CULTURA

Arte coreana: a arte que vem ganhando espaço também no ocidente

Seja nas roupas, maquiagem, cortes de cabelo e até mesmo na linguagem falada e escrita

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Com o advento da internet já é quase impossível pensar num mundo antes do k-pop e da influência sul-coreana na cultura ocidental. Seja nas roupas, maquiagem, cortes de cabelo e até mesmo na linguagem falada e escrita cada vez mais procuradas em cursos de idiomas online graças às músicas e series de doramas (as famosas novelas sul-coreanas). E também é claro, do cinema – produções que vem ganhando cada vez mais espaço e prestígio do público ocidental.

O filme “Parasita” de 2019 do diretor Bong Joon-ho vem acumulando prêmios em festivais por onde passa. O filme segue sendo um dos mais elogiados pela imprensa internacional e pelos quadros de cotações críticas. Em Cannes ganhou a Palma de Ouro o principal prêmio do festival, e no Globo de Ouro, o Prêmio de Melhor Filme Estrangeiro. Favorito do Oscar deste ano, o filme concorre em 6 categorias, incluindo melhor filme, melhor direção e melhor roteiro original.

A história gira em torno de uma família desempregada que vive em um porão pequeno na periferia da Coreia do Sul. Uma obra do acaso faz com que o filho adolescente da família comece a dar aulas de inglês à garota de uma família rica. Fascinados com a vida luxuosa destas pessoas, pai, mãe, filho e filha bolam um plano para se infiltrarem também na família burguesa, um a um. No entanto, os segredos e mentiras necessários à ascensão social custarão caro a todos.

Segundo o próprio diretor, o longa é uma comédia dramática em tom satírico sobre uma família sul-coreana à beira da miséria.

A produtora audiovisual Marina Rodrigues fala sobre o cinema como uma questão mercadológica, como se deu o crescimento e a popularização do cinema sul-coreano, e também do porquê do sucesso do filme Parasita no ocidente:

“A Coreia do Sul tem uma política cultural muito bem estruturada. O audiovisual é bastante estimulado desde a época que o país sofria com a dominação japonês e a língua era proibida. Essa memória está presente em muitos filmes e acredito que em Parasita também no contexto da desigualdade”, afirma.

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Hollywood leva muitos blockbusters para filmar na Coreia, um exemplo muito recente desse fenômeno está presente na série Sense8 da Netflix, que por diversas vezes usa locações na capital Seul! Esse tipo de política se chama Film Commission e isso proporcionou a Coreia uma grande receita e a exportação do k-pop e do cinema para outros continentes, é uma política construída durante anos.

A visibilidade de Parasita aqui reflete esse grande momento de “boom” da Coreia. Com um mercado aquecido, foi possível transformar o filme em um fenômeno, o levando para Cannes e chamando a atenção de Hollywood, que para manter as boas relações com o país, já convidou o diretor para fazer uma série derivada do filme.

Mas antes mesmo do sucesso de Parasita, outros filmes ganharam muito prestígio no ocidente e inspiraram algumas versões ocidentais dos mesmos em Hollywood. O diretor de Parasita, Bong Joon-ho, em seu discurso no Globo de Ouro disse: “Depois de superar a barreira das legendas, você será apresentado a muitos outros filmes incríveis.” E aqui vai uma pequena lista com alguns deles:

  • Oldboy (2003) – Direção: Park Chan-wook (I)

Oh Dae-su é preso depois de uma bebedeira. Ao sair da cadeia ele resolve ligar para casa. É aniversário de três anos de sua filha. Na cena seguinte acorda em um quarto onde há apenas uma televisão. Sem saber por quem e nem por que, Oh Dae-su fica preso durante 15 anos. Ao sair daquele lugar, procura entender o que se passou em sua vida. Mesmo afastado de tudo ele foi acusado de matar sua mulher. Oh Dae-su quer vingança custe o que custar. Para isso terá que viver uma história perturbadora. Em 2013 o filme ganhou uma versão estadunidense dirigida por Spike Lee.

  • Memórias de um Assassino (2003) – Direção: Bong Joon-ho

Baseado em uma fantástica história real, “Memórias de um Assassino” se passa na província de Gynnggi, na Coréia do Sul. O corpo de uma jovem brutalmente assassinada é achado pela polícia. Dois meses depois, em outro lugar, a brutalidade se repete. Em um local onde isso nunca deveria ter acontecido, os investigadores se deparam com crimes cometidos por um assassino em série. Começa então uma interessante investigação liderada pelo detetive Park Du-Man.

  • A Criada (2016) – Direção: Park Chan-wook (I)

Coreia do Sul, anos 1930. Durante a ocupação japonesa, a jovem Sookee (Kim Tae-ri) é contratada para trabalhar para uma herdeira nipônica, Hideko (Kim Min-Hee), que leva uma vida isolada ao lado do tio autoritário. Só que Sookee guarda um segredo: ela e um vigarista planejam desposar a herdeira, roubar sua fortuna e trancafiá-la em um sanatório. Tudo corre bem com o plano, até que Sookee aos poucos começa a compreender as motivações de Hideko.

K-Pop em São Luís

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Não é novidade que o K-Pop, tem lotado estádios no Ocidente fazendo jovens brasileiros apreenderem coreano para cantar junto, além de acamparem por quase 1 mês de antecedência nas filas dos shows. Um dos maiores grupos desse gênero o BTS, por exemplo, teve mais hits em 1º lugar que qualquer grupo de k-pop em toda a carreira e alcançou recordes dos Beatles.

Em São Luís os eventos de danças nos shoppings da cidade são cada vez mais frequentes. Covers de grupos como BTS, Stray Kids, EXO, Monsta X, NCT 127, SEVENTEEN, BLACKPINK, GOT7, GFriend, HyunA, Girls’ Generation… Os títulos parecem infinitos e tem para todos os gostos.

A professora de dança Michelle Vieira fala como foi inserida neste universo da cultura coreana e quais são suas referências dentro deste nicho:

“Meu primeiro contato com o k-pop foi através do girlgroup Girls’ Generation no final de 2010. Eu vi passando na tv um clipe delas, anotei o nome na mão e fui procurar no YouTube, encontrei além delas muitos outros grupos. Literalmente um novo universo. Logo fui adicionada em uma comunidade no Facebook de Kpoppers de São Luís. Nos organizamos e aconteceu em um evento de anime em 2012 a primeira apresentação de um grupo de k-pop (o Lucyd). Desde então, fomos ganhando mais espaço, e competições começaram a ocorrer com frequência e nosso número começou a aumentar, assim como o de grupos covers de k-pop (B-krazy, RGD, Mai’dy). Atualmente existem eventos só de k-pop com venda de álbuns físicos e até de comidas vindas da Coréia do Sul. O público jovem tem maior peso, mas é possível encontrar pessoas de todas as idades” concluiu.

Já no dia 26 de janeiro é anunciado o evento “Super K-Pop Festival” que conta com a participação de youtubers e web celebridades voltadas para a criação de conteúdo sobre cultura coreana.

Horário: 13h às 19h

Local: Auditório da Tupperware (2° piso do Shopping Passeio)

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