CRESCIMENTO

O sex shop foi o mercado que mais cresceu durante a pandemia

Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual (Abeme), o setor teve o faturamento de quase R$ 1 bilhão em 2017.

Foto: Reprodução

O primeiro sex shop foi inventada por uma mulher em nos anos de 1962, a criadora foi Beate Uhse (1919-2001), que após encerrar sua carreira de piloto por causa de uma gravidez e ficar viúva, a alemã começou a vender produtos de porta em porta para sobreviver no difícil período pós-guerra. Ela compartilhava conhecimentos sobre sexo, como o uso da tabelinha, anticonceptivo com as consumidoras e acabou formando uma relação de amizade.

Atualmente o mercado de produtos eróticos, tem crescido ano a pós ano, ganhando cada vez mais visibilidade, durante o ano de 2017, segundo os dados da Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual (Abeme), o setor teve o faturamento de quase R$ 1 bilhão. Contudo, o mercado ainda convive com o preconceito e a vergonha de inúmeras pessoas.

A empreendedora Camila Rio Preto, 21 anos, e a sua sócia Rayana Priscila Moreira, 28 anos, criaram a Audace e observaram no sex shop, uma forma de ganhar dinheiro na pandemia e quebrar tabus, estigmas que estão presentes em nossa sociedade. “O momento de pandemia e crise impulsionou essa iniciativa para garantir uma renda extra e ajudar pessoas na intimidade. O nome Audace vem do francês, e significa Audácia, que é sair da zona de conforto, se arriscar em conhecer e praticar coisas novas. Logo, tudo se encaixou muito bem, e dei início a loja junto com minha sócia Priscila”, disse Camila.

O sex-shop, que é on-line, trás muita discursões sérias sobre sexo, sempre com a função de informar seu público, além de vender seus produtos que tem ganho bastante notoriedade. Mesmo com todo crescimento, ainda é existe um tabu muito forte sobre o consumo, a venda e o desejo. Isso ocorre principalmente vindo de mulheres, que julgam outras pela compra, tudo isso é proveniente de uma cultura machista e sexista, que veem as mulheres como seres que não podem sentir desejo e o mercado erótico vem de contra partida para mostrar que o desejo é universal e todos podem sentir.

“Hoje em dia ainda existe um tabu para o Sex shop, algumas se recusam a usar produtos por acharem desconfortáveis, por preconceito ou até mesmo por seu parceiro não aceitar que elas usem, simplesmente por se sentirem inferior a tais produtos ou por pura ignorância. Mas toda essa situação já mudou bastante pro que era antes, vários tabus já estão sendo quebrados. Um exemplo é quantidade de Sex shops espalhados pela cidade, seja on line ou presencial”, disse Rayana Moreira.

Tentar fazer com que as pessoas vejam com bons olhos o sex-shop é um desafio ainda bastante presente na sociedade. Logo, levar uma informação de qualidade, faz toda a diferença na hora de vender. Pois é uma forma de romper rótulos que são machistas e que tentam a todo custo limitar o autoconhecimento sobre o seu corpo.

“O maior desafio é levar a informação ao consumidor para diminuir o preconceito e auxiliá-lo na intimidade. São muitas as vantagens do uso dos produtos, mas ainda há receio em sair da zona de conforto por parte dos clientes. Logo, é necessário audácia para quebrar alguns tabus e compreender melhor o lado mais “humanizado” dos sexshops, já que os itens podem trazer melhoria na autoestima e saúde física dos usuários”, afirmou Camila Rio Preto.

Sex-shop e Pandemia

A pandemia foi um momento que ninguém esperava e muito menos imaginava, foi o momento que as pessoas mais conviveram, principalmente os casais, e foi um momento onde todos puderam resolver suas indiferenças para um novo começo ou para um futuro termino.

A maioria para tentar surpreender e deixar viva a relação, apostaram muito na inovação dos sex shops, pois foi uma forma não deixa a relação cair na rotina e a convivência não ficar tão monótona. Logo, esse foi um dos motivos para fazer crescer tanto a procura dos sex shop on-line na pandemia, durante o ano de 2020 as vendas bateram quase R$ 2 bilhões, de acordo com a Abeme a procura ficou cada vez maior, o que fez muitas pessoas repensarem seus preconceitos enraizados.

“As pessoas estão ficando muito tempo em casa, então acaba que a convivência fica muito constante com o parceiro (a), e para algumas pessoas isso não é legal. Sendo assim o mercado erótico entra no relacionamento do casal, pra fazê-los saírem da rotina, dar um up no relacionamento. E muitas pessoas começaram a buscar seu autoconhecimento, usando os próprios produtos sozinha, pois existem vários produtos pra satisfazer uma pessoa sem que ela vá precisar de outra. Contudo isso, a pandemia fez com que esse mercado crescesse”, afirma as empreendedoras.

Na pandemia foi um dos mercados que teve um maior faturamento, pois com necessidade de ficar em casa, a vontade de inovar foi ativada, tanto que nos meses de março a agosto teve uma procura de 12% maior e um faturamento de 50%. Os sex shop ainda é majoritariamente empreendido por mulheres, desta forma o percentual de mulheres empreendendo subiu significativamente. Os homens ainda representam um percentual baixíssimo, entretanto, a porcentagem deles cresceram em relação ao consumo, mostrando que eles estão perdendo mais a vergonha.

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