PATRIMÔNIO

Práticas da primeira infância, gravidez e nascimento no MA é tema de evento on-line

Evento acontece nos dias 23 e 24 de agosto, às 20h, no canal de YouTube da Usina da Imaginação.

o evento também irá abordar formas de vínculos e de convívio com a natureza e a importância de políticas públicas que respeitem a diversidade cultural do Brasil. (Foto: Divulgação)

Para valorizar as práticas locais de Maranhão relacionadas à primeira infância, gravidez e nascimento, acontece nesta terça e quarta, 23 e 24 de agosto, o MIMUS MA.

Essa é a segunda edição regional do MIMUS: Múltiplas Infâncias, Múltiplos Saberes realizada neste ano. O evento online, pelo canal de YouTube da Usina da Imaginação, contará com representantes de povos indígenas e quilombolas. A partir das 20h, gratuito.

Serão dois encontros para conhecer um pouco mais as diferentes culturas do Maranhão e entender como elas apoiam o desenvolvimento de suas crianças.

No primeiro dia, o diálogo será com indígenas dos povos Guajajara, Gavião e Canela-Memortumré. Já no segundo dia, o foco será as comunidades quilombolas do Maranhão, tanto no contexto rural quanto urbano.

Além de ser historicamente um dos estados brasileiros com maior número de terras indígenas, o Maranhão abriga hoje mais de 700 comunidades quilombolas, que possuem conhecimentos e práticas próprias de cuidado para promover o desenvolvimento de suas crianças.

“Estamos entusiasmados em promover um diálogo com pessoas que carregam consigo a riqueza de quase 500 anos de intercâmbio entre mães, pais, parteiras, sábios e sábias das diversas culturas e comunidades de Maranhão”, afirma Rita de Cácia Oenning da Silva, anfitriã do evento ao lado de Kurt Shaw.

Com momentos expositivos e de debate, inclusive com participação do público, o evento também irá abordar formas de vínculos e de convívio com a natureza e a importância de políticas públicas que respeitem a diversidade cultural do Brasil.

Serão dois encontros para conhecer um pouco mais as diferentes culturas do Maranhão e entender como elas apoiam o desenvolvimento de suas crianças. (Foto: Divulgação)

Compromisso e amor pela infância

Segundo a antropóloga Rita de Cácia Oenning da Silva, tanto os grupos quilombolas quanto os indígenas mostram seu compromisso e amor pela infância por meio de rituais de celebração e iniciação.

Nos dois casos, a comunidade inteira – e não só a família nuclear – sente-se responsável pelo cuidado e educação de crianças pequenas, que aprendem autonomia e responsabilidade desde cedo.

“E são os detalhes da diversidade que fascinam e ensinam. As mulheres que estarão no MIMUS MA vão focar nessas particularidades e elas têm muito para ensinar a todos”, diz Kurt Shaw, filósofo e cineasta, diretor da Usina da Imaginação.

Sobre o MIMUS

O MIMUS nasceu pelo empenho da antropóloga Rita de Cácia Oenning da Silva de valorizar os saberes locais do Brasil profundo sobre suas práticas e formas de garantir o desenvolvimento das crianças, além de criar um espaço para trocas e diálogos e para pensar os impactos de programas e ações dos poderes públicos em suas comunidades.

O evento tem sido produzido a partir de uma pesquisa de campo cuidadosa, convidando lideranças e cuidadoras/es que atuam diretamente em seus territórios, e tem encontrado ampla aceitação e entusiasmo das pessoas convidadas e do público que acompanha o evento.

O MIMUS nacional em 2021 e as duas versões regionais em 2022 revelam a riqueza das infâncias diversas: mostram que as comunidades locais guardam saberes milenares sobre como ajudar no desenvolvimento de suas crianças pequenas e que têm rituais próprios para cada etapa do desenvolvimento das crianças pequenas.

O MIMUS Maranhão é uma realização da Usina da Imaginação, com produção da Flor do Vento Produções, com o apoio financeiro da Fundação Bernard van Leer e apoio institucional da Rede Nacional da Primeira infância (RNPI).

Além destas, há o apoio da Rede Municipal da Primeira infância do Maranhão (REPI/MA), e em diálogo com a ANMIGA, AMIMA, UMIAB e ACUNERUQ (Associação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas) do Estado do Maranhão.

Programação

TERÇA – 23 DE AGOSTO

20h00 – Abertura

20h10 – Apresentação expositiva das convidadas

Suluene Santana da Silva: Indígena Guajajara da Aldeia Lagoa Quieta, Terra Indígena Araribóia. Filha de parteira, Suluene é Assistente Social com atuação em Saúde Indígena pelo DSEI MA, no pólo Base de Amarante.

Maria Helena Gavião: Moradora da aldeia Monte Alegre, Terra Indígena Governadora. Ativista na defesa dos direitos dos povos indígenas, é vice-coordenadora da AMIMA e integrante da União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira – UMIAB.

Taynara Caragiu Guajajara: Liderança do movimento Mulher Indígena Guajajara, da Terra Indígena Rio Pindaré, no norte do Maranhão, Tay é enfermeira e coordenadora geral da Articulação de Mulheres Indígenas do Maranhão (AMIMA).

Ruth Parkrit: Liderança indígena do povo Canela-Memõrtumré, MA, Ruth também faz parte da coordenação da Articulação de Mulheres Indígenas do Maranhão (AMIMA), além de atuar como Agente Indígena de Saúde.

21h40 – Debate coletivo com participação do público

Mediação: Rita de Cácia Oenning da Silva e Kurt Shaw

22h30 – Encerramento

QUARTA – 24 DE AGOSTO

20h00 – Abertura

Hellen Jacqueline: Militante quilombola há 29 anos, Hellen é coordenadora da União das Comunidades Negras Rurais Quilombolas do Município de Itapecuru-Mirim-MA. Licenciada em Pedagogia, atua como Agente Comunitária de Saúde.

Karina Muniz: Psicóloga, Especialista em Psicologia Social e Antropologia e Afroeducadora, Karina Muniz é Coordenadora pedagógica e de projetos sociais do Centro de Iniciação ao Trabalho (CIT) e Secretária de Juventude da UNEGRO.

Socorro Viana: Professora e Pedagoga da Terra licenciada pela UFMA, Socorro é lavradora e rezadeira em sua comunidade. TAmbém é diretora da Associação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (ACONERUQ).

Geovania Machado: Mestra em Cartografia Social e Política da Amazônia e Secretária de Administração de Penalva-MA, Geovania atua junto às mulheres quebradeiras de coco babaçu, extrativistas, quilombolas e empreendedoras de produtos naturais e artesanato.

Mediação: Rita de Cácia Oenning da Silva e Kurt Shaw

22h30 – Encerramento

Além de ser historicamente um dos estados brasileiros com maior número de terras indígenas, o Maranhão abriga hoje mais de 700 comunidades quilombolas. (Foto: Divulgação)
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