Festivais online são febre no isolamento
Artistas, produtoras e gravadoras criam festivais com transmissão on-line
O avanço do coronavírus colocou o mundo em alerta. Os países em que a Covid-19 foi disseminada adotaram medidas de segurança. Evitar aglomerações foi uma das principais ações. O que impactou diretamente na realização de shows e festivais. Centenas foram cancelados e adiados pelo planeta. No meio dessa crise, a resiliência falou mais alto. No mundo da música, artistas, produtoras e gravadoras perceberam que poderiam usar a internet como aliada. A primeira grande ideia nesse sentido veio de Portugal.
Desde a última terça-feira, 78 artistas fazem shows com transmissões ao vivo em perfis no Instagram. A maioria delas faz a apresentação em casa, com o objetivo de atingir os fãs que estão em quarentena. A agenda estava prevista para ser encerrada amanhã após mais de 40 horas de música.
A iniciativa lusitana inspirou os brasileiros que resolveram criar versões do festival. Pela internet é possível encontrar diferentes projetos. Em todos, a ideia é manter a produção artística em vigor e interagir com o público.
Uma das primeiras a surgir foi o Isolamento Acústico, promovido pela Loop Discos. Até 9 de abril, sempre às 20h, artistas nacionais se apresentam no perfil @loopreclame no Instagram. Entre os nomes confirmados: Bibiana Petek, BemQuerê (Portugal), Carla El, Duca Leindecker, Frank Jorge, João Maldonado, Lucas Silveira (Fresno), Lila Trentini, Rê Adegas, Nani Medeiros, Rafa Malenotti, Rod Krieger, Antonio Villeroy e Yas Speransa.
Desde quarta-feira, a plataforma MangoLab promove o projeto Quarentena Sessions. Diariamente, um artista ou uma banda se apresenta em lives de 30 a 40 minutos. Além do show, o espaço serve para a divisão de mensagens de positividade. “O projeto nasce como uma reação a essa situação. Tá todo mundo entendendo ainda como agir e reagir. O primeiro ponto é que temos uma crença de que a música e arte, em geral, não são servidas apenas nos momentos de fartura. Mas a arte, como um todo, tem como oferecer apoio, resiliência, alívio e até cura mentalmente. O segundo ponto é que, como agentes culturais, estamos vivendo um momento muito difícil em nível de trabalho e produtividade. Então, essa é uma forma de encorajar todos os artistas e de entender como podemos rentabilizar mesmo dentro de casa”, avalia Eduardo Sena, do Quarentena Sessions.
O line-up reúne o maior número de vivências, desde artistas da periferia, mulheres até diferentes gêneros e linguagens artísticas. As apresentações têm horários variados e ocorrem no perfil oficial do MangoLab no Instagram. Entre os nomes que participam da iniciativa de hoje até o fim do projeto estão: Julio Secchin, A Banca 021, Valuá, Camões, Rafa Pinta & Thom Verardi, Larinhx, JOCA, Carlos do Complexo, e Lila.