EM SÃO LUÍS

Aberta exposição de caretas de cazumba criadas pelo artista Zimar

Exposição ficará em cartaz no Centro Cultural Vale Maranhão até o dia 16 de novembro, no Centro Histórico de São Luís.

Eusimar Meireles Gomes, o Zimar, é natural do município de Matinha, e iniciou a confecção de caretas de cazumba após se machucar com um queixo que havia comprado. (Foto: Divulgação)

Brincalhões, irreverentes, assustadores… Com suas caretas horripilantes, abrem as apresentações dos grupos tradicionais, auxiliam – ou atrapalham – na brincadeira e pregam peças no público, tudo isso com um gingado único ao som do balançar de um chocalho.

Assim é o cazumba, uma das personagens mais emblemáticas do Bumba Meu Boi maranhense.

A figura do cazumba chama atenção pelos inúmeros detalhes que compõem o seu figurino, como a túnica ou bata bordada com paetês e miçangas, ou feitas de chita.

Incrementam ainda o cofo que confere o divertido rebolado e é utilizado para guardar objetos; e a careta, com sua base de chapéu, com cabeleira e queixo costurados, que assusta e encanta, e traz consigo a assinatura de quem a produz.

Zimar é um destes artistas, que imprime nas caretas um estilo próprio, desafiando a tradição e encantando pela imaginação.

Suas obras compõem a nova exposição do Centro Cultural Vale Maranhão, ZIMAR, que será aberta ao público nesta terça-feira, 16 de agosto, às 19h. Ao todo, são 65 caretas de cazumba produzidas com os mais diversos materiais.

Capacete, cano de PVC, pára-lamas de moto, panelas de alumínio, peças de ventilador, escovas de dentes, pneus de bicicletas são alguns dos artefatos usados pelo artesão na criação das peças.

As confecções já fazem parte da fantasia de cazumba de vários grupos de Bumba Meu Boi da região da baixada maranhense.

Eusimar Meireles Gomes, o Zimar, é natural do município de Matinha, e iniciou a confecção de caretas de cazumba após se machucar com um queixo que havia comprado.

Decidiu, então, adaptar as máscaras para o formato de seu rosto, proporcionando mais conforto.

“Podemos dividir o trabalho de Zimar  em três fases”, diz explica Jandir Gonçalves, pesquisador da cultura popular maranhense e que assina a curadoria da exposição juntamente com Reinilda Oliveira e Sergileide Lima.

Segundo ele há uma primeira fase onde o artista trabalhou queixos e caretas bem elaboradas em madeira paparaúba; a segunda também em madeira, mas com feições mais reduzidas; e a terceira em que reaparece utilizando diversos materiais.

“Ele faz parte de um conjunto de bons fazedores de caretas, que aplicam a marca pessoal como uma assinatura de suas obras, seja pelo reaproveitamento de aparatos corriqueiros ou na expressão das máscaras confeccionadas”, diz Jandir Gonçalves.

A exposição conta ainda com um documentário curta-metragem homônimo e inédito, dirigido pelo cineasta Beto Matuck, especialmente para a mostra.

O filme mostra Zimar criando as caretas, enquanto conta sobre sua história, inspirações e aborda questões profundas como a relação entre vida e morte.

“Expor um artista como Zimar é reconhecer a cultura em seu amplo sentido de origem. Ele é um grande representante dos artistas populares do Maranhão e sua obra toma dimensões universais”, diz Gabriel Gutierrez, diretor e coordenador artístico do Centro Cultural Vale Maranhão.

“O artista suscita em nós sentimentos comuns ao humano, como medo, desejo, surpresa, atração e repulsa. A liberdade de criação é evidente, bem como todo um arcabouço expressivo que se conecta às esferas da ancestralidade e do sonho”, destaca.

ZIMAR ficará em cartaz no Centro Cultural Vale Maranhão até o dia 16 de novembro. O CCVM está localizado à Rua Direita, nº 149, Centro Histórico de São Luís e é aberto ao público, gratuitamente, de terça-feira a sábado, das 10h às 19h.

A exposição conta ainda com um documentário curta-metragem homônimo e inédito, dirigido pelo cineasta Beto Matuck, especialmente para a mostra. (Foto: Divulgação)
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