CARNAVAL 2020

Fofão: mais presente do que nunca na folia

Seja como motivo para realização de oficinas ou como figura principal do carnaval de São Luís, o personagem Fofão está mais presente do que nunca

Reprodução

Quem aí achava que o tempo de se fantasiar de fofão já tinha acabado, adivinha? A fantasia está mais viva do que nunca. No pré-carnaval de São Luís não é difícil encontrá-lo por aí. E detalhe: muitos deles, com a original máscara de papel machê. O fofão é um dos mais tradicionais personagens do carnaval de rua do Maranhão e este ano ganhou, além das participações em blocos, oficinas, exposições em vários locais.

No ano passado, um grupo que se reuniu despretensiosamente para brincar no carnaval, na rua do Passeio, hoje já contabilizou em um encontro, 60 fofões. O Blocão do Fofão, formado por artistas, já recebeu diversos convites e já participou de vários eventos pré-carnavalescos, com uma agenda já recheada de programação, como no show de Marquinhos Duailibe, e no Cortejo do Sesc (na Raposa). A saída oficial do grupo está programada para o dia 24, segunda-feira gorda de carnaval, na Rua do Passeio, às 15h. “Foi um convite feito por meio do Facebook para todo mundo que tinha fofão se encontrar na Rua do Passeio, no ano passado.  Éramos 5, depois 10, depois 38, e quando vimos já tinha 62, a partir daí o grupo foi crescendo por quem é apaixonado por fofão”, disse Uimar Jr., um dos precursores do grupo.

O objetivo maior, segundo ele, é o resgate do personagem, porque há uns 2 anos quase não se via fofão pelas ruas. “Temos saído aos finais de semana, chegamos nos locais aí, é um contraste. É o povo ouvindo funk, e a gente chegando. Mas é isso, não há nada forçado, a gente vai marcado e quem quiser aparecer, vai. Acho que vamos chegar até 100 este ano na nossa saída na rua do Passeio. Nosso objetivo é não deixar essa tradição morrer. O Blocão é aberto a todos”, acredita Uimar.

Para a saída oficial do dia 24, ele convida quem quiser a  se fazer presente com roupa de fofão ou outra fantasia dos antigos carnavais, de personagens que a gente não vê mais e que brincavam com o fofão: como, cruz-diabo, esqueleto, índia potira, cachorro, urso, para manter a tradição desses personagens do carnaval de rua de São Luís.

Éramos 5, depois 10, depois 38, e quando vimos já tinha 62, a partir daí o grupo foi crescendo por quem é apaixonado por fofão

Oficinas, bloco e cortejo carnavalesco

E, na Rua Grande, um cortejo carnavalesco realizado pelo Sesc, com a participação do Blocão do Fofão e o Bloco do Cabeção da Dac, invadiu a via, após o encerramento da oficina Máscaras de Fofão, para abrir a exposição de mesmo nome, na Galeria Antônio Almeida do Palacete Gentil Braga (Rua Grande, 782 – Centro). 50 máscaras artesanais de fofão feitas pelos alunos, da oficina ministrada pela artista visual Marlene Barros, estarão expostas até o dia 27 de fevereiro. “A realização dessa oficina e exposição resgatam a figura do fofão, personagem importante do nosso carnaval. Propiciou, ainda, aos alunos a oportunidade de realizarem suas próprias máscaras e aprenderem a técnica do papel machê. Uma técnica simples, mas que abre um leque de possibilidades para sua utilização em vários outros trabalhos”, disse Marlene Barros.

Para Uimar, que foi monitor da oficina, a realização de oficinas é importante para formar outras pessoas e cita que este ano vários órgãos se mobilizaram para fazê-las. “Significa que o fofão e está no auge e que a tradição nunca vai morrer”, disse.

Também no Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho, órgão vinculado à Secretaria de Estado da Cultura (Secma), começa nesta terça-feira, 11, a Oficina de Máscaras Carnavalescas. As aulas serão realizadas de 11 a 20 de fevereiro, das 13h às 18h, no Centro de Cultura, Rua do Giz, 221 (Praia Grande). A oficina será ministrada pelo professor Pelé Fontenelle. “Ao contrário das industrializadas, as máscaras ensinadas na oficina passam por técnicas tradicionais, são artesanais e ecológicas. Além disso, o aluno consegue expressar sua imaginação e fazer algo próprio e característico”, declarou Ana Cláudia Damasceno, diretora do Centro de Cultura Popular.

Exposição
Além da exposição na Galeria Antônio Almeida do Palacete Gentil Braga,   o público pode apreciar a mostra no Museu Casa de Nhozinho (na Galeria do Cofo, Rua Portugal nº185, Praia Grande), com Máscaras de Fofão. A mostra temática ficará aberta até a primeira semana de março, de terça a sábado das 9h às 18h e aos domingos das 9h às 13h. O objetivo é chamar a atenção para uma das figuras mais populares e tradicionais do carnaval maranhense, e suas máscaras confeccionadas em papel machê (técnica que usa cola, jornal e tinta), com estampas coloridas e divertidas.

As peças em exposição, de autoria dos artistas Paulo Coelho, José Alencar, José Diniz, Nil Muniz, Pelé Fontenelle e Rogério Berredo, também estarão à venda.

Símbolo do carnaval
O Fofão foi inspirado em personagens do Carnaval europeu e antigamente saia pelas ruas de São Luís, animando e alegrando os foliões. Usam máscaras, macacões coloridos e folgados, com guizos (que fazem o barulho tradicional que se ouve quando eles passam pelas ruas), e usam máscaras feitas de papelão, pano ou papel machê, as mais feias possíveis.

Sozinho ou em grupo, o fofão, com seu grito: “Ulá! Lá! Lá!”, sua boneca, que entregava às pessoas para que dê algum dinheiro, e sua varinha, para espantar os cachorros, foi a alegria e o terror de muitas crianças nos carnavais maranhenses. Quem pegava nas bonequinhas que eles carregavam consigo acabava tendo que pagar algum trocado, senão fica sendo perseguido até o dia acabar.

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