Nessa quarta-feira (7), será o encerramento da Semana de Louvor e Memória pelos 35 anos da Páscoa de Frei Antonio Maria Sinibaldi, que está ocorrendo na Paróquia São Francisco (onde  o frade era pároco quando faleceu),  desde o dia 1º de setembro, às 19h. 

Fundador da Ordem dos Frades Menores Conventuais, Frei Antonio viveria um dia fatídico no 7 de setembro de 1987.

Em uma viagem entre a Ponta da Madeira e a Ilha do Medo, na Baía de São Marcos, após um bem sucedido Encontro de Jovens com Cristo, a embarcação naufragou.

Eram 9 horas da manhã, e o Frei Antônio Sinibaldi, responsável pelo passeio, não pensou duas vezes, e em um ato heroico salvou um por um os jovens que estavam ali.

Apenas dois dos 18 jovens sabiam nadar, os outros 16 foram salvos por ele, mas ao final, vencido pelo cansaço, não conseguiu salvar a si mesmo e faleceu aos 50 anos.

Esse feito mobilizou e emociona até hoje os amigos, fiéis e católicos. O professor Mario Cella que era amigo de Frei Sinibaldi, e voluntário de obras sociais, lembra o quão Frei Sinibaldi era dedicado às causas sociais.

Seus paroquianos e muitos outros católicos que viram ou ouviram falar de seu gesto heroico têm sua vida como um testemunho de santidade.

“Trabalhava com crianças, adultos e jovens principalmente. Nós estamos comemorando, porque para nós cristãos, é o nascimento dele para a vida eterna. Não é um dia de tristeza, mesmo com muita saudade”, disse o professor.

Mario Cella nos disse que só estava esperando se aposentar, o que ocorreu há 5 anos, para se dedicar à obra deixada pelo Frei Antonio, um grande marco da vida dele.

“Desde sempre ele se dedicou a ajudar os mais necessitados, especialmente os que viviam em situação de vulnerabilidade, na rua. Amanhã, para nós, é um dia muito importante. Haverá o encerramento da Semana com uma missa, depois de seis dias de cerimônias, lembranças, várias atividades”, disse Mario Cella.

O então arcebispo de São Luís, Dom José Belisário, no evento de 30 anos da morte do Frei, citou uma das últimas frases ditas por ele: “Eu daria a minha vida pela juventude”. E foi o que ele fez.

O ato heroico motivou uma campanha para sua beatificação. Em 2014 a Arquidiocese de São Luís recebeu, em missa realizada na Paróquia São Francisco de Assis, a carta – emitida pela Ordem dos Frades Menores Conventuais – de pedido de beatificação do Frei Antonio Maria Sinibaldi, por sua atuação perante a juventude e por trabalhos comunitários desenvolvidos nos municípios maranhenses de Bom Jardim e na capital do estado.

Vida de dedicação

O Frei Antonio Maria Sinibaldi nasceu em 1937. Exemplo de missão no Maranhão  levou uma vida de caridade fraterna até nos últimos momentos de sua vida.

Era missionário da Ordem Franciscana Conventual da Itália e veio para São Luís com o propósito de ajudar comunidades carentes, tornando-se o primeiro pároco da Paróquia São Francisco de Assis. Foi um dos fundadores da missão conventual no Maranhão.

Foi pároco em Bom Jardim (MA) durante dois anos, e por outros 16 anos administrou a Paróquia de São Francisco em São Luís (MA), onde se dedicou no constante atendimento e trabalho pastoral, não só no São Francisco, como no Renascença, Ponta do Farol, Ponta da Areia, Calhau, Cohafuma e Vinhais.

Linha do tempo

1995 – Com 18 anos ingressou na Ordem dos Frades Menores Conventuais, no seminário de Fossanova.

1962  – Em 17 de março é ordenado sacerdote da Santa Mãe Igreja, na cidade de Roma. Durante sua permanência na Itália, exerceu com zelo muitas atividades pastorais. Dentre elas foi-lhe confiada a responsabilidade do Orfanato Nossa Senhora das Graças, na cidade de Zagarolo.

1967 – Em julho, no Capítulo da Província Romana, decide-se a abertura da Missão no Maranhão – Brasil.

1968 – Em 25 de outubro Frei Antonio Sinibaldi parte da Itália, sua terra natal, rumo ao Brasil, juntamente com seus companheiros missionários. Eram eles: Frei Mario Paloni, Frei Luís D’Andrea e o irmão, Frei Eduardo Rori.

1968 – Em 12 de novembro chega ao Brasil e dá início à missão em terras maranhenses, mais propriamente na Diocese de Viana. No começo da missão fixou-se na cidade de Bom Jardim (interior do Maranhão).

1971 – Após dois anos à frente dos trabalhos pastorais no interior do Maranhão, é transferido para São Luís, onde se instala em uma humilde casa no Bairro do São Francisco. Ali, passaria o resto de seus dias como fundador e Pároco da Paróquia de São Francisco de Assis.

1987 – 7 setembro. O barco que conduzia Frei Antonio e 17 jovens da Paróquia para a Ilha do medo, baía de São Marcos, próximo ao Porto do Itaqui em São Luís (MA), naufragou de repente. Graças à coragem de Frei Antonio, que os retirou, os 17 jovens foram salvos.

2014 – É feito o pedido de beatificação do Frei.