ESTREIAS

Maranhense Brie Araújo lança o livro de poemas: “Astros que viajam por planetas poucos fraseados”

É o primeiro livro da autora; a pré-venda online inicia a partir das 18h dessa terça-feira (30).

Brie Araújo, 24 anos, é graduanda do último período de enfermagem da UFMA. (Foto: Arquivo)

Brie Araújo, 24 anos, é graduanda do último período de enfermagem da universidade federal do maranhão, em imperatriz, e como forma de enfrentar o período da quarentena, começou a escrever os primeiros textos que deram origem ao livro, lançada nesta segunda-feira (29).

Há cerca de um, a jovem se viu imersa em seus livros para lidar com a pausa das atividades acadêmicas e viver o isolamento, e ainda teve que enfrentar o luto de sua bisavó, Dona Célia Magalhães, que motivou e inspirou sua obra.

“O livro conta com um poema em homenagem a ela intitulado: ‘As estações de Anaya’”, diz Brie Araújo.

Ela percebeu que tinha muito a expressar, apaixonada por artes e literatura desde criança, depois de ser motivada ainda na escola a ler o romance Os miseráveis de Victor Hugo, e hoje admira escritoras nacionais, como Aline Bei e Hilda Hilst, além de ser fã do gênero fantasia.

No mês de Junho de 2021, inscreveu seu manuscrito para a chamada de originais da editora Toma e foi selecionada dentre outros 150 originais para ter seu livro publicado por meio de um financiamento coletivo online.

 “Astros que viajam planetas poucos palavreados é sobre cruzar o azul claro visto todos os dias e visitar a imensa escuridão luminosa interior”, explica a autora sobre o livro.

Brie usa suas experiências como graduanda de enfermagem para escrever cartas de um ser humano para outro ser humano, suas complexas esferas de inter-relacionamentos e sentimentos.

Como ela diz é um reflexo de obras humanísticas que versam sobre amor, alegria, empatia e enfrentamentos, e inclinada sempre para o âmbito da saúde mental, sua disciplina favorita na universidade e na qual está baseando seu trabalho de conclusão de curso.

“É sobre plantar palavras em locais nunca discutidos, viajar sem destino certo a uma velocidade desconhecida, porém suficiente. E só depois retornar como uma massa de gás, calor próprio e poeira”, comenta Brie.

Ela já tem dois poemas publicados em antologias nacionais, um deles onde representa o estado do maranhão na antologia “fora do eixo” da mesma editora, além de trabalhos em revistas digitais, blogs e jornais.

Em Julho desse ano foi aprovada no vestibular da PUC-RS para cursar a graduação de Escrita Criativa e pretende adiar o inicio do curso para o próximo ano.

O link da pré-venda vai ser disponibilizado pelo instagram da escritora (@literatabrie e @gabigaraujo), a partir de terça, e pode ser acessado aqui. Após a pré-venda a escritora planeja realizar uma noite de autógrafos em Imperatriz.

Leia um trecho de seu livro:

Para dar fim a seu estoicismo

Desafiar seu narcisismo

Finalmente o modernismo

Com seu espólio, um após.

Abriu a porta para Lispector

Quintana, Prado e Guimarães

Não há Brasil que negue:

De dia, uma veia para poesia

De noite, uma torrente de agonia

De gente ardente

Não convencional

Feita de matéria literária

De nada igual

Cansada de ecoar pelas cavidades.

Se sujar de humanidade

Cuspindo a própria existência

Em um jeito livre de se prender

Essa gente, morada de manifestos

Que não cabe na pele de mais ninguém

Quando jogados ao léu em qualquer fim

Como flechas disparadas para alvo incorpóreo

Causam privação no silêncio de uma nação

Essa gente existe no contexto conotativo

Pouco levada a sério em um mundo denotativo

Tirem isso dessa gente (tirem o eu)

Coloquem o nosso

Para dar início ao novo capítulo

em um livro de história

Com um futuro mesmo na ausência

De ter o que falar hoje

Porém, não nos restaram palavras

Para entoar

Foram todas contratadas

Para lucrar

“O livro é um reflexo de obras humanísticas que versam sobre amor, alegria, empatia e enfrentamentos, e inclinada sempre para o âmbito da saúde mental” – Brie Araújo. (Foto: Arquivo)
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