SEVERINO

Disco clássico do Paralamas ganha nova versão

A versão remasterizada de Severino chega no ano em que o álbum completa 25 anos.

Reprodução

Álbuns que marcaram a história dos grupos Os Paralamas do Sucesso e Natiruts nos anos 1990 estão de volta ao mercado. A Universal Music resolveu lançar versões remasterizadas — em que o material original passa por um processo de limpeza corrigindo imperfeições — de Severino, de 1994, disco experimental da banda carioca, e de Natiruts, primeiro lançamento da carreira do grupo de reggae brasiliense. Os dois estão disponíveis nas plataformas digitais e também ganharam versões físicas em vinil para colecionadores.

A versão remasterizada de Severino chega no ano em que o álbum completa 25 anos. “Fazer esse resgate é muito interessante e uma oportunidade para as novas gerações conhecerem a gente, e o que a gente fez”, afirma Bi Ribeiro, baixista da banda Os Paralamas do Sucesso. O material é o sétimo disco de estúdio do grupo e é um marco na trajetória do trio, por ser diferente de tudo que eles já haviam lançado. Isso porque a banda resolveu abraçar o experimentalismo. “É um disco muito conceitual, que trazia experiências, coisas mais ousadas, que não eram muito pertinentes com a música pop da época nem do que se ouvia no rádio”, lembra Ribeiro.

Severino contou com produção de Phil Manzanera, produtor inglês, até por isso, o disco contou com uma gravação na Inglaterra. Os integrantes da banda ficaram três meses trancados para chegar ao repertório composto por 13 faixas, tanto em português como em inglês e em espanhol. “Lembro que ficamos agoniados com o ritmo da gravação. Estávamos acostumados a gravar em um mês. No fim das contas, ficamos muito felizes. Todas as propostas que pensamos e arriscamos deram certo”, conta.

A gravação fora do Brasil e com um produtor internacional possibilitou que Os Paralamas do Sucesso tivessem convidados especiais internacionais: o jamaicano Linton Kwesi Johnson em Navegar é preciso, que também conta com Tom Zé; e o argentino Fito Paez e o inglês Brian May, guitarrista do Queen, em El vampiro bajo el sol. “Foi um disco muito bacana de ser feito. Temos muito orgulho mesmo”, diz, em referência as participações.

Mesmo com a internacionalização, Severino é um álbum em que o trio canta o Brasil, principalmente, o nordestino. “Cantamos sobre a nossa vivência, a nossa história, o nosso Brasil. As indignações e os relatos são muito pertinentes ainda hoje”, completa. Um dos exemplos disso é a faixa O Rio Severino em que os artistas cantam, de certa forma, a atualidade: “És tu Brasil, ó pátria amada, idolatrada por quem tem/ Acesso fácil a todos os teus bens/ Enquanto o resto se agarra no rosário, e sofre e reza/ À espera de um Deus que não vem”.

Hoje, 25 anos após o lançamento original, Severino recebe, pela primeira vez, reconhecimento no país. “Foi o nosso disco que menos vendeu (no Brasil). Em compensação, a versão dele em espanhol teve um êxito no mundo latino, principalmente por conta da música Dos margaritas”, afirma Bi Ribeiro. Além disso, Severino foi o pontapé para o disco Vamo batê lata, de 1995, disco do grupo mais foi comercializado da história. O álbum seguinte foi inspirado na terceira faixa de Severino, que leva o mesmo nome do CD.

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