LITERATURA

Luiz Thadeu lança livro “Das muletas fiz asas”

Em meio à pandemia, o autor, sem poder viajar, resolveu colocar as memórias no papel, e foi assim que surgiu “Das muletas fiz asas”.

O lançamento será na próxima quarta-feira, 22, às 19h, na livraria e espaço Cultural AMEI, no Shopping São Luís. (Foto: Divulgação)

O maranhense Luiz Thadeu Nunes e Silva, o sul-americano mais viajado do mundo com mobilidade reduzida, embarca agora em uma nova viagem, desta vez nos livros. Depois de tanto viajar, ler sobre viagens e escrever artigos sobre elas, Luiz Thadeu resolveu contar a própria história.

Ele, que já visitou 143 países em todos os continentes, convida o leitor a conhecer um pouco dessas viagens com ele, os desafios, as paixões, as realizações, e acima de tudo o poder da superação.

“Das muletas fiz asas” (editora N’versos), do estudante de Jornalismo e engenheiro agrônomo Luiz Thadeu Nunes e Silva, 63 anos, vai ser lançado na próxima quarta-feira, 22, às 19h, na livraria e espaço Cultural AMEI, no Shopping São Luís.

No livro, Luiz Thadeu diz que é um homem “sem talento especial”. Essa afirmação chamou a atenção da jornalista Sandra Coutinho, correspondente da TV Globo Internacional em Nova York, que ao prefaciar a obra questiona: “Como alguém sem talentos viajaria pelos quatro cantos do mundo de muletas, a maioria das vezes sozinho e sem uma conta bancária bem recheada?” .

“Contador de histórias, escrevinhador, escrevo artigos e crônicas há oito anos; as pessoas sempre me cobravam a publicação do livro. Uns diziam, ‘Tens material para um livro’, outras, ‘Está demorando sair o livro’, eu sempre adiando, escrevendo aqui, ali e acolá alguma coisa, às vezes frases soltas que poderiam servir para o tal livro, que nunca saía”, disse Luiz.

E a vida de Luiz realmente dá um livro. Há 18 anos ele sofreu um grave acidente que modificou a sua vida. O ano era 2003 e chovia. Ele estava em um táxi no Rio Grande do Norte, quando o motorista, ao atender o celular, perdeu o controle do carro e bateu de frente com um caminhão. Ele teve fratura exposta no fêmur. Passou por 43 cirurgias, ficou 4 anos sem conseguir andar e 6 anos em tratamento.

“Não tinha mais perspectiva de viajar. Eu andei de cadeira de rodas por muito tempo, hoje eu ando de muletas e tenho certa independência. Minha primeira viagem depois do acidente foi para visitar meus filhos que foram morar na Irlanda. Eles programaram uma viagem por 8 diferentes países da Europa. Isso foi novembro e dezembro de 2009. Aí eu criei confiança em viajar de novo. Então de 2009 a 2019 eu conheci todos os 6 continentes da terra, e cheguei a 143 países visitados. Falo de resiliência e superação para viver todos os dias uma nova história. Porque quem não sonha fica para trás”, contou.

Para este ano de 2022, já tem nove passagens internacionais compradas e pagas, sendo que uma delas é para dar a volta ao mundo. “Irei pisar em todos os continentes da terra e tomar banho em todos os oceanos em uma viagem só”. Ou seja, a meta de Luiz Thadeu é viajar todos os 193 países do mundo.

Ócio criativo na pandemia

Mas antes, disso, durante a pandemia, Luiz Thadeu, sem poder viajar, resolveu colocar as memórias no papel, e foi assim que surgiu “Das muletas fiz asas”.

“No início de 2021, com o mundo refém do coronavírus, comecei a colocar no papel, rebobinando a memória, revisitando situações vividas ao longo dos anos. Puxando pela memória lembrei dos sonhos de menino, de conhecer o mundo, das férias escolares nas casas dos avós, das visitas à Biblioteca Pública Benedito Leite, majestosa, no centro da minha Ilha do Amor, das muitas viagens imaginárias que fiz, através dos livros. Foi na Biblioteca Pública Benedito Leite que comecei a viajar pelos quatro cantos do mundo”, contou.

Memórias de perrengues, casos que viraram engraçados, histórias, mas o livro também convida a sonhar. Luiz Thadeu conta como conseguiu viajar tanto sem muito dinheiro. “É recorrente as pessoas perguntarem ‘você é rico para viajar tanto?’. Não, ao contrário, tenho bolso raso e sonhos profundos. A minha matéria prima são os sonhos, o dia que não sonho, não existo. Todos os dias, invariavelmente, tenho a hora do devaneio, quando fujo da difícil realidade do dia, voo para os lugares mais lindo do mundo; faço isso desde criança, deitando no chão frio de cimento vermelho de nossa pequena casa, olhando para o céu, pensando como criaria asas e voaria. Como DEUS escreve certo por linhas tortas, só criei asas após o acidente, que deixou marcas indeléveis; foi com um par de muletas que aprendi a voar”, conta.

O livro está à venda na Amazon, livraria e espaço AMEI, dentre outras.

Luiz Thadeu Nunes e Silva é Eng. Agrônomo, palestrante, cronista, estudante de jornalismo e viajante: o sul-americano mais viajado do mundo com mobilidade reduzida, visitou 143 países em todos os continentes.

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