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Série conta história da primeira negra milionária

Octavia Spencer é a protagonista e produtora da série sobre Madam C.J. Walker, que cria uma linha de cosméticos para cabelos afro

Reprodução

Por pelo menos duas semanas, a minissérie A vida e a história de Madam C. J. Walker figurou no top 10 brasileiro da Netflix, após seu lançamento na plataforma, há um mês. Com quatro episódios, a trama gira em torno de uma figura icônica para a comunidade negra estadunidense e, até então, desconhecida no Brasil – a não ser pela menção no projeto Histórias de ninar para garotas rebeldes.

É a norte-americana Sarah Breedlove, filha de escravos que viveu entre 1867 e 1919 nos EUA e foi a primeira mulher negra a se tornar milionária por esforço próprio, devido ao lucro de uma empresa de cosméticos voltados ao cabelo afro.

A história de Madam C. J. Walker, como ficou conhecida Sarah, ganhou primeiro os livros. A biografia On her own ground (ainda sem tradução para o português) foi escrita pela jornalista A’Lelia Bundles, que é descendente da empreendedora.

Até que, neste ano, foi para as telinhas sob direção de DeMane Davis e Kasi Lemmons, com adaptação de roteiro por Nicole Jefferson Asher, Elle Johnson, Janine Sherman Barrois, Tyger Williams e a própria A’Lelia. Na produção-executiva estão grandes nomes, como LeBron James e Octavia Spencer, que também dá vida à protagonista.

A minissérie se passa em St. Louis, em 1908, quando Madam C. J. Walker ainda é apresentada Sarah, uma mulher sem autoestima, com perda de cabelo e um histórico de violência doméstica. O período está apenas cinco décadas distante da abolição da escravidão.

A mudança começa quando Sarah descobre um produto que retoma o crescimento dos fios. Com as novas madeixas, a protagonista ganha confiança e vai atrás de seus sonhos. O primeiro era largar o emprego de lavadeira de roupas para vender o produto. Sem ter essa oportunidade por conta de sua aparência, decide fabricar ela mesma o cosmético.

“Eu conhecia a história de Madam C. J. Walker desde quando era mais nova. Mas, basicamente, achava que ela tinha inventado o pente quente, o que descobri depois que não era verdade. (Risos). Quando li a biografia, percebi que havia muito mais do que eu imaginava, como seu talento natural para os negócios. Era uma mulher à frente de seu tempo, uma visionária”, afirma a roteirista Nicole Jefferson Asher.

A minissérie procura destrinchar a história de C. J. Walker desde o começo humilde até se tornar uma grande empresária, vivendo em Nova York. Para contar uma história repleta de altos e baixos, a direção recorre a toques de realismo fantástico, cores muito vivas e um certo humor para suavizar a carga dramática. “O que eu queria fazer era encontrar um jeito de contar essa história e de mostrar como ela era visionária, que ela não pensava como as outras pessoas daquela época. E que ela era uma importante mulher de negócios e pioneira, num mundo dominado por homens. Ela merece ser reconhecida pelo jeito que modernizou a indústria da beleza. Daí veio a ideia de usar alguns elementos de realismo fantástico para tentar comunicar essas ideias e visões dela, sob esse ponto de vista, de que ela não via o mundo como as outras pessoas”, explica Nicole.

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