período colonial, onde ele era retratado como um menino índio que morava na floresta, com sua pele bronzeada e uma cauda. No entanto, quando o mito migrou para o norte, o personagem recebeu fortes influências africanas dos escravos que foram trazidos para o Brasil, que contavam histórias do Saci para divertir e assustar as crianças. Nesses contos, o Saci passou a ser descrito como um jovem negro com apenas uma perna, porque, de acordo com o mito, ele perdeu a outra em uma luta de capoeira”, diz a publicação.

Histórias sobre o Saci e outros seres ainda são muito fortes em diversas regiões do Brasil, e ao redor das fogueiras, os idosos compartilham com os jovens as suas experiências com esse ser.

Ao longo dos anos, o mito foi perpetuado através da cultura oral, e depois sendo transmitido através da literatura, quadrinhos e televisão, como no Sítio do Picapau Amarelo, que fez com que a lenda se espalhasse por todo o Brasil, enquanto as histórias de Monteiro Lobato conquistavam as telas de televisão no início da década de 1950.

O Haloween

As primeiras comemorações teriam ocorrido há 2,5 mil anos, onde acreditava-se que, no último dia do verão, os mortos e espíritos malignos despertavam para atormentar os vivos.

Em uma tentativa frustrada de cristianizar o evento pagão, Gregório 3º alterou a data de todos os Santos, comemorada em 13 de maio para 1º de novembro, promovendo a união das datas.

Devido ao período da Grande fome na Irlanda, em 1845, diversos habitantes do país tiveram de imigrar para os Estados Unidos. Algum tempo depois, em 1870 já se tinha registros da festividade na América.

Já a prática do “doces ou travessuras”, surgiu na Grã-Bretanha durante a Idade Média, onde crianças e pobres vestidos de acordo com as tradições do evento na época, batiam de porta em porta se oferecendo para cantar músicas ou realizar orações aos mortos em troca de comida ou dinheiro.

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