ENTREVISTA

Mangá, mais que um hobby

Marco Aurélio Linhares, 43 anos, é desenhista, passeia entre os estilos Comics e Mangá, ensina há quase duas décadas e já elaborou capas para publicações nacionais e internacionais

Marco Aurélio Linhares, 43 anos, é desenhista, passeia entre os estilos Comics e Mangá, ensina há quase duas décadas e já elaborou capas para publicações nacionais e internacionais. Entre outros trabalhos, ele ministrou a oficina de Desenho na última edição da Semana do Japão, ocorrida em novembro do ano passado e pretende lançar em breve a HQ Máquinas e Metal. Confira a entrevista na íntegra que O Imparcial fez com o artista.

O Imparcial – Como despertou seu interesse pelo mangá?

Marco Aurélio Linhares – Eu comecei a me interessar por mangá a mais de 20 anos, através da Associação Brasileira de Mangá e Ilustrações (Abrademi). Eles enviavam um jornal, nos atualizando de tudo sobre concursos e eventos de Mangá, acho que a Abrademi foi uma das primeiras associações no Brasil a se interessar participativamente.

Há quanto tempo você ensina?

Desde 2001 aproximadamente.

Como é o público que procura o curso?

Geralmente o público é muito variado, indo de crianças e adolescentes até adultos.

Como você percebeu que isso poderia ir além de um hobby?

Através de eventos aqui em São Luís, e também em fóruns na web, onde existe uma vasta oferta de empregos, incluindo a Deviant Art, Concept Art etc. Nesses fóruns há um grande público procurando profissionais ilustradores para a indústria do entretenimento de games, arte sequencial, storyboards e cards. Consegui muitos trabalhos nestes fóruns, criando ilustrações para books, games, cards e coisas do tipo.

Como você vê o mercado de quadrinhos, principalmente o do Mangá no Brasil e no Maranhão?

Próspero, mas não há um planejamento conciso acho que quem desenha faz por puro amor e com muita vontade e prazerosamente. Precisamos de apoio, investidores… há um potencial, mas é ignorado.

Quais os aspectos do Desenho que o público mais demonstra interesse?

Geralmente meu público está interessado em aprender artisticamente o estudo facial da figura humana, criação de esboços e aplicação de profundidade em cenários. Ministro também aulas avançadas para os desenhistas que se interessam em desenvolver seu traço e criatividade artística.

Fale um pouco sobre seu trabalho atual, Máquinas e Metal.

Eu gostaria de publicar como revista ou livro.  É um trabalho no qual venho trabalhando a vários anos. Pretendo publicar nos próximos anos, mas ainda não tem uma data definida. Nesse arco de histórias passeio desde o estilo medieval à ficção científica. Se eu pudesse determinar um estilo, seria parecido com uma Graphic Novel e traz o meu próprio estilo de desenho e narrativo.

A história conta sobre um mundo dividido, entre o que ficou obsoleto, velhos mundos estagnados pelo tempo, retroagindo às épocas medievais em contraste com futuros cibernéticos. São os opostos se encontrando em cenários às vezes apocalípticos. Quanto ao título, Máquinas, é do que virá do futuro, e Metal de Medieval.  São histórias soltas, mas às vezes podem fechar arcos de 6 a 12 capítulos, ou ter uma única história de 4 a 8 páginas somente.

Algum projeto para o futuro, além do Máquinas e Metal?

Meu projeto futuro seria estabelecer uma plataforma física com escritores, desenhistas e ilustradores… enriquecendo profissionalmente artistas e autores de obras… para uma produção independente de livros e revistas… atualmente estamos buscando parcerias, investidores e voluntários…

Seriam várias obras que venho desenvolvendo, desenhando e escrevendo a mais de quatorze anos… personagens o suficiente para criar um único selo de distribuição a nível editorial. Meu resumo, seriam encontrar tudo isso num mesmo local, com uma equipe pensando, elaborando e planejando o desenvolvimento de uma série de livros. Meus livros são histórias otimistas, em mundos às vezes fantasiosos, às vezes reais, mas tem o objetivo principal de trazer algo de bom às gerações.

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