Será sob as bençãos da senhora dos ventos e das tempestades que acontece, a festa do Acarajé de Oyá, promovida pela cantora, compositora e designer de moda afro, Célia Sampaio em saudação ao seu orixá, Iansã.  O evento é de cunho religioso, com caráter solidário,  acontece neste domingo (15) de dezembro, a partir das 13h30min, no antigo Samba no Sítio, no Cohaserma.  A entrada se dá através de um pacote de fraldas descartáveis, lata de leite, material de limpeza que serão doados, assim como nas edições anteriores, para a Fundação Antônio Jorge Dino e para Casa Solidariedade e Vida.

O pocket show “Canto pra Iansã” com a anfitriã terá como atrações Anastácia Lia, Andrea Frazão, Gisele Padilha,  Paulinho Akomabu, Herih,  tambor de crioula, samba, discotecagem com Tarcisio Selektah, além de outros artistas convidado.

Segundo Célia Sampaio, ela descobriu que era filha de Iansã, por meio dos búzios, que fizeram esta revelação há cerca de 20 anos. A cantora  contou que depois que soube que era filha de Iansã, resolveu fazer este evento que tem como objetivo principal ajudar o próximo e valorizar os artistas da ilha que contribuem com a festa com seu talento de forma voluntária, sem cobrança de cachê. “Fico muito feliz em estarmos fazendo a 15ª edição desta festa que é uma forma de agradecer a minha orixá, aos meus amigos e à minha família que sempre me apoiou ao longo desta caminha. Será uma linda festa”, disse Célia Sampaio.

Para que não sabe, Oyá, é uma deusa do Rio Níger, e é representada com um alfange e um eruexim nas mãos, e com um chifre de búfalo na cintura. Na mitologia iorubá, Xangô casou-se com três de suas irmãs, deusas de rios: Oyá, Oxum (deusa do rio Osun) e Obá (deusa do rio Obá). Já  nas lendas provenientes do candomblé, foi mulher de Ogum e depois de Xangô, seu verdadeiro amor. Xangô roubou-a de Ogum.

O nome Iansã é um título que Oyá recebeu de Xangô. Esse título faz referência ao entardecer, Iansã pode ser traduzido como “a mãe do céu rosado” ou “a mãe do entardecer”. Ao contrário do que muitos pensam, Iansã não quer dizer “a mãe dos nove”. Xangô a chamava de Iansã, pois dizia que Oyá era radiante como o entardecer ou como o céu rosado e é por isso que o rosa é sua cor por excelência.

Na liturgia da umbanda, Iansã é senhora dos eguns, os espíritos dos mortos, menos cultuados no candomblé. Na umbanda, a guia de Iansã é de cor laranja (coral) e, no candomblé, é vermelha, mas podendo ser utilizado a guia de cor vermelha na umbanda. No candomblé, também é chamada de Oyá. Seu dia da semana é quarta-feira, seu numero é 9 e sua saudação é Eparrei oya.