CELEBRAÇÃO

Dom Belisário: 50 anos de ordenação

Solenidade de comemoração será neste sábado (14), no bairro do Anjo da Guarda

Reprodução

Desde muito jovem José Belisário da Silva já sabia que iria seguir a vocação religiosa. Desde aquele 13 de dezembro de 1969, em que foi ordenado sacerdote, já se vão 50 anos de uma vida eucarística e de dedicação ao próximo. E esses 50 anos, os 50 anos de ordenação presbiteral de dom José Belisário da Silva, OFM, arcebispo metropolitano de São Luís (Maranhão), serão celebrados neste sábado (14), a partir das 16h, na Praça da Ressurreição, no Anjo da Guarda. Na oportunidade, ocorrerá também a abertura do Ano Missionário Arquidiocesano 2020. A programação especial é da Arquidiocese de São Luís.

Dom Belisário nasceu em Carmópolis (MG), e vestiu hábito o franciscano pela primeira vez em 1º de fevereiro de 1963 quando tinha 18 anos. Aos 24 anos, em 13 de dezembro de 1969, foi ordenado sacerdote, na igreja matriz Nossa Senhora do Carmo, na sua cidade natal.

 “Com 17 anos e meio eu entrei no noviciado da Ordem Franciscana (RS) e foi tranquilo porque fiz todo o processo escolar até cursar Teologia e Filosofia e me ordenar. Sempre foi minha vontade. Meus pais foram pessoas realmente de igreja, especialmente meu pai foi um exemplo bom, homem correto, trabalhador, empreendedor. Nós éramos seis irmãos, a irmã mais velha já faleceu, e sempre foi uma família da qual me orgulho”, contou o arcebispo.

Dom Belisário se ordenou em 1969 em uma época em que o Brasil passava por um período de contradições, de transição, de mudanças nas esferas política e cultural. Eram tempos difíceis para o Brasil. Daquela época para cá, muita coisa mudou “O ano de 1968 foi um ano muito significativo que houve uma mudança no mundo, uma mudança cultural. Foram as grandes manifestações na França, no Brasil passávamos por um momento político muito difícil. Havia uma resistência muito forte do movimento estudantil. No final do ano foi o AI-5, um segundo golpe mais profundo no Brasil. O que vejo é que naquele tempo éramos mais politizados. Não é que as pessoas não tenham opinião, mas é que hoje em dia não se discute a questão brasileira no meio estudantil. O movimento estudantil é muito fraquinho, praticamente inexistente. A juventude era mais contestadora em se tratando dos problemas brasileiros. Há uma diferença nesse sentido entre a minha juventude e o atual momento”, constatou.

A história do clero no Maranhão

DOM BELISÁRIO REVELOU A O IMPARCIAL QUE QUANDO  CHEGOU AO MARANHÃO NÃO HAVIA, NO CLERO, NENHUM BISPO  DO ESTADO

Sobre entrar para a vida religiosa Dom Belisário diz que é preciso ter o chamado e a resposta. Além da vocação, claro. “Há um chamado e há uma resposta. Primeiro ver se existe o chamado. Se faz um discernimento e o discernimento nunca é sozinho. Por exemplo, se a pessoa não tem as qualidades devidas, Deus não vai chamar a pessoa. E depois a resposta. Porque por exemplo, há qualidades muito boas na pessoa, mas as vezes a pessoa não quer e pronto, não se completa. Então tem que ter um chamado e a resposta. Tendo a resposta precisa haver a preparação inicial que são de sete a oito anos de curso de Teologia e Filosofia”, disse Dom Belisário.

Dom Belisário nos conta que quando chegou ao Maranhão não havia, no clero, nenhum bispo maranhense. Isso foi consequência de uma época em que se abateu uma crise muito forte na Igreja, na década de 1970, com a saída de padres. E no Brasil, não foi diferente. “Resumidamente, em 1962 a 1965 houve o Concilio Ecumênico Vaticano II que colocou a Igreja Católica mais atualizada no mundo moderno. Houve uma crise enorme de egressos na década de 1970. No Maranhão a crise foi pior porque o Seminário foi fechado. Por exemplo, quando o Padre Bráulio se ordenou tinha 29 anos de diferença do padre seguinte. Quer dizer, houve aí uma quebra. Então, durante quase 30 anos não se tinha ordenado ninguém para a arquidiocese.  O que se fez foi buscar sacerdotes fora do país, no Canadá e em outros países estrangeiros. E religiosos também, os jesuítas, os capuchinhos… O Maranhão inteiro praticamente era um clero estrangeiro. Hoje praticamente o clero é local”, afirmou o arcebispo.

Atualmente ele aponta que houve nomeação para bispos nas cidades de Coroatá, Caxias, Brejo, há ainda o de Carolina que está em Imperatriz e a Arquidiocese ainda deu dois bispos: um para Rondônia, e outro para Pará. “E ainda tem o arcebispo de Teresina que  é maranhense, e há outros na região também. Há uma mudança muito positiva que ocorreu nos últimos 20 anos. Uma retomada com o aumento significativo de padres em todo o Brasil, de vocações”, comemora.

Jeito simples

Reconhecido como cidadão maranhense, dom José Belisário distingue-se por seu jeito discreto e simples de participar na vida da sociedade e na política. E como não poderia deixar de ser,  pediu que caso alguém tenha a intenção de presenteá-lo, que o faça participando da campanha em favor da reforma do auditório do Seminário Arquidiocesano Santo Antônio. A conta para depósito bancário é 1988-6, agência: 0027 e operação: 013 (Caixa Econômica Federal).

A trajetória

Em 1999 José Belisário da Silva foi ordenado bispo, e elevado a arcebispo, pelo papa emérito Bento XVI, em 21 de setembro de 2005. No mesmo ano, no dia 19 de novembro, deixou o governo da Diocese de Bacabal (MA) para governar a Igreja de São Luís. Reconhecido como Cidadão Ludovicense, pela Câmara Municipal de São Luís, em 2015, e como Cidadão Maranhense, pela Assembleia Legislativa do Maranhão, em 2016, pelos serviços prestados à sociedade local.

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