No próximo dia 17, moradores da Colônia do Bonfim receberão a presença do Papai Noel, a partir das 18h. A ação faz parte do projeto Amigos do Bonfim que realiza, desde o ano passado, atividades de inclusão e solidariedade, para proporcionar um natal melhor para moradores do local. Nesse dia, a organização também estará recebendo doações de brinquedos e alimentos não perecíveis para serem entregues à comunidade no dia 25 de dezembro.  O Amigos do Bonfim foi um projeto que começou por acaso, mas que cresceu e se tornou grandioso. Algo que vai além de um evento, de ajuda material, algo que trata de humanidade.

Este ano, diferente do que ocorreu no ano passado, não pode haver o Show Beneficente e nem o Chá com Prosa, devido às restrições sanitárias impostas pela pandemia de Covid-19. No Show Beneficente era feita a arrecadação de doações para o natal, e o Chá com Prosa era um momento descontraído em que moradores se reuniam para compartilhar histórias.  Mas as atividades de confecção de arranjos e decoração para o natal começaram ainda em julho.

A decoração do Natal do Bonfim inaugurou na semana passada trazendo como novidades uma árvore e um presépio feito de pano.

“Com a pandemia, esses dois eventos não puderam ser feitos, e como a maioria das pessoas que moram ao redor da vila são idosos, a gente não quis expor. Começamos a produzir os arranjos e a luminárias para decoração deste ano com os moradores produzindo tudo.

Contamos com a comunidade e voluntários ajudando, tanto financeiramente, quanto confeccionando os materiais. Quem liderou mais uma vez foi o professor Reginaldo Magalhães, que é o cabeça do projeto”, disse Nelyane Gomes, estudante de jornalismo e moradora da Vila Nova, que viu em uma atividade da faculdade uma oportunidade para retratar a realidade em que vivem os ex-internos da antiga Colônia do Bonfim e ajudá-los.

Foi durante uma conversa com um ex-interno, Flávio Serafim Lisboa, que surgiu a ideia do show beneficente, que teve a primeira edição no ano passado. Segundo Nelyane, Flávio Serafim Lisboa, de 75 anos, chegou à Colônia do Bonfim em 1962, com 16 anos, quando saiu da cidade de Anajatuba, no interior do Maranhão. Depois da cura, ele continuou morando lá.  “Se fôssemos recontar a história daquele tempo, são muito grandes as diferenças. Antes as pessoas tinham medo, mas hoje elas têm aprendido que é possível conviver conosco”, disse.

Assim como seu Serafim outros ex-internos, egressos já curados, familiares e ex-funcionários já aposentados habitam nas cerca de 30 casas, chegando a pouco mais de 100 pessoas, além dos pacientes tratados Unidade de Apoio Hospital Aquiles Lisboa, referência no tratamento da doença e que funciona na localidade.

Os interessados em ajudar com o projeto podem entrar em contato com os organizadores através da página oficial ‘Amigos do Bonfim’ nas redes sociais.

Antes as pessoas tinham medo, mas hoje elas têm aprendido que é possível conviver conosco