Quanto tempo faz que você não escreve uma carta de amor, de amizade…? Ou que não recebe uma? Já escreveu alguma vez? E se eu te disser o tanto de coisas e sentimentos que envolvem um simples papel em um envelope, tanto para quem escreve, quanto para quem recebe? E se a pessoa que escreve nem mesmo conhece a que vai receber?

São muitas as perguntas e respostas para um gesto simples, mas que vem carregado de significados. São muitas as perguntas e as respostas para um ato que está se perdendo, em meio à modernidade, à facilidade que a tecnologia proporciona.

Um simples gesto de amor que se perde no mundo digital. Cartas escritas a mão, com papel muitas vezes escolhidos com capricho, já não são tão mais comuns, embora possam revelar os mais variados sentimentos. E é para trazer à tona esse hábito e dar alento a enfermos e acompanhantes que vão precisar passar o período natalino internados em um hospital, que surgiu a ideia de um projeto no Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão, o “Palavras que Curam”.

O processo de cura para quem está no leito de um hospital muitas vezes tem relação com a força de vontade, com a esperança e com outros fatores que motivam o paciente. Um desses fatores, talvez o mais importante de todos, talvez seja o amor.

O projeto lançou mão da tecnologia para aproximar pessoas da forma mais tradicional. Destinatário e remetente não se conhecem. O carinho é anônimo, mas as palavras são como injeções de ânimo.

Funciona assim: desde o dia 10 de dezembro as pessoas estão enviando suas mensagens para o e-mail específico do hospital (palavrasquecuram@huufma.br) e os funcionários transcrevem para o papel e as colocam no envelope. Até o momento já foram recebidas 400 mensagens de várias partes do Brasil e do mundo, que serão entregues no dia 24 com todo carinho para os pacientes.

O envio das mensagens foi até o dia 17, mas segundo a coordenação, a todo momentos chegam novas com mensagens de apoio, carinho e fé aos pacientes, acompanhantes. As cartas foram enviadas por pessoas de vários lugares, escritas com a intenção de proporcionar um Natal diferente para quem vai passar em um hospital, com palavras de renovação e esperança

As mãos ágeis dos funcionários trabalham para que todas as mensagens fiquem prontas a tempo. Cartas como a que veio da Geórgia, nos Estados Unidos. A mensagem diz o seguinte: “Olá, me chamo André e gostaria que você soubesse que mesmo distante e sem conhecer você, oro para que nesta feliz data natalina suas esperanças sejam renovadas, sobretudo em Deus que nos enviou o seu filho para salvar pessoas como eu e você. Oro também para que Deus em sua infinita bondade te dê força e restaure sua saúde! Sei que não é fácil passar pela dor e sofrimento, mas graças a Deus que nos dá a vitória em Cristo, que por ele ter suportado o sofrimento pelos nossos pecados, hoje podemos clamar por ele nos momentos de angústia…”.

Para a Gerente de Atenção à Saúde em Exercício do HU, Tereza Rachel Alencar, o projeto que já acontece em outras instituições hospitalares pelo Brasil, é uma ferramenta simples que atinge o propósito de dar força e esperança ao paciente. “Foi um sucesso. Nós ficamos muito felizes com a quantidade de mensagens que chegaram e que ainda estão chegando e que falam de fé, de esperança, de sentimento de renovação, de força. E isso para os pacientes e familiares é muito importante”.