"OUTROS OLHARES"

Programa de Itinerâncias 2022 traz a São Luís exposição da 34ª Bienal de São Paulo

A primeira cidade a receber a itinerância será São Luís (MA), com abertura de exposição nessa terça-feira (12), no Centro Cultural Vale Maranhão e na Casa do Maranhão.

Obra de Noa Eshkol durante a 34a Bienal de São Paulo. (Foto: Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo)

A Fundação Bienal dá início, no próximo dia 12 de abril, ao Programa de Itinerâncias da “34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto”, exposição que recebeu 700 mil visitantes no Pavilhão da Bienal e instituições parceiras, entre 2020 e 2021, além de ter atingido 2,7 milhões de pessoas online.

Este ano, a primeira cidade a receber a itinerância será São Luís (MA), com abertura de exposição no próximo dia 12 de abril no Centro Cultural Vale Maranhão e na Casa do Maranhão.

A circulação conta com articulação do Instituto Cultural Vale, patrocinador da Bienal através da Lei Federal de Incentivo à Cultura. As itinerâncias foram concebidas por Jacopo Crivelli Visconti, curador-geral da 34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto.

Para 2022, as mostras foram pensadas a partir de enunciados, que são eixos temáticos ou objetos que reúnem obras e artistas, estimulando o público a refletir sobre os assuntos apresentados. Este ano, temas como colonização, racismo e questões indígenas fazem parte das discussões abordadas.

“As itinerâncias podem ser entendidas, nesse sentido, como metonímias da 34ª Bienal, partes que elucidam o funcionamento da exposição como um todo. Além de cada enunciado local, incluímos o título da 34ª Bienal, Faz escuro mas eu canto. Por meio desse verso do poeta amazonense Thiago de Mello, publicado em 1965, reconhecemos a urgência dos problemas que desafiam a vida no mundo atual, enquanto reivindicamos a necessidade da arte como um campo de resistência, ruptura e transformação”, explica Crivelli Visconti.

Mostra itinerante no Centro Cultural Vale Maranhão e Casa do Maranhão

Pela primeira vez um recorte da Bienal é apresentado na cidade de São Luís (MA), iniciativa que se tornou possível por meio da parceria inédita com o Instituto Cultural Vale, o Centro Cultural Vale Maranhão e a Casa do Maranhão.

O recorte da mostra que será exibido na cidade é organizado a partir do enunciado Retratos de Frederick Douglass. Douglass foi um homem público, jornalista, escritor, orador estadunidense, e um dos principais expoentes da luta pela abolição da escravidão.

Até hoje seus retratos circulam pelo mundo como símbolo de justiça e liberdade. Assim, sob o olhar penetrante e desafiador de Douglass, este enunciado traz artistas e obras voltados aos processos de colonização, deslocamento, violência e resistência que marcaram e continuam marcando a vida de milhões de pessoas ao redor do planeta.

Os artistas cujas obras participam desta itinerância são: Alice Shintani, Arjan Martins, Daniel de Paula, Frederick Douglass, Frida Orupabo, Neo Muyanga, Noa Eshkol, Paulo Kapela e Tony Cokes (na Casa do Maranhão) e Beatriz Santiago-Munhoz, Daiara Tukano, Deana Lawson, Frederick Douglass, Gustavo Caboco, Jaider Esbell, Paulo Nazareth, Uýra e Victor Anicet (no Centro Cultural Vale Maranhão).

“Caminhar é uma forma de aprender: comunidades e povos do mundo ensinam e compartilham conhecimentos ao caminharem, juntos. Inspirados nesse desejo de movimento e partilha, é que temos a alegria de levar, pela primeira vez para São Luís, obras da 34ª Bienal de São Paulo, que também patrocinamos”, explica Hugo Barreto, diretor presidente do Instituto Cultural Vale.

Segundo ele, a mostra é uma forma de compreender a importância das produções que exploram, por exemplo, a ancestralidade em suas diversas manifestações no Maranhão.

“Dentre eles, os Retratos de Frederick Douglass, por entender a importância do reconhecimento da ancestralidade em suas diversas formas e trajetos, pertencimento e presença no estado do Maranhão. A exposição se divide entre os espaços do Centro Cultural Vale Maranhão e a Casa do Maranhão, propositalmente, buscando criar novos laços entre as casas de cultura do centro histórico de São Luís”, afirma.

Ações de Difusão

O programa de mostras itinerantes irá promover ações para professores, educadores e mediadores de público das instituições parceiras do programa. As ações se concentram nos enunciados e artistas de cada uma das mostras, apresentando também conteúdos e práticas que integram a publicação educativa da 34ª Bienal, Primeiros Ensaios.

Os conceitos de relação, tradução, crioulização, transparência e opacidade, elaborados pelo filósofo martinicano Édouard Glissant, serão discutidos em diálogo com o trabalho de mediação das obras.

Em São Luís (MA), serão realizadas uma palestra e uma visita mediada na quarta-feira, 13 de abril, às 10h, aberta ao público de forma gratuita.

Sobre o Programa de Itinerâncias da Bienal de São Paulo

O Programa de Itinerâncias da Bienal de São Paulo é uma iniciativa que chega em 2022 à sua sexta edição. A itinerância da 33ª Bienal, em 2019, percorreu oito cidades, sendo uma no exterior, e recebeu um público de mais de 170 mil visitantes.

“O programa aposta na arte e no seu impacto positivo no campo da educação e da cidadania. Parcerias com as instituições em cada local permitem a difusão do trabalho para além do circuito artístico da cidade de São Paulo, chegando a outros olhares e novas sensibilidades. Além das exposições, a iniciativa inclui ações educativas e de difusão, estando alinhada à missão da Fundação de integrar cultura e educação à vida cotidiana”, afirma José Olympio da Veiga Pereira, presidente da Fundação Bienal.

Pela iniciativa, além de São Luís (MA), mais oito cidades brasileiras e duas no exterior estão previstas para receber recortes da 34ª Bienal este ano, são elas: Campinas (SP), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Campos do Jordão (SP), São José do Rio Preto (SP), Belém (PA), Fortaleza (CE), Juiz de Fora (MG), Santiago (Chile) e Paris (França).

Ver a exposição:

Centro Cultural Vale Maranhão

São Luís (MA)

12 abril – 12 junho 2022

Av. Henrique Leal, 149

De terça à sábado das 10h às 19h

Entrada gratuita

Casa do Maranhão

São Luís (MA)

12 abril – 12 junho 2022

R. da Feira Praia Grande – Centro

De terça à sábado das 9h às 18h

Domingo das 9h às 13h

Entrada gratuita

Obra Carta ao velho mundo de Jaider Esbell a 34a Bienal de São Paulo. (Foto: Levi Fanan /Fundação Bienal de São Paulo)
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