“Que fotografia linda!”. Quantas vezes as pessoas já se pegaram admirando uma foto e murmurando tal frase? Mal sabem elas, quanto sentimento, instinto, percepção, ela guarda. Mal sabem elas, quanto do fotógrafo está contido naquela imagem. Mal sabem elas, o olhar que o fotógrafo teve, e o quanto isso é difícil de explicar. O olhar é algo individual e que em um breve instante consegue capturar uma imagem que vira um verdadeiro objeto de arte.

Anualmente, o dia 19 de agosto é marcado pela celebração do Dia Mundial da Fotografia, pois remete à data em que a Academia de Ciências e Belas Artes de Paris presenteou a humanidade tornando a invenção do daguerreótipo acessível ao público em 1839. O mecanismo, desenvolvido pelo físico francês Louis Jacques Daguerre, foi o primeiro equipamento fotográfico fabricado em escala comercial.

Em tempos de pandemia, eventos e similares alusivos ao dia vão se ater às plataformas digitais, por aqui, vamos relembrar o que move alguns fotógrafos de São Luís a buscarem sempre a melhor imagem e que contam, com arte e poesia, história do dia-a-dia de gente como a gente e de lugares que amamos. 

Ah, e vamos falar também dos pontos turísticos mais fotografados pelos ludovicenses.

Veruska Oliveira, fotógrafa há 16 anos, coleciona histórias através de imagens e já publicou alguns livros, como o Terra de Palmeiras, sobre as quebradeiras de coco babaçu. “ A paixão pelas cenas cotidianas, pela beleza anônima das personagens que cruzavam o caminho, pelo momento, pelo instante, pela harmonia dos movimentos, pela expressão de cada olhar, pelo universo de cada sorriso, pela poesia do “ser” humano, despertaram em mim o desejo de eternizar em imagens aquelas que há muitos anos admirava”. 

Além desse livro, ela publicou ainda “Itaqui-Bacanga – Um Autorretrato”, Quilombolas do Maranhão: Um retrato”, e “Impressão do Silêncio”.  “Não tenho uma área preferida na fotografia mas gosto de fotografar pessoas. Não sei dizer se existe uma fotografia perfeita. Mas diria que é a imagem que conversa com você. Que consegue expressar um sentimento”, disse ela.

Não tenho uma área preferida na fotografia mas gosto de fotografar pessoas. Não sei dizer se existe uma fotografia perfeita. Mas diria que é a imagem que conversa com você

A  emoção perpassa a imagem fotográfica

O fotógrafo Gilson Teixeira, com quase 20 anos de profissão, destaca em seu trabalho um registro em uma das greves de professores no primeiro governo Roseana Sarney. “A cavalaria da PM, colocou seu cavalos para cima dos professores, fiz um bom registro, e no dia seguinte depois da foto ter sido publicada, fui aplaudido por toda classe de professores em praça pública. Fiquei muito orgulhoso”, disse.

Fui aplaudido por toda classe de professores em praça pública. Fiquei muito orgulhoso

A foto perfeita

Para Gilson, a fotografia perfeita é aquela em que a emoção perpassa a imagem. “O momento perfeito é retratar aquilo que você está sentindo. Vai muito além da técnica de enquadramento, simetria… É transmitir na imagem a emoção que você sentiu ao fazer o registro”.

Olhar do Fotógrafo
Também com quase duas décadas fotografando pessoas e momentos, Paulo Caruá lembra que seu primeiro trabalho foi fotografar uma festa de aniversário e depois enveredou pela área cultural o que culminou com uma exposição sobre personagens das festas de carnaval e São João. Em 1998 ganhou uma premiação pelo concurso o Olhar do Fotógrafo promovida pelo antigo Colonial Shopping. 

“Acho que o fotógrafo tem a sensibilidade de perceber a foto perfeita. Ele registra e diz: ‘é a foto’!”.

O fotógrafo tem a sensibilidade de perceber a foto perfeita