Tik Tok: app que virou febre no Brasil diverte maranhenses durante quarentena
A rede social de origem chinesa oferece entretenimento imediato e já figura entre as plataformas mais baixadas no país
Nascido na China, o Tik Tok está transformando o ecossistema de mídia durante a quarentena, ocasionada pela Covid-19, doença causada por vírus de origem chinesa. Em São Luís, Greycy de Menezes Pontes, Fernanda Souza e Isabelle Azevedo se aproveitam de mais tempo livre, em suas respectivas casas, para fazerem da plataforma o mote do entretenimento fácil. Elas ofertam vídeos engraçados, entre 15 a 60 segundos, com truques divertidos de edição.
O Tik Tok é o “tic-tac” em inglês, ou tique toque na língua portuguesa. A rede social é a mais recente febre digital, e pertence a um dos gigantes de tecnologia chinesa, a empresa ByteDance. Em 2019, o aplicativo foi o quarto mais baixado, ficando, inclusive, à frente do Instagram. Este mês, a plataforma ocupou o segundo lugar na lista de apps com mais downloads, no mundo, segundo relatório da Sensor Tower (empresa de análise).
Em São Luís, uma das maranhenses que começou a despontar no Tik Tok é a funcionária pública Greycy de Menezes Pontes, de 37 anos, formada em Administração. O perfil dela é @greycypontes. Especializada nas dublagens, a influencer chega a gastar três dias para produzir cada clipe, num esforço que, até o momento, lhe rendeu mais de 5 mil seguidores; o primeiro vídeo de Greycy foi produzido no dia 19 de março deste ano.
“Hoje eu tenho 42 gravações. Só de visualizações, há mais de 500 mil do total de vídeos. Alguns deles tiveram a média de 126 mil acessos cada. Outros, individualmente com mais ou menos 20 mil visualizações. O Tik Tok permite ‘live’, agora que tenho mais de cinco mil seguidores, farei a primeira live”, compartilhou empolgada.
Imitações de memes do Maranhão
Greycy fez um meme no Tik Tok, de um vídeo sobre uma reportagem de Imperatriz (MA), no ano de 2017, em que a população da cidade reclamava do tamanho do bolo de aniversário do município. À época, o fato se tornou uma das piadas de destaque na internet.
Greycy revela que o sucesso já lhe rende até recebidos (presentes) cheios de carinhos. Ela contou que uma seguidora de São Luís, dona de uma chocolataria, ao visualizar no perfil a imitação do meme de Imperatriz, além de outro meme, no qual a funcionária pública diz “meu país Maranhão”, teria ficado tão feliz de deduzir que Greycy é maranhense, que a presenteou com um bolo de chocolate.
“Essa seguidora me enviou um bolo super carinhoso com cobertura de chocolate. Fiz um vídeo com o doce, e, assim como outras gravações, o clipe está disponível na minha conta do Instagram. Eu só quero levar para as pessoas uma coisa leve, engraçada, divertida”, ressaltou Greycy.
Outra imitação de meme do Maranhão, feita por Greycy, é sobre Doraci de Sousa Leal, moradora de Bacabal (MA), que fala numa entrevista televisa, de 2015, “o sangue de Jesus tem poder”. A bacabalense se queixava de um vizinho que a incomodava.
Ganhos Financeiros
Além do entretenimento, o aplicativo possibilita ganhos financeiros a muita gente que investe tempo nas produções. No Tik Tok, a monetização vem por meio de parcerias com empresas, numa lógica semelhante aos posts patrocinados do Instagram. A estudante de administração Isabelle Azevedo (@isabelle.azevedoo) disse que criou sua conta no app como uma forma de escoar sua criatividade, em busca de diversão nos dias monótonos do distanciamento social. Mas, Isabelle já pensa no quanto, financeiramente, o app pode vir a lhe render.
“Aderi a essa rede social por diversão, criei minha conta logo após o início da quarentena em São Luís, nos primeiros dias de abril. Tenho 16 produções, a maioria envolve dança, por meio dos ‘challenges’, como são usados os desafios do aplicativo. Vejo a plataforma como uma possível forma de negócio, é algo para se considerar”, ponderou a universitária.
Uma das formas de ganhar dinheiro pela ferramenta é fazendo lives em que os seguidores podem comprar créditos de até US$25 para presentear. Mas essa espécie de like com valor monetário ainda não engrenou no Brasil e estaria despertando dúvidas sobre seu potencial. Isso porque o país é extremamente afeito às redes sociais, mas paga pouco por isso.
O mesmo desejo de futuramente lucrar com o Tik Tok tem a estudante de Odontologia Fernanda Souza, de 21 anos. Ela contou que criou sua conta assim que o aplicativo surgiu. Fernanda informou que, no início, produzia vídeos de dublagem, depois começou a dançar na plataforma, e, atualmente, tem feito alguns tutoriais de maquiagem.
.“Fiquei muito tempo sem utilizar minha conta. Aliás, eu a abandonei alguns anos, quando já tinha 733 seguidores. Voltei agora nessa quarentena a acessar o aplicativo, tenho 59 gravações nele. E, sim, dá para empreender utilizando-se da criatividade. Estou otimista que em breve o Tik Tok será o novo Instagram”, opinou a universitária.
Uma marcante história de sucesso no Tik Tok é a da música Old Town Road, de Lil Nas X. A ferramenta foi importante para o sucesso da faixa, com a hashtag “#yeehaw”, que gerou milhares de vídeos com mais de 70 milhões de visualizações. A música se tornou tão viral que gravadoras tomaram conhecimento do cantor, que fez um remix da canção e se tornou sucesso.